Evangelho (Mateus 10,24-33)
Sábado, 9 de Julho de 2011
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 24“O discípulo não está acima do mestre, nem o servo acima do seu senhor. 25Para o discípulo, basta ser como o seu mestre, e para o servo, ser como o seu senhor. Se ao dono da casa eles chamaram de Belzebu, quanto mais aos seus familiares!26Não tenhais medo deles, pois nada há de encoberto que não seja revelado, e nada há de escondido que não seja conhecido. 27O que vos digo na escuridão, dizei-o à luz do dia; o que escutais ao pé do ouvido, proclamai-o sobre os telhados! 28Não tenhais medo daqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma! Pelo contrário, temei aquele que pode destruir a alma e o corpo no inferno!
29Não se vendem dois pardais por algumas moedas? No entanto, nenhum deles cai no chão sem o consentimento do vosso Pai. 30Quanto a vós, até os cabelos da cabeça estão todos contados. 31Não tenhais medo! Vós valeis mais do que muitos pardais. 32Portanto, todo aquele que se declarar a meu favor diante dos homens, também eu me declararei em favor dele diante do meu Pai que está nos céus. 33Aquele, porém, que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante do meu Pai que está nos céus.
Primeira leitura (Gênesis 49,29-32;50,15-26a)
Leitura do Livro do Gênesis.
Naqueles dias, Jacó transmitiu as suas ordens a seus filhos, dizendo: 49,29“Eu vou juntar-me ao meu povo; sepultai-me com meus pais na gruta de Macpela, que está no campo de Efron, o hitita, 30defronte de Mambré, no país de Canaã. É a gruta que Abraão comprou a Efron, o hitita, junto com o campo, como propriedade funerária. 31Lá foram sepultados Abraão e Sara, sua mulher, ali se sepultaram também Isaac e sua mulher Rebeca; e foi lá que sepultei Lia”.
32Quando Jacó acabou de dar suas instruções aos filhos, recolheu os pés sobre a cama e morreu; e foi reunido aos seus. 50,15Ao verem que seu pai tinha morrido, os irmãos de José disseram entre si: “Não aconteça que José se lembre da injúria que padeceu, e nos faça pagar todo o mal que lhe fizemos”.
16E mandaram dizer-lhe: “Teu pai, antes de morrer, ordenou-nos 17que te disséssemos estas palavras: ‘Peço-te que esqueças o crime de teus irmãos, e o pecado e a maldade que usaram contra ti’. Nós pedimos, pois, que perdoes o crime dos servos do Deus de teu pai”.
Ouvindo isto, José pôs-se a chorar. 18Vieram seus irmãos e prostraram-se diante dele, dizendo: “Somos teus servos”. 19Ele respondeu: “Não tenhais medo. Sou eu, porventura, Deus? 20Vós pensastes fazer mal contra mim. Deus, porém, converteu-o em bem, para dar vida a um povo numeroso, como vedes presentemente. 21Não temais: eu vos sustentarei e a vossos filhos”.
E assim os consolou, falando-lhes com doçura e mansidão. 22E José ficou morando no Egito, com toda a família de seu pai, e viveu cento e dez anos. 23José viu os filhos de Efraim até a terceira geração, e os filhos de Maquir, filho de Manassés, que José também recebeu sobre seus joelhos.
24José disse a seus irmãos: “Eu vou morrer. Deus vos visitará e vos fará subir deste país para a terra que ele jurou dar a Abraão, Isaac e Jacó”. 25Depois de tê-los feito jurar e de ter dito: “Quando Deus vos visitar, levai daqui os meus ossos convosco”, 26aJosé morreu, completando cento e dez anos de vida.
Salmo (Salmos 104)
— Humildes, procurai o Senhor Deus, e o vosso coração reviverá.
— Humildes, procurai o Senhor Deus, e o vosso coração reviverá.
— Dai graças ao Senhor, gritai seu nome, anunciai entre as nações seus grandes feitos. Cantai, entoai salmos para ele, publicai todas as suas maravilhas.
— Gloriai-vos em seu nome que é santo, exulte o coração que busca a Deus. Procurai o Senhor Deus e seu poder, buscai constantemente a sua face.
— Descendentes de Abraão, seu servidor, e filhos de Jacó, seu escolhido, ele mesmo, o Senhor, é nosso Deus, vigoram suas leis em toda a terra.
Homilia:
JESUS NOS LIBERTA DO MEDO! Mt 10,24-33
por: Padre Bantu Mendonça K. Sayla
Neste texto Cristo nos liberta do medo! Como as enfermidades, os medos podem ser agudos ou crônicos.
Os medos agudos são determinados por uma situação de perigo extraordinário. Como surgem de improviso e sem aviso, assim desaparecem com o cessar do perigo, deixando acaso só uma má recordação. Não dependem de nós e são naturais.
Mais perigosos são os medos crônicos, os que vivem conosco, que levamos desde o nascimento ou da infância, que se convertem em parte de nosso ser e aos quais acabamos às vezes até os acariciando.
O medo não é um mal em si mesmo. Freqüentemente é a ocasião para revelar um valor e uma força inesperados. Só quem conhece o temor sabe o que é o valor. Transforma-se verdadeiramente em um mal que consome e não deixa viver quando, em vez de estímulo de reação e impulso para a ação, passa a ser desculpa para a inação, algo que paralisa. Quando se transforma em ânsia: Jesus deu um nome às ansiedades mais comuns do homem: «Que vamos comer? Que vamos beber? Com que vamos vestir-nos?» (Mt 6, 31). A ansiedade converteu-se na enfermidade do século e é uma das causas principais da multiplicação dos infartos.
Vivemos na ansiedade, e assim é como não vivemos! A ansiedade é o medo irracional de um objeto desconhecido. Temer sempre, de tudo, esperar-se sistematicamente o pior e viver sempre em uma palpitação. Se o perigo não existe, a ansiedade o inventa; se existe, agigantao.
A pessoa ansiosa sofre sempre os males duas vezes: primeiro na previsão e depois na realidade. O que Jesus no Evangelho condena não é tanto o simples temor ou a justa solicitude pelo amanhã, mas precisamente esta ansiedade e esta inquietude. Não vos preocupeis, diz, com o amanhã. A cada dia se basta com seu próprio mal.
Mas deixemos de descrever nossos medos de diferente tipo e tentemos ao contrário ver qual é o remédio que o Evangelho nos oferece para vencer nossos temores. O remédio se resume em uma palavra: confiança em Deus, crer na providência e no amor do Pai celeste. Quanto à vos até os vossos cabelos da cabeça estão contados … Vós valeis mais que muitos pardais. A verdadeira raiz de todos os temores é o de encontrar-se só. Esse contínuo medo da criança de ser abandonada.
E Jesus nos assegura justamente isto: que não seremos abandonados. Se minha mãe e meu pai me abandonam, o Senhor me acolherá Salmo (27, 10). Ainda que todos nos abandonaram, ele não. Seu amor é mais forte que tudo.
Não podemos contudo deixar o tema do medo neste ponto. Resultaria pouco próximo à realidade. Jesus quer libertar-nos dos temores e nos liberta sempre. Mas Ele não tem um só modo para fazê-lo: tem dois. Ou nos tira o medo do coração ou nos ajuda a vivê-lo de maneira nova, mais livre, fazendo disso uma ocasião de graça para nós e para os demais. Ele mesmo quis fazer essa experiência. No Horto das Oliveiras está escrito que começou a experimentar tristeza e angústia. O texto original sugere até a idéia de um terror solitário, como de quem se sente isolado do consórcio humano, em uma solidão imensa. E a quis experimentar precisamente para redimir também este aspecto da condição humana. Desde aquele dia, vivido em união com Ele, o medo, especialmente o da morte, tem o poder de levantar-nos em vez de deprimir-nos, de fazer-nos mais atentos aos demais, mais compreensivos, em uma palavra, mais humanos.
Jesus Cristo está comigo, quem temerei? Assaltem-me as vagas e a cólera dos grandes: tudo isso não vale, sequer, o peso de uma teia de aranha. Porque Ele está comigo e o seu báculo me enche de confiança.
fonte:
http://blog.cancaonova.com/homilia/2008/07/12/jesus-nos-liberta-do-medo-mt-1024-33/
Por: Sesimar Alves / Sobral
Há 5 anos
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