“Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me."

Certo dia, 18Jesus estava rezando num lugar retirado, e os discípulos estavam com ele. Então Jesus perguntou-lhes: “Quem diz o povo que eu sou?”19Eles responderam: “Uns dizem que és João Batista; outros, que és Elias; mas outros acham que és algum dos antigos profetas que ressuscitou”.20Mas Jesus perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?”
Pedro respondeu: “O Cristo de Deus”. 21Mas Jesus proibiu-lhes severamente que contassem isso a alguém. 22E acrescentou: “O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia”. 23Depois Jesus disse a todos: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me. 24Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará”.
Evangelho (Lucas 9,18-24)


Homilia:



Todo o mundo sabe que existem distinções e, muitas vezes, discriminações no tratamento social. O que fazemos com isso na Igreja, na comunidade de Cristo? Paulo, na segunda leitura de hoje, anuncia a igualdade de todos no sistema do Senhor Jesus. Acabou o regime da lei judaica, que considerava o ser judeu um privilégio, por causa da Antiga Aliança com Abraão e Moisés.

A crucificação de Jesus, em nome desse regime antigo, marcou a chegada de um regime novo. Simplesmente observar a lei de Moisés já não é salvação para quem conhece Cristo, para quem sabe o que Ele pregou e como Ele deu a vida por Sua nova mensagem e por aqueles que nela acreditassem. Estes constituem o povo da Nova Aliança. São todos iguais para Deus, como filhos queridos e irmãos de Jesus – filhos com o Filho e co-herdeiros de Seu Reino, continuadores do projeto iniciado por Ele.

Neste novo sistema não importa ser judeu ou não judeu, escravo ou livre, homem ou mulher (branco ou negro, patrão ou operário, rico ou pobre). Mesmo não tendo chances iguais em termos de competição econômica e ascensão social, todos têm chances iguais no amor de Deus.

Ora, este amor deve encarnar-se na comunidade inspirada pelo Evangelho de Jesus, eliminando desigualdade e discriminação. Provocadas pelas diferenças econômicas, sociais, culturais, entre outras, a comunidade que está “em Cristo” deverá testemunhar igual e indiscriminado carinho e fraternidade a todos, antecipando a plenitude da paz celeste para todos os destinatários do amor do Pai. Programa impossível? Utopia? Talvez seja. Mas nem por isso podemos desistir dele, pois é a certeza que nos conduz! Na caridade em Cristo, o capital já não servirá para uma classe dominar a outra, mas para estar à disposição de todos que trabalham e produzem. A influência e o saber estarão a serviço do povo. O marido não terá mais liberdade e direitos que a mulher, mas competirá com ela no carinho e dedicação.

É preciso perder a vida para encontrá-la. Quem se apega aos seus privilégios e a seus egoísmos não vai encontrar a verdadeira vida em Cristo. Só quem coloca seus bens e dons a serviço do Reino de Deus e do próximo poderá participar da vida igual à de Cristo, na comunidade dos irmãos.

Padre Pacheco
Comunidade Canção Nova

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