"Pai, santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino."

Evangelho (Lucas 11,1-4)
Quarta-Feira, 5 de Outubro de 2011


Um dia, Jesus estava rezando num certo lugar. Quando terminou, um de seus discípulos pediu-lhe: “Senhor, ensina-nos a rezar, como também João ensinou a seus discípulos”. 2Jesus respondeu: “Quando rezardes, dizei: ‘Pai, santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino. 3Dá-nos a cada dia o pão de que precisamos, 4e perdoa-nos os nossos pecados, pois nós também perdoamos a todos os nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação”.





Primeira leitura (Jonas 4,1-11)
Leitura da Profecia de Jonas.


1Este desfecho causou em Jonas profunda mágoa e irritação; 2orou então ao Senhor, dizendo: “Peço-te me ouças, Senhor: não era isto que eu receava, quando ainda estava em minha terra? Por isso, antecipei-me, fugindo para Társis. Sabia que és um Deus benigno e misericordioso, paciente e cheio de bondade, e que facilmente perdoas a punição. 3E agora, Senhor, peço que me tires a minha vida, para mim é melhor morrer do que viver”.
4Disse o Senhor: “Achas que tens boas razões para irar-te?” 5Jonas saiu da cidade e estabeleceu-se na parte oriental e ali fez para si uma cabana, onde repousava à sombra, a ver o que ia acontecer à cidade.
6O Senhor fez nascer uma hera, que cresceu sobre a cabana, para dar sombra à cabeça de Jonas e abrandar seu aborrecimento. E Jonas alegrou-se grandemente por causa da hera. 7Mas, ao raiar do dia seguinte, Deus determinou que um verme atacasse a hera e ela secou.
8Quando o sol se levantou, mandou Deus do oriente um vento quente; e o sol bateu forte sobre a cabeça de Jonas, que se sentiu desfalecer; teve vontade de morrer, e disse: “Para mim é melhor morrer do que viver”. 9Disse Deus a Jonas: “Achas que tens boas razões para irar-te por esta hera?”
“Sim”, respondeu ele, “tenho razão até para morrer de raiva”. 10O Senhor replicou-lhe: “Tu sofres por causa desta planta, que não te custou trabalho e não fizeste crescer, que nasceu numa noite e na outra morreu. 11E eu não haveria de salvar esta grande cidade de Nínive, em que vivem cento e vinte mil seres humanos, que não sabem distinguir a mão direita da esquerda, e um grande número de animais?”



Salmo (Salmos 85)



— Ó Senhor, sois amor, paciência e perdão.
— Ó Senhor, sois amor, paciência e perdão.

— Piedade de mim, ó Senhor, porque clamo por vós todo o dia! Animai e alegrai vosso servo, pois a vós eu elevo a minh’alma.
— Ó Senhor, vós sois bom e clemente, sois perdão para quem vos invoca. Escutai, ó Senhor, minha prece, o lamento da minha oração!
— As nações que criastes virão adorar e louvar vosso nome. Sois tão grande e fazeis maravilhas: vós somente sois Deus e Senhor!


Homilia:



A oração do Filho tornou-se a oração dos filhos

Hoje ousamos fazer a Jesus o mesmo pedido: “Senhor, nos ensine a orar, como João ensinou os discípulos dele!” E ficamos à espera de que Ele sussurre aos ouvidos do nosso coração as mesmas palavras daquele dia: “Quando rezardes dizei: Pai Nosso”.
“Pai Nosso que estais nos céus”. Nas religiões antigas não era muito habitual dirigir-se a Deus como Pai. Mas, no Antigo Testamento, Deus era invocado com esse título, dada a Sua relação especial com Israel, salvo da escravidão e protegido com evidentes sinais de intervenções divinas. Jesus é o Filho de Deus. Aqueles que O seguem participam dessa filiação divina. Por isso, O podem chamar Pai, abbá, ou seja, papá, paizinho, pai querido.
“Santificado seja o vosso nome”. Na linguagem bíblica, o nome é a pessoa. Invocar o nome de Deus é invocar a Deus. Se Deus é o Santo por excelência, que significa pedir que seja santificado? Significa pedir que Se manifeste, que se dê a conhecer e cumpra as Suas promessas. Significa também pedir que a nossa vida cristã coerente leve outros à fé. Uma vida cristã incoerente pode levar à blasfêmia do nome de Deus.
“Venha a nós o vosso reino”. O reino ou reinado de Deus significa a nova ordem ou estado das coisas, na qual a Sua soberania é reconhecida e aceita. Este reino é atual e presente, a partir da presença de Jesus. Mas pede-se o seu reconhecimento no presente, e a sua plena revelação no futuro.
“O pão nosso de cada dia nos dai hoje”. Pede-se a Deus para satisfazer as necessidades de cada dia e, provavelmente, o pão que é o próprio Cristo assimilado pela fé, o pão da Eucaristia.
“Perdoai-nos as nossas faltas”. Todos temos faltas para com Deus, isto é, culpas ou pecados, uma vez que não lhe somos sempre fiéis. Mas o perdão que pedimos é condicionado ao perdão que concedemos – ou não! – aos nossos “devedores”.
“Não nos deixeis cair em tentação”. Aqui, tentação significa provação. Seremos julgados tendo em conta as nossas reações às provações da nossa vida.
“Livrai-nos do mal”. Há duas formas de traduzir esta petição: livrai-nos do mal ou livrai-nos do maligno. Nos tempos de Jesus, considerava-se que o maligno, o demônio, estava por detrás de qualquer mal. Hoje não se pensa assim. Mas o confronto com o demônio é algo que faz parte da nossa experiência.
O ensinamento de Jesus é de rezar bem e sempre. A Bíblia nos diz: Quem pede com persistência recebe; quem bate com insistência, abrir-se-lhe-á a porta; rezai para não cairdes em tentação; buscai primeiro lugar o reino do céu e a sua justiça e o resto vos será dado por acréscimo.
O Pai Nosso é a oração de Jesus. Rezá-lo é comungar com a oração do nosso Salvador. A oração do Filho tornou-se a oração dos filhos. Há que reaprender a rezá-lo com a emoção com que o rezam os recém-batizados nos primeiros tempos da Igreja. Há que rezá-lo, quanto isso for possível, com a emoção e o afeto com que o rezava o Filho de Deus feito homem.
Jesus nos ensina que – no nosso diálogo com o Pai – podemos enfrentar muitas tentações e que o silêncio de Deus pode nos parecer distante até ao ponto de levantar os olhos e gritar: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” ou “Se for possível afasta de mim este cálice!” Mas não podemos desfalecer. Em tudo devemos gritar: Pai Nosso que estás no céu!

Padre Bantu Mendonça


fonte:
http://blog.cancaonova.com/homilia/2011/10/05/

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