“Jovem, eu te ordeno, levanta-te!”

Evangelho (Lucas 7,11-17)
Terça-Feira, 13 de Setembro de 2011


Naquele tempo, 11Jesus dirigiu-se a uma cidade chamada Naim. Com ele iam seus discípulos e uma grande multidão. 12Quando chegou à porta da cidade, eis que levavam um defunto, filho único; e sua mãe era viúva. Grande multidão da cidade a acompanhava. 13Ao vê-la, o Senhor sentiu compaixão para com ela e lhe disse: “Não chores!”
14Aproximou-se, tocou o caixão, e os que o carregavam pararam. Então, Jesus disse: “Jovem, eu te ordeno, levanta-te!” 15O que estava morto sentou-se e começou a falar. E Jesus o entregou à sua mãe. 16Todos ficaram com muito medo e glorificavam a Deus, dizendo: “Um grande profeta apareceu entre nós e Deus veio visitar o seu povo”. 17E a notícia do fato espalhou-se pela Judeia inteira e por toda a redondeza.


Primeira leitura (1º Timóteo 3,1-13)
Leitura da Primeira Carta de São Paulo a Timóteo.


Caríssimo, 1eis uma palavra verdadeira: quem aspira ao episcopado, saiba que está desejando uma função sublime. 2Porque o bispo tem o dever de ser irrepreensível, marido de uma só mulher, sóbrio, prudente, modesto, hospitaleiro, capaz de ensinar. 3Não deve ser dado a bebidas nem violento, mas condescendente, pacífico, desinteressado. 4Deve saber governar bem sua casa, educar os filhos na obediência e castidade. 5Pois, quem não sabe governar a própria casa, como governará a Igreja de Deus? 6Não pode ser um recém-convertido para não acontecer que, ofuscado pela vaidade, venha a cair na mesma condenação que o demônio. 7Importa também que goze de boa consideração da parte dos de fora para que não se exponha à infâmia e caia nas armadilhas do diabo. 8Do mesmo modo os diáconos devem ser pessoas de respeito, homens de palavra, não inclinados à bebida, nem a lucro vergonhoso. 9Possuam o mistério da fé junto com uma consciência limpa. 10Antes de receber o cargo sejam examinados; se forem considerados dignos, poderão exercer o ministério. 11Também as mulheres devem ser honradas sem difamação mas sóbrias e fiéis em tudo. 12Os diáconos sejam maridos de uma só mulher, e saibam dirigir bem os seus filhos e a sua própria casa. 13Pois os que exercem bem o ministério, recebem uma posição de estima e muita liberdade para falar da fé em Cristo Jesus.


Salmo (Salmos 100)

— Viverei na pureza do meu coração!
— Viverei na pureza do meu coração!

— Eu quero cantar o amor e a justiça, cantar os meus hinos a vós, ó Senhor! Desejo trilhar o caminho do bem, mas quando vireis até mim, ó Senhor?
— Viverei na pureza do meu coração, no meio de toda a minha família. Diante dos olhos eu nunca terei qualquer coisa má, injustiça ou pecado.
— Farei que se cale diante de mim quem é falso e às ocultas difama seu próximo; o coração orgulhoso, o olhar arrogante não vou suportar e não quero nem ver.
— Aos fiéis desta terra eu volto meus olhos; que eles estejam bem perto de mim! Aquele que vive fazendo o bem será meu ministro, será meu amigo.


Homilia:



O Deus compassivo enxugará as suas lágrimas


O texto de hoje é caraterizado pela compaixão, pois tudo nasce de um sentimento espontâneo de Jesus como homem, mas também como Senhor da vida. Ele é o Senhor que tem compaixão dos órfãos e faz justiça às viúvas. E, de repente, Jesus levanta a voz para a viúva e diz: “Não chores!”

O Autor da vida usa o verbo no presente do imperativo para dizer que ela deve parar de chorar, uma vez que não mais vai existir motivo para esse lamento e dor. Quem tem Jesus, deixa de sofrer a morte. E os sofrimentos do tempo presente não têm nada a ver com a glória que há de se revelar no final dos tempos, quando “tudo se consumar em todos”, dirá São Paulo.

Portanto, trata-se de uma palavra de consolação, que prepara uma intervenção, que evitará a causa do pranto. E então, tendo-se adiantado, tocou o caixão. Os portadores, param e Ele diz: “Jovem, a ti digo: levanta-te! E ergueu-se o morto, que começou a falar. E Jesus o entregou a sua mãe.

A ordem de Cristo é imperiosa e contundente. O verbo é imperativo passivo, que podemos traduzir por impessoal ou reflexivo. Jesus é o Senhor dos mortos e estes Lhe obedecem assim como as forças da natureza. “Quem é este a quem os ventos e o mar obedecem?” O morto ergueu-se. E começou a falar. O alento da vida se expressa de novo por meio da fala.

Jesus Cristo tomou o jovem pela mão e o levou até a mãe que não podia acreditar no que seus olhos estavam vendo. No ato há uma reminiscência da atitude de Elias quando, ressuscitado o filho, desceu até o andar térreo para entregá-lo a sua mãe viúva. Além de ser o Senhor dos mortos, Jesus atua como uma cópia de Elias, o antigo profeta, restaurador do verdadeiro culto divino a Javé entre os israelitas. Por isso, a exclamação dos presentes: “Um grande profeta há surgido! Deus visitou seu povo!” E a Sua fama se espalhava por toda a parte.

Num mundo como o atual, em que a ausência do Deus criador entrega ao homem o direito de sua vida e até a faculdade sobre outras vidas sob seu domínio – como no caso dos fetos maternos – é bom refletir sobre esse milagre do Messias. A vida depende de quem a pode dar, não de quem a quer tirar.

Destruir é fácil! Porém, isso não implica direito, mas força; não implica justiça, mas violência. O verdadeiro poder tem como base a construção e o bem, a saúde e a cura. O médico cura, o criminoso mata: aí está a diferença.

Jamais Jesus destruiu um inimigo ou ameaçou um rival. Quem soube recriminar discípulos que queriam botar fogo sobre os que não queriam hospedá-los (cf. Lc 9,54), chorou sobre Jerusalém, prevendo a destruição (cf. Lc 19,41) e advertiu as mulheres que O compadeciam da sina fatal de seus filhos (cf. Lc 23,28), sempre usou Seu poder e Sua autoridade para fazer o bem (cf. At 10,38). Usou Sua autoridade moral para pedir perdão aos inimigos e fazer o bem aos perseguidores (cf. Lc 6,27).

Deriva-se desta conduta uma teologia que tem como base a revolução e a luta pela justiça, que considera inimigos e opressores os mais favorecidos e oprimidos e com direito à retaliação os mais desprotegidos?

No episódio de hoje, vemos como Jesus atua sem ser solicitado, unicamente pela Sua compaixão, como ser humano. Ter piedade dos que sofrem é um exercício aprovado pela atuação d’Ele até tal ponto que opera um milagre com poderes fora do comum. Oxalá esta seja a nossa atitude diante de nossos irmãos!

Padre Bantu Mendonça


fonte:
http://blog.cancaonova.com/homilia/2011/09/13/

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