"Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas!"


Evangelho (Mateus 23,27-32)
quarta, 25 de Agosto de 2010.

Disse Jesus: Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Sois semelhantes aos sepulcros caiados: por fora parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos, de cadáveres e de toda espécie de podridão.28 Assim também vós: por fora pareceis justos aos olhos dos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade.29 Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Edificais sepulcros aos profetas, adornais os monumentos dos justos30 e dizeis: Se tivéssemos vivido no tempo de nossos pais, não teríamos manchado nossas mãos como eles no sangue dos profetas...31 Testemunhais assim contra vós mesmos que sois de fato os filhos dos assassinos dos profetas.32 Acabai, pois, de encher a medida de vossos pais!


Oração do dia

Ó Deus, que unis os corações dos vossos fiéis num só desejo, dai ao vosso povo amar o que ordenais e esperar o que prometeis, para que, na instabilidade deste mundo, fixemos os nossos corações onde se encontram as verdadeiras alegrias. Por nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Primeira Leitura (2 Tessalonicenses 3,6-10.16-18)
Leitura da segunda carta de são Paulo aos Tessalonicenses.


6. Intimamo-vos, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que eviteis a convivência de todo irmão que leve vida ociosa e contrária à tradição que de nós tendes recebido.7. Sabeis perfeitamente o que deveis fazer para nos imitar. Não temos vivido entre vós desregradamente,8. nem temos comido de graça o pão de ninguém. Mas, com trabalho e fadiga, labutamos noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós.9. Não porque não tivéssemos direito para isso, mas foi para vos oferecer em nós mesmos um exemplo a imitar.10. Aliás, quando estávamos convosco, nós vos dizíamos formalmente: Quem não quiser trabalhar, não tem o direito de comer. 16. O Senhor da paz vos conceda a paz em todo o tempo e em todas as circunstâncias. O Senhor esteja com todos vós.17. A saudação vai de meu próprio punho: PAULO. É esta a minha assinatura em todas as minhas cartas. É assim que eu escrevo.18. A graça de nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos vós!

Salmo responsorial 127/128

Felizes todos os que respeitam o Senhor!

Felizes és tu se temes o Senhor
e trilhas seus caminhos!
Do trabalho de tuas mãos hás de viver,
serás feliz, tudo irá bem!

Será assim abençoado todo homem
que teme o Senhor.
O Senhor te abençoe de Sião,
cada dia de tua vida.




Homilia:

Arranquemos as máscaras!
por: Padre Pacheco


Neste evangelho que hoje a Igreja nos apresenta, nos é apresentada uma palavra muito dura; a dureza desta palavra é a única força capaz de nos curar verdadeiramente. Para dizer que todos trazemos dentro de nós realidades de hipocrisia, ou seja, queremos sempre apresentar alguém aos outros, que na verdade, gostaríamos de ser mas ainda não somos. Esta é a verdade de cada um de nós.

O que gera a hipocrisia é o medo que trazemos de não sermos aceitos por Deus e pelos outros; para poder ser aceito e quisto, coloco máscaras, fantasias, instrumentos estes, que me trazem uma imagem, imagem esta que agrada a pessoa que me vê. O problema é que as pessoas passam a conhecer a minha imagem e não a mim mesmo. Um dias as máscaras cairão!

Enquanto agimos de hipocrisia, vamos pondo panos quentes sobre nossas feridas e traumas; nunca seremos curados se não tomarmos a decisão de nos amarmos, nos assumir e amar estas enfermidades; o que significa amar nossas enfermidades? Significa entender que esta ferida é o canal que Deus usará para se encontrar comigo; ela se tornará o ambiente de encontro da minha pessoa com Deus. Então, depois de ter feito a experiência do amor de Deus, terei condições de trazer cada pessoa necessitada de cura para este lugar, pois saberei que ali, o Senhor vai querer se encontrar com a pessoa ferida e machucada.

Quando passamos por esta experiência, tudo fica diferente.

Em vez de julgar e condenar a pessoa ferida – atitude característica do hipócrita e do fariseu – passo a me compadecer dela; só julga e condena quem é fariseu, hipócrita, aquele que mente, o mascarado; ele podre, reclama e aponta o mau cheiro do outro. Todavia, aquele que estava doente, quando curado – pois arrancou as máscaras da hipocrisia, se compadece do irmão e passa a não olhar mais para a ferida do outro, mas para a sua necessidade de amor e de cura.

A hipocrisia é fruto do não amor experimentado de Jesus; quem faz uma profunda experiência de Jesus, do seu amor, este nunca mais precisará mendigar amor, ou seja, não dependerá do amor dos outros – do falso amor – na ilusão que será feliz. Carência gera escravidão, mentira, pois sempre terei que mentir: usar mascará apropriada para cada pessoa e situação. Todavia, quem é amado por Jesus, não mendiga amor; é livre. Logo, nunca precisará mentir e se travestir para poder receber um pouco de amor, reconhecimento, status… Que pobreza!

A hipocrisia é a pior doença que existe, pois ela desfigura, arranca a identidade mais profunda do ser humano; a pessoa deixa de viver e de ser o que ela é, para viver a vida e a vontade dos outros; ela nunca é livre! Escrava de tudo e de todos.

Quem ama, ama o outro a partir do que ele possui de pior. Então, não tenhamos medo de nos apresentar como somos diante dos outros, a começar de Deus. Aliás, o grande filtro que é capaz de filtrar os nossos relacionamentos é quando nos apresentamos por inteiro diante dos outros que se aproximam de nós; neste momento, fica quem nos ama. O resto, some! Contrario, quando queremos nos apresentar como se fomos as melhores pessoas do mundo, sem defeitos, carentes, querendo agradar a todos; estas pessoas vão nos sugando, se aproveitando de nós, vão se amando em nós, e quando viermos a precisar delas, elas se afastarão de nós, pois descobrirão meus defeitos e problemas que sempre procurei esconder delas.

Padre Pacheco,
Comunidade Canção Nova.

fonte: http://blog.cancaonova.com/homilia/

Comentário ao Evangelho

SEPULCROS CAIADOS

Para denunciar a hipocrisia dos mestres da Lei e dos fariseus, Jesus serviu-se de uma expressão forte. Chamou-os de "sepulcros caiados": belos por fora, cheios de podridão por dentro.
Os sepulcros, na cultura judaica, eram cuidadosamente pintados de branco, de modo a serem bem visíveis. Desta forma, evitava-se o contato das pessoas com o túmulo e, por extensão, com o cadáver nele sepultado. A impureza contraída impedia a participação no culto.
A santidade dos mestres da Lei e dos fariseus era apenas aparente. Pareciam ser fidelíssimos na obediência aos mandamentos e insuperáveis na disposição de buscar exigências escondidas nas entrelinhas das Escrituras. Sua conduta parecia irrepreensível, sem o mínimo ponto digno de censura.
Entretanto, Jesus não se deixava enganar. Ele conhecia muito bem a falta de consistência de tudo aquilo. A obediência dos mestres da Lei e dos fariseus aos mandamentos consistia em adaptá-los às suas comodidades. A busca de novas exigências visava subjugar as pessoas com normas descabidas, que eles mesmos atribuíam à vontade de Deus. Só quem não tinha senso crítico deixava-se iludir pelos belos discursos deles.
Como sepulcros caiados, eles pareciam justos por fora, mas por dentro estavam repletos de hipocrisia e de maldade.

Prece
Espírito de veracidade, faze-me ser autêntico em tudo o que faço, de modo a expressar, exteriormente, aquilo que sou internamente.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês)
fonte: http://www.npdbrasil.com.br/

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