"Haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão"

Naquele tempo, 3Jesus contou-lhes esta parábola: 4”Se um de vós tem cem ovelhas e perde uma, não deixa as noventa e nove no deserto, e vai atrás daquela que se perdeu, até encontrá-la? 5Quando a encontra, coloca-a nos ombros com alegria, e, chegando a casa, reúne os amigos e vizinhos, e diz: `Alegrai-vos comigo! Encontrei a minha ovelha que estava perdida!`7Eu vos digo: Assim haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão”.
Evangelho (Lucas 15,3-7)






Homilia:


A liturgia do Sagrado Coração de Jesus é sempre bastante transparente, orientada para a sensibilidade do povo. A linha global se descobre à primeira vista: Deus quer ser o Bom Pastor e o é em Jesus, enviado para revelar o terno amor do Altíssimo por todos nós. A profundidade deste amor é expressa na 2ª leitura: Jesus revela a oferta do amor gratuito de Deus, que agora conhecemos, porque Seu Espírito foi derramado em nosso corações. Esse amor gratuito consiste no dom de Seu Filho, sem mérito de nossa parte, antes pelo contrário: “enquanto éramos ainda seus inimigos”.

É essa a realidade que devemos sentir através da imagem do Bom Pastor (1ª leitura e Evangelho). Isso exige certa catequese, pois a imagem deste [pastor de ovelhas] já não pertence ao dia a dia da sociedade urbana. Para o pastor, as ovelhas são sua vida, sua quase única riqueza, seu “meio de produção”. Por isso não quer que nenhuma se perca. Para o pastor, as ovelhas são para ele o que o pedaço de terra é para o colono e a fábrica local para o operário. Tiramos a fábrica, a terra e o rebanho do homem e este fica sem sustento. Por isso se apaixona por seu meio de produção. O homem tem seus desejos, suas paixões, e é bom que os tenha, desde que com discernimento, porque são molas propulsoras de sua vida. Ora, qual é o verdadeiro objeto do desejo? Eis a questão.

O verdadeiro objeto da paixão de Deus são os homens, Seus filhos. Por eles o Senhor deixa todo o resto, por assim dizer. Então, nós devemos também investir nossa paixão vital não nas coisas passageiras, mas naquilo que é eterno, a começar pelo amor fraterno.

No Reino de Deus, os “meios de produção” que absorvem nosso interesse são as pessoas, e não podemos permitir que nenhuma delas se perca. Se todos são chamados a gozar o amor do Pai, como poderíamos desinteressar-nos daqueles que d’Ele se afastam ou são afastados pelo contratestemunho daqueles que se gabam de Deus?

É impossível amar sozinho. Deus quer que todos sejam amados. Este é o fruto que o Todo-poderoso quer ver produzido. Sem nos voltarmos para Seus filhos será impossível produzir este fruto. E os “melhores produtores” do Reino são aqueles que mais nos desafiam, os que mais precisam ser amados: os pobres, os oprimidos, os abandonados. Eles suscitam o maior potencial de ternura e de amor gratuito no coração humano; e é nisso que Deus se realiza. Podemos dizer que as ovelhas perdidas “libertam” o potencial de amor posto em nós por Deus Pai.

Amar aos seres humanos como nosso tesouro; amar os mais “desinteressantes” aos olhos do mundo como sendo nosso verdadeiro interesse: eis a mensagem do Bom Pastor em busca da ovelha desgarrada.

Padre Pacheco
Comunidade Canção Nova

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