"Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus."


Evangelho (Mateus 5,20-22a.27-28.33-34a.37)
Domingo, 13 de Fevereiro de 2011


Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 20“Eu vos digo: Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus.
21Vós ouvistes o que foi dito aos antigos: ‘Não matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal’. 22aEu, porém, vos digo: todo aquele que se encoleriza com seu irmão será réu em juízo.
27Ouvistes o que foi dito: ‘Não cometerás adultério’. 28Eu, porém, vos digo: Todo aquele que olhar para uma mulher, com o desejo de possuí-la, já cometeu adultério com ela no seu coração.
33Vós ouvistes também o que foi dito aos antigos: ‘Não jurarás falso’, mas ´cumprirás os teus juramentos feitos ao Senhor’. 34aEu, porém, vos digo: Não jureis de modo algum. 37Seja o vosso ‘sim’: ‘Sim’, e o vosso ‘não’: ‘Não’. Tudo o que for além disso vem do Maligno”.




Primeira leitura (Eclesiástico 15,16-21)
Leitura do Livro do Eclesiástico:


16Se quiseres observar os mandamentos, eles te guardarão; se confias em Deus, tu também viverás.
17Diante de ti ele colocou o fogo e a água; para o que quiseres, tu podes estender a mão.
18Diante do homem estão a vida e a morte, o bem e o mal; ele receberá aquilo que preferir.
19A sabedoria do Senhor é imensa, ele é forte e poderoso e tudo vê continuamente.
20Os olhos do Senhor estão voltados para os que o temem. Ele conhece todas as obras do homem.
21Não mandou a ninguém agir como ímpio e a ninguém deu licença de pecar.



Segunda leitura (1º Coríntios 2,6-10)
Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios:


Irmãos: 6Entre os perfeitos nós falamos de sabedoria, não da sabedoria deste mundo nem da sabedoria dos poderosos deste mundo, que, afinal, estão votados à destruição.
7Falamos, sim, da misteriosa sabedoria de Deus, sabedoria escondida, que desde a eternidade Deus destinou para nossa glória.
8Nenhum dos poderosos deste mundo conheceu essa sabedoria. Pois, se a tivessem conhecido, não teriam crucificado o Senhor da glória.
9Mas, como está escrito, “o que Deus preparou para os que o amam é algo que os olhos jamais viram nem os ouvidos ouviram nem coração algum jamais pressentiu”.
10A nós Deus revelou esse mistério através do Espírito. Pois o Espírito esquadrinha tudo, mesmo as profundezas de Deus.


Salmo (Salmos 118)


Feliz o homem sem pecado em seu caminho,/ que na lei do Senhor Deus vai progredindo!

1. Feliz o homem sem pecado em seu caminho/ que na lei do Senhor Deus vai progredindo!/ Feliz o homem que observa seus preceitos/ e de todo coração procura a Deus!
2. Os vossos mandamentos vós nos destes,/ para serem fielmente observados./ Oxalá, seja bem firme a minha vida/ em cumprir vossa vontade e vossa lei!
3. Sede bom com vosso servo e viverei/ e guardarei vossa palavra, ó Senhor./ Abri meus olhos e então contemplarei/ as maravilhas que encerra a vossa lei.
4. Ensinai-me a viver vossos preceitos;/ quero guardá-los fielmente até o fim!/ Dai-me o saber, e cumprirei a vossa lei/ e de todo coração a guardarei.


Homilia:

A correta compreensão da Lei de Deus

Mateus, no seu evangelho, apresenta às suas comunidades oriundas do judaísmo Jesus como sendo aquele que vem atender às expectativas suscitadas pelo Primeiro Testamento.

Jesus, no Evangelho de hoje, diz que não veio para destruir a Lei antiga, referindo-se aos dez mandamentos recebidos por Moisés, mas para ensinar a cumpri-las plenamente. O que Ele pretende é restaurar, aperfeiçoar as ordens estabelecidas ao povo de Israel. O Primeiro Testamento prometia o Reino de Deus que traria bem-estar, prosperidade e felicidade para todos e o cumprimento fiel da Lei contida nas Escrituras era a forma de se conquistar estas promessas.

Naquele tempo os escribas eram os doutores intelectuais, que se julgavam donos do saber e, portanto, aptos a interpretar as Escrituras para os outros, criticando os que a descumpriam segundo as suas próprias interpretações e incluindo Jesus nas suas críticas. Como pessoas esclarecidas, os escribas sabiam muito bem o que se devia fazer, mas não o faziam e nem sempre ensinavam aos outros o que Deus pedia, criando uma burocracia que escravizava e controlando duramente a população.

Jesus ensina que não veio abolir as leis, e sim ensinar como elas deveriam ser realmente compreendidas e praticadas, ensinando, dessa forma um novo jeito de viver a liberdade e a justiça, não simplesmente observando o teor burocrático e imperativo. Para falar sobre a forma como isto se dá, Jesus retoma algumas exigências da lei, procurando esclarecer que as normas e regras devem servir de inspiração para a justiça e misericórdia, a fim de que o homem tenha vida e relações mais fraternas. Ele mostra que, para praticar a lei é necessário antes de qualquer coisa, compreendê-la, buscar nela o discernimento que faz enxergar profundamente as situações, possibilitando desta forma transformá-la em uma ação que liberta, tirando dela o conceito de escravidão.

Mateus apresenta no Evangelho alguns exemplos que evidenciam como a lei deve ser entendida. O ato de matar, por exemplo, começa pelo ressentimento e pela raiva. É preciso cortá-lo pela raiz, resolvendo dessa forma o ódio que pode levar às situações extremas. Além deste discernimento capaz de ditar atos novos em situações de ofensa à lei, Jesus pede a verdade sempre. A necessidade de juramento é sinal de que a mentira e a desconfiança pervertem as relações humanas. Jesus exige relacionamentos em que as pessoas sejam verdadeiras e responsáveis, esta é condição para a prática da justiça e da misericórdia, capaz de conduzir o homem ao Reino prometido por Deus. Os ensinamentos de Jesus levam o cristão a um novo jeito de se relacionar com Deus, não com atos de barganha, onde se faz aqui para ganhar ali, mas com espírito livre, que age por amor a Deus e ao próximo, seguindo as orientações de Jesus que diz que, se se cumprir o primeiro mandamento, os outros serão cumpridos por consequência.

O ponto de referência para as obras que conduzem ao Amor do Pai, é a própria Bíblia sintetizada nos mandamentos que nascem na prática de Jesus e de seus seguidores que são convocados à pratica da justiça que conduz à vida. A única forma de encontrar Deus e prestar-lhe culto é criar relações de justiça que geram fraternidade e vida para todos.

Pai, guiado pelos ensinamentos de Jesus, revela-me teu querer divino, livrando-me de dar-me por satisfeito com a observância superficial dos teus mandamentos.

Padre Bantu Mendonça
Fonte: Retirado do Blog do padre Bantu

fonte:
http://blog.cancaonova.com/homilia/2011/02/13/

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