“Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”.

Naquele tempo, 13Jesus foi à região de Cesareia de Filipe e ali perguntou a seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?” 14Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros que é Elias; Outros ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas”.15Então Jesus lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” 16Simão Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. 17Respondendo, Jesus lhe disse: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. 18Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. 19Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”.20Jesus, então, ordenou aos discípulos que não dissessem a ninguém que ele era o Messias. 21Jesus começou a mostrar aos seus discípulos que devia ir a Jerusalém e sofrer muito da parte dos anciãos, dos sumos sacerdotes e dos mestres da Lei, e que devia ser morto e ressuscitar no terceiro dia.22Então Pedro tomou Jesus à parte e começou a repreendê-lo, dizendo: “Deus não permita tal coisa, Senhor! Que isto nunca te aconteça!” 23Jesus, porém, voltou-se para Pedro, e disse: “Vai para longe, Satanás! Tu és para mim uma pedra de tropeço, porque não pensas as coisas de Deus, mas sim as coisas dos homens!”

Evangelho (Mateus 16,13-23)
Quinta-Feira, 5 de Agosto de 2010


Primeira leitura (Jeremias 31,31-34)
Dedicação da Basílica Sta. Maria Maior
Leitura do Livro do Profeta Jeremias.


“Eis que virão dias, diz o Senhor, em que concluirei com a casa de Israel e a casa de Judá uma nova aliança; 32não como a aliança que fiz com seus pais, quando os tomei pela mão para retirá-los da terra do Egito, e que eles violaram, mas eu fiz valer a força sobre eles, diz o Senhor.33Esta será a aliança que concluirei com a casa de Israel, depois desses dias, diz o Senhor: imprimirei minha lei em suas entranhas, e hei de ins­crevê-la em seu coração; serei seu Deus e eles serão meu povo. 34Não será mais necessário ensinar seu próximo ou seu irmão, dizendo: ‘Conhece o Senhor!’; todos me reconhecerão, do menor ao maior deles, diz o Senhor, pois perdoarei sua maldade, e não mais lembrarei o seu pecado”.

Salmo (Salmos 50)

— Ó Senhor, criai em mim um co­ração que seja puro!
— Ó Senhor, criai em mim um co­ração que seja puro!

— Criai em mim um coração que seja puro, dai-me de novo um espírito decidido. Ó Senhor, não me afasteis de vossa face, nem retireis de mim o vosso Santo Espírito!
— Dai-me de novo a alegria de ser salvo e confirmai-me com espírito generoso! Ensinarei vosso caminho aos pecadores, e para vós se voltarão os transviados.
— Pois não são de vosso agrado os sacrifícios, e, se oferto um holocausto, o rejeitais. Meu sacrifício é minha alma penitente, não desprezeis um coração arrependido!




Homilia:


Cesareia de Felipe era um dos lugares mais lindos que existiam em Israel na época de Jesus. Aí havia um grande castelo e, ao redor, lindos e maravilhosos jardins, dando um ar de um lugar onde o poder se tornava visível e sensível a todos.

É neste lugar, neste ambiente, diante de tamanha exuberância, que Jesus – após montar este cenário – resolve fazer uma pergunta fundamental na vida dos discípulos e de cada um de nós: “Quem dizem os homens ser o Filho do homem?”

Num primeiro momento, parece-nos que o Senhor sente necessidade de saber acerca daquilo que pensam ser Ele. Parece-nos que Cristo se preocupa com a Sua imagem. Na verdade, não é nada disso, pois Ele sabe quem é; é uma Pessoa completamente resolvida – aliás, quem não é resolvido na vida sempre dependerá do que os outros dizem ou pensam acerca dele. Isso é desequilíbrio total! - e quer nos mostrar que nós precisamos responder esta pergunta com a alma e o coração e não somente com a inteligência.

Ao fazer a pergunta aos discípulos, todos – unânimes – respondem prontamente sobre o que pensam os outros: “Uns dizem que é João Batista; outros que é Elias; outros ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas”. Todavia, quando Jesus pergunta a eles sobre quem é o Filho do Homem, somente Pedro tem condições de responder, pois a resposta não vem do intelecto, mas do coração, como fruto de uma experiência profunda.

Cristo faz a pergunta, como já foi dito, num ambiente todo propício, em frente ao símbolo do poder, para dizer que só sabe quem é o Senhor aquela pessoa que se propõe a fazer uma experiência com o Seu amor e, para isso, como condição fundamental é preciso deixar tudo: o ter, o poder e o prazer. Pedro, naquele momento, consegue responder, pois foi o Pai que revelou isso a ele, por causa da sua decisão de deixar tudo para ter Tudo, no caso, o Senhor, como sua única riqueza e sentido.

Só é possível responder a essa pergunta quem se decide a fazer tal experiência: deixar tudo para ter o Tudo… Realidade esta que só é possível mediante uma vivência de fé e de amor. É a alma mergulhada em Deus e no amor concreto aos irmãos – a começar pelos que mais sofrem – que terá condições de responder a esta pergunta: “Quem é o Senhor?”

O mundo anseia por discípulos e discípulas que venham a responder a essa pergunta fundamental, pois tal resposta, quando acontece, é certeza de felicidade e realização de vida; quem não tem condições de responder não é porque não sabe a resposta, mas a causa; e o fato de não poder responder devido a não experiência feita com o Senhor. A resposta não é a que quero dar, mas a que posso dar.

Testemunhemos com a nossa vida acerca de quem é Jesus, pois de outra forma não é possível comunicar o senhorio do Senhor. Esta é causa de tantos ainda não conhecerem a Boa Nova do Reino de Deus: não haver quem lhes comunique, pois tal comunicação não é feita por palavras somente, mas com a vida. O mundo está do jeito do que está – cada dia pior – não porque os “maus” são maus; está deste jeito porque os cristãos não são santos; não são o que deveriam ser e testemunhar.

Padre Pacheco
Comunidade Canção Nova


Comentário ao Evangelho

O MESSIAS IDENTIFICADO


A identificação do Messias Jesus passa por três etapas.
Na primeira, Jesus quer saber o que as pessoas pensam a seu respeito. O povo, seguindo a tradição, considera-o como um dos antigos profetas redivivos. Desta forma, a identidade de Jesus careceria de originalidade, definindo-se a partir de personagens do passado cuja volta era esperada no final dos tempos.
Na segunda, a identificação de Jesus revela-se no que o grupo que lhe é mais achegado pensa a seu respeito. É Pedro quem afirma: "Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo!" Tais palavras revelam a originalidade de Jesus, sua condição de Filho de Deus. Torna-se desnecessário recorrer a personagens paralelos para identificá-lo. Sua origem é divina, e foi o Pai quem o constituiu Messias. Pedro foi capaz de responder corretamente à pergunta do Mestre, por ter recebido uma revelação da parte do Pai.
Na terceira, Jesus vê-se obrigado a acrescentar um elemento importante, não contemplado na resposta de Pedro: o Messias, Filho de Deus, estava destinado a sofrer nas mãos de seus inimigos, morrer e, no terceiro dia, ressuscitar. Logo, era um Messias sofredor.
Sem a elucidação feita por Jesus, os discípulos correriam o risco de nutrir uma imagem distorcida a seu respeito. A bem da verdade, era preciso deixar tudo esclarecido.

Prece
Espírito que revela o Messias, leva-me a conhecer a verdadeira identidade de Jesus, o qual é, ao mesmo tempo, Filho de Deus e Messias sofredor.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês.)

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