“Quando orardes, não useis muitas palavras, como fazem os pagãos."

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 7“Quando orardes, não useis muitas palavras, como fazem os pagãos. Eles pensam que serão ouvidos por força das muitas palavras. 8Não sejais como eles, pois vosso Pai sabe do que precisais, muito antes que vós o peçais. 9Vós deveis rezar assim: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; 10venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus.11O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. 12Perdoa as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. 13E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal. 14De fato, se vós perdoardes aos homens as faltas que eles cometeram, vosso Pai que está nos céus também vos perdoará. 15Mas, se vós não perdoardes aos homens, vosso Pai também não perdoará as faltas que vós come­testes”.
Evangelho (Mateus 6,7-15)

Homilia:


Se queremos procurar a ideia vertebral do Pai-nosso para centrar nela a nossa atenção, convém ter em conta que o Reino de Deus, inaugurado por Jesus, é a ideia onipresente e determinante. Para que se cumpra o desejo ardente com que devemos repetir uma e outra vez o “venha a nós o vosso Reino”, ou seja, para que se manifeste plenamente o Reino de Deus entre os homens seguem-se as demais petições: que santifiquemos o nome e a pessoa de Deus, que cumpramos a Sua vontade fielmente, que agradeçamos e partilhemos com os outros o pão de cada dia, que perdoemos aos irmãos como Deus nos perdoa, e que resistamos à tentação e ao mal.

Todavia há dois aspectos intimamente unidos e interdependentes, que temos de sublinhar no Pai-nosso. Em primeiro lugar, a afirmação vigorosa da paternidade universal de Deus em relação a todos os homens, uma paternidade sempre em ação porque o amor paternal do Senhor atua a cada instante criando-nos e modelando-nos à imagem d’Ele. E em segundo lugar, a consequência lógica disso mesmo: a fraternidade comum entre os filhos de Deus, que somos todos. O cristão é irmão dos outros, e estes são irmãos para ele; o que significa algo muito mais sério e comprometedor que companheiro ou camarada.

A imagem de Deus como Pai está muito acima do vaivém dos tempos, muito para além das ideologias e explicações psicológicas. Por isso toda a tradição eclesial rendeu fidelidade e homenagem ao “Pai-nosso.” Os Santos Padres dedicaram-lhe muitos dos seus saborosos comentários, e na catequese quaresmal da alta Idade Média adquiriu grande relevo, especialmente com a “entrega do Pai-nosso” aos catecúmenos que iam ser batizados na Vigília Pascal.

Nunca deveria desaparecer dos nossos lábios a oração do Pai-nosso, sobretudo, nos momentos-auge da vida familiar, comunitária e pessoal, como faz a liturgia da Igreja. É a oração mais excelente que se possa imaginar, ao mesmo tempo que a mais fácil e simples, a mais profunda e ecumênica, a mais viva e atual. Pois tem por Autor o próprio Cristo. Foi a única “fórmula” de oração que Jesus nos ensinou; mas é muito mais que uma fórmula para recitar. É todo um modo de vida para os filhos de Deus, é um convite à entrega total à vontade do Pai, a fim de que o Seu reinado se manifeste plenamente em nós.

Padre Pacheco
Comunidade Canção Nova

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