Todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe

Naquele tempo, 46enquanto Jesus estava falando às multidões, sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele. 47Alguém disse a Jesus: “Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar contigo”.48Jesus perguntou àquele que tinha falado: “Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?” 49E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse: “Eis minha mãe e meus irmãos. 50Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.
Evangelho (Mateus 12,46-50)


Primeira leitura (Miquéias 7,14-15.18-20)
Leitura da Profecia de Miquéias.


14Apascenta o teu povo com o cajado da autoridade, o rebanho de tua propriedade, os habitantes dispersos pela mata e pelos campos cultivados; que eles desfrutem a terra de Basã e Galaad, como nos velhos tempos. 15E, como foi nos dias em que nos fizeste sair do Egito, faze-nos ver novos prodígios.
18Qual Deus existe, como tu, que apagas a iniquidade e esqueces o pecado daqueles que são resto de tua propriedade? Ele não guarda rancor para sempre, o que ama é a misericórdia. 19Voltará a compadecer-se de nós, esquecerá nossas iniquidades e lançará ao fundo do mar todos os nossos pecados. 20Tu manterás fidelidade a Jacó e terás compaixão de Abraão, como juraste a nossos pais, desde tempos remotos.


Salmo (Salmos 84)

— Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade.
— Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade.

— Favorecestes, ó Senhor, a vossa terra, libertastes os cativos de Jacó. Perdoastes o pecado ao vosso povo, encobristes toda a falta cometida; retirastes a ameaça que fizestes, acalmastes o furor de vossa ira.
— Renovai-nos, nosso Deus e Salvador, esquecei a vossa mágoa contra nós! Ficareis eternamente irritado? Guardareis a vossa ira pelos séculos?
— Não vireis restituir a nossa vida, para que em vós se rejubile o vosso povo? Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade, concedei-nos também vossa salvação!


Homilia:


Padre Pacheco
Comunidade Canção Nova


O Evangelho de hoje nos apresenta Jesus cercado pela multidão, que O comprime, pois deseja escutar a Sua Palavra; o povo quer escutar a Palavra do Senhor, pois num primeiro momento, recebe o convite de um Jesus tomado de misericórdia, compaixão e amor por cada um deles. Primeiro Cristo ama, depois fala ao coração do povo sedento.

Jesus ama, e porque ama, fala aos seus corações na certeza de que uma resposta será necessária por parte do povo. A única resposta cabível frente a uma proposta de amor é retribuirmos com amor, pois amor com amor se paga. O maior gesto de amor, neste caso, é colocarmos esta palavra na vida em prática.

Os familiares de Jesus estão ali; eles desejam falar com Ele; eles têm algo muito importante para comunicar a Ele. Num primeiro momento, parece que o Senhor responde com grosseria ao aviso que lhe dão sobre Seus familiares que querem Lhe falar. Não, Jesus aproveita a ocasião para educar aqueles que ali estão e mostrar que Seus familiares são mais que familiares, ou seja, são íntimos d’Ele.

Há uma grande diferença entre familiaridade e intimidade; intimidade requer familiaridade; mas familiaridade não requer intimidade. Infelizmente. Basta olharmos para a maioria das famílias hoje em dia. Quantas famílias que vivem sob a casa da estranheza; ou seja, não há intimidade, são estranhos, não se conhecem. Par dizer que, para sermos da família de Jesus, é fundamental que haja intimidade com Ele; esta intimidade será fruto de uma profunda experiência com a Sua Palavra; será fruto de corações que estarão sempre próximos, num constante colóquio de amor entre pessoas que se amam: Jesus e eu; eu e Jesus.

Não basta acreditar – satanás também acredita em Deus. Não basta termos os sacramentos, pois o que salva não são os sacramentos; os sacramentos são meios de salvação. O que salva é a vivência destes sacramentos.

Não basta ser da família de Jesus; é preciso ser íntimo, obediente à Palavra de Deus. A familiaridade verdadeira será consequência disso. Mas saibamos de uma realidade fundamental para que esta maravilha aconteça na nossa vida e, consequentemente, a felicidade e a salvação: não existe Jesus Cristo sem a Sua Igreja e não existe Igreja sem Jesus. Estas obediências e estes seguimentos a Jesus, sem obediência e seguimento da Igreja, é tudo, menos obediência e seguimento verdadeiro.

Todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe. Que vontade é esta? Amor e obediência a Jesus Cristo e à Sua Igreja.


Pe. Jaldemir Vitório
Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica



Comentário ao Evangelho

QUEM É MINHA MÃE E QUEM SÃO MEUS IRMÃOS?


A ruptura com os laços familiares foi uma das exigências do serviço ao Reino, com as quais Jesus se defrontou. Também por exigência do Reino, foi levado a constituir, sobre novas bases, uma comunidade cujo relacionamento interpessoal deveria ter a profundidade do relacionamento familiar. A comunidade dos discípulos de Jesus pode ser definida como a família do Reino, cuja característica são os laços fraternos que unem seus membros.
Nesta perspectiva, fica em segundo plano a consangüinidade. Doravante, ser mãe ou irmão de sangue não tem importância. O critério de pertença à família do Reino consiste em submeter-se à vontade do Pai, sendo-lhe obediente em tudo. Importa mostrar, com ações concretas, esta submissão. Aí o agir do discípulo identifica-se com o agir do Mestre, a ponto de Jesus poder considerá-lo como irmão: a vontade do Pai é o imperativo na vida de ambos.
Assim, a ligação entre Jesus e os seus discípulos era muito mais profunda do que a sua convivência física com eles. Havia algo de superior que os unia, sem estar na dependência de elementos conjunturais, quais sejam, a pertença a uma determinada família, raça ou cultura. Basta alguém viver um projeto de vida fundado na vontade do Pai, para que Jesus o reconheça como pertencente à sua família. Para ele, estes são seus irmãos, suas irmãs, suas mães. São irrelevantes outros títulos de relação com Jesus, quando falta este pré-requisito.

Prece

Espírito de adesão à vontade do Pai, faze-me sentir sempre mais membro da família do Reino, levando-me à perfeita submissão ao querer divino.

fonte: http://www.npdbrasil.com.br

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