“Eu vim para lançar fogo sobre a terra, e como gostaria que já estivesse aceso! "

Evangelho (Lucas 12,49-53)
Quinta-Feira, 21 de Outubro de 2010


Naquele tempo disse Jesus aos seus discípulos: 49“Eu vim para lançar fogo sobre a terra, e como gostaria que já estivesse aceso! 50Devo receber um batis­mo, e como estou ansioso até que isto se cumpra!
51Vós pensais que eu vim trazer a paz sobre a terra? Pelo contrário, eu vos digo, vim trazer a divisão. 52Pois, daqui em diante, numa família de cinco pessoas, três ficarão divididas contra duas e duas contra três; 53ficarão divididos: o pai contra o filho e o filho contra o pai; a mãe contra a filha e a filha contra a mãe; a sogra contra a nora e a nora contra a sogra”.


Primeira leitura (Efésios 3,14-21)
Leitura da Carta de São Paulo aos Efésios.


Irmãos, 14eu dobro os joelhos diante do Pai, 15de quem toda e qualquer família recebe seu nome, no céu e sobre a terra. 16Que ele vos conceda, segundo a riqueza de sua glória, serdes robustecidos, por seu Espírito, quanto ao homem interior, 17que ele faça habitar, pela fé, Cristo em vossos corações, que estejais enraizados e fundados no amor. 18Tereis assim a capacidade de compreender, com todos os santos, qual a largura, o comprimento, a altura, a profundidade, 19e de conhecer o amor de Cristo, que ultrapassa todo o conhecimento, a fim de que sejais cumulados até receber toda a plenitude de Deus. 20Àquele que tudo pode realizar superabundantemente, e muito mais do que nós pedimos ou concebemos, e cujo poder atua em nós, 21a ele glória, na Igreja e em Jesus Cristo, por todas as gerações, para sempre. Amém.


Salmo (Salmos 32)

— Transborda em toda a terra a bondade do Senhor!
— Transborda em toda a terra a bondade do Senhor!

— Ó justos, alegrai-vos no Senhor! Aos retos fica bem glorificá-lo. Dai graças ao Senhor ao som da harpa, na lira de dez cordas celebrai-o!
— Pois reta é a palavra do Senhor, e tudo o que ele faz merece fé. Deus ama o direito e a justiça, transborda em toda a terra a sua graça.
— Mas os desígnios do Senhor são para sempre, e os pensamentos que ele traz no coração, de geração em geração, vão perdurar. Feliz o povo cujo Deus é o Senhor, e a nação que escolheu por sua herança!
— Mas o Senhor pousa o olhar sobre os que o temem, e que confiam esperando em seu amor, para da morte libertar as suas vidas e alimentá-los quando é tempo de penúria



fonte: http://www.webtvcn.com/


Homilia:

DIVISÃO POR CAUSA DE JESUS Lc 12,49-53
por: Padre Bantu Mendonça K. Sayla

Neste evangelho, Jesus mais uma vez nos mostra o seu amor, convidando-nos a conhecer sua missão em meio às alegrias e dificuldades. Jesus veio nos trazer o Espírito Santo, o Espírito de amor, o Consolador, Aquele que nos ensina todas as coisas.

Jesus nos deixa o exemplo: Ele que é o Rei se fez pequeno quando pediu a João Batista para o batizar, batismo esse que nos dá força em meio ao combate espiritual, onde a carne e o espírito conseguem vivenciar dentro de uma fraternidade de amor e paz. Após o batismo, somos chamados a vivenciar os frutos do Ressuscitado para que possamos ter uma vida plena e cheia do Espírito Santo.

Jesus era consciente de que um efeito (ainda que não desejado) do seu trabalho ia ser causa de divisão entre os partidários do imobilismo e os que lutam por um mundo novo. Por isso inflamou a ira dos funcionários do templo e de todos os que se consideravam donos da verdade. O fogo da Palavra de Deus não era para funcionários lúgubres saturados de doutrinas e sedentos de poder.

Mas o fogo de Jesus não é o fogo das paixões políticas. É o fogo do Espírito que tem que ser aprovado na entrega total, no batismo da doação pessoal. É um fogo que prende aí onde se abandonaram os interesses pessoais e se busca um mundo de irmãos.

A paz de Jesus é um fogo purificador que não se confunde com a “Pax Romana”, aquela paz que Roma (e qualquer império) se esforça por proclamar. Esta é só uma tranquilidade institucional que garante a vantagem dos opressores sobre os oprimidos, do império sobre os subalternos, da injustiça sobre o direito.

O fogo purificador de Jesus faz amadurecer os mensageiros, os discípulos, os profetas, os apóstolos. O destino deles, como o do mestre, é sair ao encontro da obscuridade com um clarão que põe às claras tudo o que a ordem atual esconde. O fogo põe as claras também as deficiências pessoais, as ambições subterrâneas, os desejos reprimidos. O fogo que se prova com a entrega total ao serviço do evangelho.

Devemos observar que o Senhor Jesus Cristo não está atacando o relacionamento familiar, mas indica que nenhum laço terreno, embora muito íntimo, poderá diminuir a lealdade a Ele.

Essa lealdade pode até mesmo causar em determinados membros de uma familia que eles sejam afastados ou ignorados pelos outros por terem escolhido seguir a Cristo Jesus.

Podemos resumir que o Senhor Jesus Cristo se refere a espada por ser um instrumento cortante e que na qual a sua vinda causará separação em muitas pessoas, não porque Ele quer, mas pela opção de cada um em seguí-lo como Senhor e salvador.

Pai, que o batismo de Jesus, por sua morte de cruz, purifique-me de todo pecado e de toda maldade, como um fogo ardente, abrindo o meu coração totalmente para ti.
fonte: http://blog.cancaonova.com/



Não vim trazer a paz!
por: Pe. Pacheco


Uma das realidades mais maravilhosas e ricas que podemos e devemos perceber na Palavra do Senhor é o fato de que aquele que recebe em sua vida um enviado, recebe também Aquele que o enviou; e quem recebe o Cristo – Aquele que envia – recebe o próprio Pai.

Há muitas maneiras de recebermos os enviados de Cristo – sejam quais forem eles, independentemente de seu estado de vida: sacerdotes, religiosos, leigos no matrimônio e os consagrados. Receber não é somente dentro de um espaço físico, mas no coração, respeitando profundamente Aquele que os enviou na pessoa de cada enviado. Mas quantas calúnias, piadas, brincadeiras de mau gosto, perseguições e difamações frente aos enviados de Jesus! Diretamente, isso fere o coração do Senhor que os enviou e ao Pai.

Como estamos recebendo este missionário em cada um de nós? Muitas e muitas vezes, o mundo não nos respeita, porque não respeitamos e acreditamos naquilo que está em nós. Como exigiremos respeito? Nem falo na realidade de testemunho!

Jesus, na Palavra de hoje, é incisivo ao dizer: “Não vim trazer a paz”. A paz é uma realidade que não vem de fora para dentro, mas de dentro para fora, ou seja, paz é fruto da justiça. Há algo mais justo do que sermos aquilo que devemos ser, ou seja, santos, homens e mulheres íntimos de Deus? Paz é fruto da caridade. Há algo de maior caridade do que morrermos sempre para os irmãos, fazendo com que eles tenham sempre a vez e a prioridade? Paz é fruto do serviço. Há algo que traga mais paz do que constantemente servirmos os nossos irmãos, principalmente aqueles que mais precisam? Paz é fruto do perdão? Há algo que traga mais paz do que o perdão que somos chamados a dar constantemente?

Para isso, é preciso que tenhamos a coragem de morrer pelo irmão a ponto de não nos preocuparmos mais com nada, somente com o projeto de Deus na nossa vida. O discipulado consiste em seguir esta via, pois outra não existe! O discípulo, antes de querer ser acolhido como enviado, ele é o primeiro a acolher em si o chamado e responder a este chamado com generosidade; é o primeiro a acolher em vez de ser acolhido; é o primeiro a proporcionar a paz em vez de querer e exigir paz; é o primeiro a dar uma resposta diferente diante daqueles que o perseguem, a começar pelos seus familiares.

Padre Pacheco
Comunidade Canção Nova
fonte: http://blog.cancaonova.com/

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