"O Filho do homem, quando vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?”

Evangelho (Lucas 18,1-8)
Sábado, 13 de Novembro de 2010


Naquele tempo, 1Jesus contou aos discípulos uma parábola, para mostrar-lhes a necessidade de rezar sempre, e nunca desistir, dizendo: 2“Numa cidade havia um juiz que não temia a Deus, e não respeitava homem algum. 3Na mesma cidade havia uma viúva, que vinha à procura do juiz, pedindo: ‘Faze-me justiça contra o meu adversário!’
4Durante muito tempo, o juiz se recusou. Por fim, ele pensou: ‘Eu não temo a Deus, e não respeito homem algum. 5Mas esta viúva já me está aborrecendo. Vou fazer-lhe justiça, para que ela não venha agredir-me!’” 6E o Senhor acrescentou: “Escutai o que diz este juiz injusto. 7E Deus, não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por ele? Será que vai fazê-los esperar?
8Eu vos digo que Deus lhes fará justiça bem depressa. Mas o Filho do homem, quando vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?”


Primeira leitura (3João 5-8)
Leitura da Terceira Carta de São João.


Caríssimo Gaio, é muito leal o teu proceder, agindo assim com teus irmãos, ainda que estrangeiros. 6Eles deram testemunho da tua caridade diante da Igreja. Farás bem em provê-los para a viagem de um modo digno de Deus. 7Pois, por amor do Nome, eles empreenderam a viagem, sem aceitar nada da parte dos pagãos. 8A nós, portanto, cabe acolhê-los, para sermos cooperadores da Verdade.


Salmo (Salmos 111)

— Feliz aquele que respeita o Senhor!
— Feliz aquele que respeita o Senhor!

— Feliz o homem que respeita o Senhor e que ama com carinho a sua lei! Sua descendência será forte sobre a terra, abençoada a geração dos homens retos!
— Haverá glória e riqueza em sua casa, e permanece para sempre o bem que fez. Ele é correto, generoso e compassivo, como luz brilha nas trevas para os justos.
— Feliz o homem caridoso e prestativo, que resolve seus negócios com justiça. Porque jamais vacilará o homem reto, sua lembrança permanece eternamente!


Homilia:


Derramemos o coração diante de Deus
por: Pe. Pacheco

No Evangelho de hoje, o grande tema da liturgia é a oração. Jesus conta uma parábola para nos explicar o comportamento que devemos ter para com Deus, pois Ele possui uma característica muito interessante: Ele quer ser “importunado” pelos Seus filhos. Ora, se aquele juiz não temente a Deus soube atender ao pedido daquela viúva, simplesmente para não ser mais perturbado por ela, quanto mais nós seremos atendidos pelo Altíssimo, sendo que Ele é tomado de amor, compaixão e misericórdia por cada um de nós, se a Ele recorrermos com confiança.

Mas precisamos confessar uma coisa: não é fácil rezar! Aliás, rezar é uma das coisas mais difíceis para o cristão, simplesmente pelo fato de trazermos, dentro de nós, fruto do pecado original, uma indisposição para isso. Todavia, é fundamental que venhamos, num primeiro momento, entender o que, verdadeiramente, significa oração. E o que é oração? Para responder a esta pergunta, somos convidados para recorrer à definição de Santa Teresa D’Avila sobre o assunto: oração é um diálogo entre duas pessoas que se amam. Ana, a mãe de Samuel (I Sm 1,1ss) também traz uma definição espetacular do que é oração, quando interpelada pelo sacerdote Heli, quando a questiona sobre sua atitude – aparentemente – estranha no templo: “Meu senhor, eu simplesmente derramo a minha alma na presença do Senhor”, afirma ela.

A atitude dos maiores homens e mulheres da Sagrada Escritura também no revela sobre o que é oração, pois sempre tiveram a coragem de rasgar as vestes na presença de Deus, ou seja, tinham a coragem de rasgar o coração, arrancar as máscaras e desnudarem-se diante d’Ele numa profunda transparência e verdade. Isso é oração.

Ora, se oração é intimidade diante de Deus, é rasgar o coração diante d’Ele, é derramar a alma diante do altar d’Ele, aqui está o grande motivo pelo qual não conseguimos rezar. Por quê? Porque somos acostumados a ir para a oração e querer colocar máscaras diante de Deus Pai, pois achamos que Ele vai nos atender se formos “bonzinhos”, pois o mundo só aceita “os bonzinhos”, aqueles que não possuem dificuldades. Por essa razão, para sermos aceitos pelas pessoas, nós precisamos disfarçar nossas misérias e pecados; o mesmo comportamento temos diante de Deus Pai.


E aí está o ponto pelo qual não somos atendidos por Deus: queremos usar máscaras diante d’Ele. Os Padres do Deserto vão dizer que a alma da oração não é a piedade – estar inteiro na oração; isso é consequência dessa prática [oração]. A alma da oração não é a fidelidade – todos os instantes, momentos e dias, estou em oração; isso também é consequência. Para os Padres de Deserto, a alma da oração é a verdade, ou seja, tudo aquilo que está dentro de nós, que não temos a coragem de partilhar com ninguém. Aliás, o Senhor quer conversar, neste diálogo de amor , sobre tudo aquilo que não veio d’Ele, ou seja, nossas misérias, nossos pecados.


Tudo aquilo que temos de bom, de virtudes e talentos em nós, na oração, o Senhor quer que, no máximo, venhamos a agradecer e colocar tudo isso a serviço dos irmãos. O que Ele quer conversar conosco é sobre aquilo que não veio d’Ele: nossas misérias, nossos pecados, nossas feridas, pois Ele quer transformar tudo isso em carisma, em dom, em vida para a vida dos outros. Para isso, é preciso rasgar o coração e suplicar com confiança, pois a confiança é a mãe da oração; a confiança é este vaso que colhe a misericórdia de Deus, a qual se derrama do Coração Misericordioso de Jesus, do Seu lado aberto da cruz redentora.


Padre Pacheco
Comunidade Canção Nova

fonte: http://blog.cancaonova.com/homilia/

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