"Quem tem ouvidos, ouça!”

1Naquele dia, Jesus saiu de casa e foi sentar-se às margens do mar da Galileia. 2Uma grande multidão reuniu-se em volta dele. Por isso Jesus entrou numa barca e sentou-se, enquanto a multidão ficava de pé, na praia. 3E disse-lhes muitas coisas em parábolas:
“O semeador saiu para semear. 4Enquanto semeava, algumas sementes caíram à beira do caminho, e os pássaros vieram e as comeram. 5Outras sementes caíram em terreno pedregoso, onde não havia muita terra. As sementes logo brotaram, porque a terra não era profunda. 6Mas, quando o sol apareceu, as plantas ficaram queimadas e secaram, porque não tinham raiz.7Outras sementes caíram no meio dos espinhos. Os espinhos cresceram e sufocaram as plantas. 8Outras sementes, porém, caíram em terra boa, e produziram à base de cem, de sessenta e de trinta frutos por semente. 9Quem tem ouvidos, ouça!”
Evangelho (Mateus 13,1-9)

Primeira leitura (Jeremias 1,1.4-10)
Leitura do Livro do Profeta Jeremias.


1Palavras de Jeremias, filho de Helcias, um dos sacerdotes de Anatot, da tribo de Benjamim. 4Foi-me dirigida a palavra do Senhor, dizendo: 5“Antes de formar-te no ventre materno, eu te conheci; antes de saíres do seio de tua mãe, eu te consagrei e te fiz profeta das nações”.
6Disse eu: “Ah! Senhor Deus, eu não sei falar, sou muito novo”. 7Disse-me o Senhor: “Não digas que és muito novo; a todos a quem eu te enviar, irás, e tudo que eu te mandar dizer, dirás. 8Não tenhas medo deles, pois estou contigo para defender-te”, diz o Senhor.
9O Senhor estendeu a mão, tocou-me a boca e disse-me: “Eis que ponho minhas palavras em tua boca. 10Eu te constituí hoje sobre povos e reinos com poder para extirpar e destruir, devastar e derrubar, construir e plantar”.


Salmo (Salmos 70)


— Minha boca anunciará vossa justiça.
— Minha boca anunciará vossa justiça.

— Eu procuro meu refúgio em vós, Senhor: que eu não seja envergonhado para sempre! Porque sois justo, defendei-me e libertai-me! Escutai a minha voz, vinde salvar-me!
— Sede uma rocha protetora para mim, um abrigo bem seguro que me salve! Porque sois a minha força e meu amparo, o meu refúgio, proteção e segurança! Libertai-me, ó meu Deus, das mãos do ímpio.
— Porque sois, ó Senhor Deus, minha esperança, em vós confio desde a minha juventude! Sois meu apoio desde antes que eu nascesse, desde o seio maternal, o meu amparo.
— Minha boca anunciará todos os dias vossa justiça e vossas graças incontáveis. Vós me ensinastes desde a minha juventude, e até hoje canto as vossas maravilhas.


Homilia:

Padre Fabio de Freitas
fonte: http://www.bibliacatolica.com.br/



Padre Pacheco
Comunidade Canção Nova

fonte:http://blog.cancaonova.com


Em Cafarnaum, Jesus viveu 80% da Sua vida pública, onde a casa de Pedro tornou-se Sua segunda casa. Por isso que Cristo ao sair de casa e se deslocar para o mar da Galileia, na verdade, sai da casa de Pedro e vai ao encontro do povo sedento da Sua Palavra.

O Senhor fala ao povo em parábolas, apresentando ao povo a parábola do semeador. Para que possamos entender esta parábola, precisamos nos remeter à cultura de plantio da época de Jesus. Naquele tempo, o plantio não era realizado da forma como entendemos hoje, ou seja, lavrar a área de plantio, colocar a semente no fundo da terra de forma organizada, proteger o espaço para que a planta possa se desenvolver. Não! No tempo de Cristo, o dono da propriedade lavrava a terra em torno de sua casa, circundando as pedras, as moitas de espinhos e, quando o plantio era feito, ele, para ir ao templo, não passava em volta da plantação, mas, passando por cima da semente ao solo, criava um caminho para se deslocar.

Ora, a semente não era plantada no fundo da terra, mas jogada abundantemente no lugar do plantio; por isso que caíram sementes: nos espinhos, nas pedras, no caminho, e algumas os pássaros comeram – pelo fato de ficarem sobre a terra - e outras produziram muitos frutos.

Na lógica de Jesus e de cada um de nós, no investimento do plantador, este teve uma queda de quatro sementes por uma. De cinco sementes lançadas, quatro eram perdidas, ou seja, nos espinhos, nas pedras, aquelas que os pássaros comiam e as que caíram pelo caminho foram todas perdidas; somente uma, das cinco, produziu frutos.

O que o Senhor quer nos ensinar com esta parábola essencialmente? Quer nos ensinar que, por mais que estejamos investindo, na nossa vida, para que o Reino de Deus aconteça, também na vida dos nossos, não temos o direito de desistir nunca! Há uma tentação de desistirmos, pois parece que nada vai adiantar, ou seja, mais perdemos que ganhamos. Não, pois na hora que a semente der fruto, ela compensará todas as supostas perdas que tivemos; ela dará 100, 60, 30 por semente lançada em terra boa.

A parábola quer nos ensinar que na vida, para que possamos nos realizar em Deus – o único que pode nos realizar em todas as dimensões da nossa existência – é preciso perseverança e muito trabalho para prepararmos a terra do nosso coração para que a Palavra de Deus possa ser acolhida e dar muito fruto. O adubo para esta terra chama-se virtudes e valores, numa vida mergulhada no amor, na ética e na moral; o que rega e faz dar vida é a vontade de Deus manifestada na vivência sacramental da Igreja. Vale a pena, independentemente dos reveses que nos aparecem.

Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE

Comentário ao Evangelho

A EFICÁCIA DA PALAVRA
A parábola evangélica ilustra a benevolência do Pai, no seu desejo de salvar a todos, sem distinção. Ninguém está, de antemão, excluído da salvação. Tudo dependerá da disposição e do empenho com que se acolhe a comunicação do Pai.
A semente caída à beira do caminho ilustra a atitude de quem se relaciona com o Pai, de maneira superficial e leviana. A que caiu em terreno pedregoso é símbolo de um coração impermeável aos apelos divinos. A que caiu entre os espinhos aponta para os corações preocupados com múltiplas tarefas, a ponto de faltar-lhes tempo para um diálogo amoroso com o Pai. Enfim, a semente lançada em terra fértil simboliza quem se abre para acolher a Palavra de Deus e se deixa transformar por ela.
A eficácia da Palavra de Deus no coração humano revela-se no modo de viver de quem a acolhe. Somente o testemunho de uma vida pautada no amor e na justiça é um indicativo seguro de que a Palavra está produzindo frutos. O percentual - cem, sessenta ou trinta - dependerá do maior ou menor enraizamento da Palavra na vida do discípulo do Reino. Isto irá ser diferente, de pessoa para pessoa. O importante é que a semente não se perca e produza os frutos esperados. O espaço para a generosidade fica sempre aberto. A eficácia da Palavra não tem limites.

Prece

Espírito que faz a Palavra frutificar, transforma meu coração em terra fecunda, onde se produzam frutos de amor e de justiça.

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