“Feliz aquele que come o pão no Reino de Deus!”


Evangelho (Lucas 14,15-24)

Terça-Feira, 1 de Novembro de 2011
31ª Semana Comum


Naquele tempo, 15um homem que estava à mesa disse a Jesus: “Feliz aquele que come o pão no Reino de Deus!” 16Jesus respondeu: “Um homem deu um grande banquete e convidou muitas pessoas. 17Na hora do banquete, mandou seu empregado dizer aos convidados: ‘Vinde, pois tudo está pronto’.
18Mas todos, um a um, começaram a dar desculpas. O primeiro disse: ‘Comprei um campo, e preciso ir vê-lo. Peço-te que aceites minhas desculpas’. 19Um outro disse: ‘Comprei cinco juntas de bois, e vou experimentá-las. Peço-te que aceites minhas desculpas’. 20Um terceiro disse: ‘Acabo de me casar e, por isso, não posso ir’.
21O empregado voltou e contou tudo ao patrão. Então o dono da casa ficou muito zangado e disse ao empregado: Sai depressa pelas praças e ruas da cidade. Traze para cá os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos’.
22O empregado disse: ‘Senhor, o que tu mandaste fazer foi feito, e ainda há lugar’. 23O patrão disse ao empregado: ‘Sai pelas estradas e atalhos, e obriga as pessoas a virem aqui, para que minha casa fique cheia’. 24Pois eu vos digo: nenhum daqueles que foram convidados provará do meu banquete”.





Primeira leitura (Romanos 12,5-16a)

Terça-Feira, 1 de Novembro de 2011
31ª Semana Comum



Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos.

Irmãos, 5assim nós, embora muitos, somos em Cristo um só corpo e, todos membros uns dos outros. 6Temos dons diferentes, de acordo com a graça dada a cada um de nós: se é a profecia, exerçamo-la em harmonia com a fé; 7se é o serviço, pratiquemos o serviço; se é o dom de ensinar, consagremo-nos ao ensino; 8se é o dom de exortar, exortemos.
Quem distribui donativos faça-o com simplicidade; quem preside presida com solicitude; quem se dedica a obras de misericórdia, faça-o com alegria.
9O amor seja sincero. Detestai o mal, apegai-vos ao bem. 10Que o amor fraterno vos una uns aos outros com terna afeição, prevenindo-vos com atenções recíprocas.
11Sede zelosos e diligentes, fervorosos de espírito, servindo sempre ao Senhor, 12alegres por causa da esperança, fortes nas tribulações, perseverantes na oração.
13Socorrei os santos em suas necessidades, persisti na prática da hospitalidade.14Abençoai os que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis. 15Alegrai-vos com os que se alegram, chorai com os que choram.
16aMantende um bom entendimento uns com os outros; não vos deixeis levar pelo gosto de grandeza, mas acomodai-vos às coisas humildes.




Salmo (Salmos 130)

Terça-Feira, 1 de Novembro de 2011
31ª Semana Comum



— Guardai-me, em paz, junto a vós, ó Senhor!
— Guardai-me, em paz, junto a vós, ó Senhor!

— Senhor, meu coração não é orgulhoso, nem se eleva arrogante o meu olhar; não ando à procura de grandezas, nem tenho pretensões ambiciosas!
— Fiz calar e sossegar a minha alma; ela está em grande paz dentro de mim, como a criança bem tranquila, amamentada no regaço acolhedor de sua mãe.
— Confia no Senhor, ó Israel, desde agora e por toda a eternidade!





A veste da bondade e o banquete do Reino


Estamos diante de um texto que nos relata o convite ao grande banquete que prefigura àquele do qual um dia participaremos eternamente. Dentre os vários aspectos que se podem destacar estão os servos enviados pelo dono da casa, os convidados ao banquete e, por último, as consequências do “aceitar” ou “não”.

De duas formas foram enviados os servos. Primeiro um convite e logo um segundo, para estar seguros da presença do convidado. Evidentemente, os servos eram os profetas. Temos as palavras de Isaías (41,8) em que vemos que todo o povo de Israel era considerado como servo: “Mas tu Israel, servo meu, tu Jacó a quem escolhi, descendente de Abraão, meu amigo”. Porém, como enviados – não como acolhidos ou escolhidos – os verdadeiros servos são os profetas segundo Jeremias 7,25: “Desde o dia em que vossos pais saíram da terra do Egito até hoje, enviei-vos todos os meus servos, os profetas, todos os dias, começando de madrugada, eu os enviei”.

A primeira leva corresponde aos profetas do AT e, de modo especial, a João Batista que começou declarando que o Reino está à vista (Mt 3,2) e enviado como mensageiro segundo Marcos (1,2). Como segunda leva temos o próprio Jesus e seus apóstolos a quem Jesus enviou em missão (Mt 10,1; Mc 3,13 e Lc 9,2). Tanto num caso como noutro os convivas não aceitaram o banquete.

Os convivas eram o povo judeu, representado pelos seus dirigentes. Deduzimos isto pelo próprio comentário de Jesus sobre a conduta dos fariseus e escribas: “Não entrais nem deixais entrar os que querem fazê-lo”(Mt 23,13). Os fatos, ajustando-nos ao tempo histórico de Jesus, dão razão ao desenvolvimento da parábola: João, o primeiro arauto do Reino, foi decapitado pelo tetrarca da Galileia e os chefes dos sacerdotes e os anciãos não reconheceram sua função profética (Mt 21,27.32).

O próprio Jesus, em cuja pessoa radicava o Reino, foi rejeitado e morto por instigação dos dirigentes, o Grande Sinédrio (Mt 29,16-19). Os discípulos também foram perseguidos – como Estevão e Tiago – e até Pedro que se livrou de modo especial da morte.

Ao saber o Rei como foram tratados os seus servos, encolerizou-se e enviou os soldados para destruírem aqueles homicidas e queimarem sua cidade. Jesus descreve o castigo brutal que era devido a uma cidade rebelde segundo os costumes da época. Os homens eram mortos ou escravizados. A cidade era entregue às chamas. Evidentemente, é o que aconteceu com Jerusalém diante da qual Jesus chorou exclamando:“Deitarão por terra a ti e a teus filhos no meio de ti, e não deixarás de ti pedra sobre pedra, porque não reconheceste o tempo em que foste visitada” (Lc 18,44). E o mesmo acontecerá contigo se não aceitar o convite à conversão.

Há duas partes na parábola que devemos distinguir e diferenciar para entendê-la melhor: a primeira é sobre a rejeição dos judeus, especialmente de seus dirigentes, que ainda perdura como referência atual de que as palavras de Jesus têm força total: “Nenhum dos convivas provará meu jantar” (Lc 13,24).

No Reino haverá sempre pessoas indignas, a mistura do joio com o trigo do capítulo 13 de Mateus. Nem todos terão a veste limpa que era exigida nas bodas, que significa que a bondade deve ser a marca dos convivas novos, como também é a marca de Deus. Pois essa bondade divina nos atinge não só como um exemplo a imitar, mas também como um mandato a cumprir. Por isso dirá Jesus: “Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso” (Lc 6,36).

Talvez a melhor explicação sobre a veste nupcial seja a dada por Paulo em 1 Cor 6,9 sobre os herdeiros do Reino, aqueles que entraram mas não podem permanecer no mesmo: “Nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os pederastas, nem os ladrões, nem os gananciosos, nem os beberrões, nem os caluniadores, nem os rapaces herdarão o reino de Deus”.

Outra passagem que não podemos esquecer é a que vimos anteriormente sobre os eleitos do Cordeiro. O amor está como motor último dessas virtudes que alguns chamam passivas, mas que exigem uma fortaleza inusitada. Com elas, imitamos a Deus rico em misericórdia (Ef 2,4) e o Verbo que, sendo rico, se despojou da glória de sua divindade mostrando a humilde condição humana. E humilhou-se, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz (Fl 2,6-8).

Padre Bantu Mendonça


Fonte:

http://blog.cancaonova.com/homilia/2011/11/01/



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