“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento!’

Evangelho (Mateus 22,34-40)
Sexta-Feira, 20 de Agosto de 2010


Naquele tempo, 34os fariseus ouviram dizer que Jesus tinha feito calar os saduceus. Então eles se reuniram em grupo, 35e um deles perguntou a Jesus, para experimentá-lo: 36“Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?” 37Jesus respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento!’ 38Esse é o maior e o primeiro mandamento. 39O segundo é semelhante a esse: ‘Amarás ao teu próximo como a ti mesmo’. 40Toda a Lei e os profetas dependem desses dois mandamentos”.


Primeira leitura (Ezequiel 37,1-14)

Naqueles dias, 1a mão do Senhor estava sobre mim e por seu espírito ele me levou para fora e me deixou no meio de uma planície cheia de ossos 2e me fez andar no meio deles em todas as direções.
Havia muitíssimos ossos na planície e estavam ressequidos. 3Ele me perguntou: “Filho do homem, será que estes ossos podem voltar à vida?” E eu respondi: “Senhor Deus, só tu o sabes”. 4E ele me disse: “Profetiza sobre estes ossos e dize: Ossos ressequidos, escutai a palavra do Senhor! 5Assim diz o Senhor Deus a estes ossos: Eu mesmo vou fazer entrar um espírito em vós e voltareis à vida.
6Porei nervos em vós, farei crescer carne e estenderei a pele por cima. Porei em vós um espírito, para que possais voltar à vida. Assim sabereis que eu sou o Senhor”.
7Profetizei como me foi ordenado. Enquanto eu profetizava, ouviu-se primeiro um rumor, e logo um estrondo, quando os ossos se aproximaram uns dos outros. 8Olhei e vi nervos e carne crescendo sobre os ossos e, por cima, a pele que se estendia. Mas não tinham nenhum sopro de vida.
9Ele me disse: “Profetiza para o espírito, profetiza, filho do homem! Dirás ao espírito: Assim diz o Senhor Deus: Vem dos quatro ventos, ó espírito, vem soprar sobre estes mortos, para que eles possam voltar à vida”. 10Profetizei como me foi ordenado, e o espírito entrou neles. Eles voltaram à vida e puseram-se de pé: era uma imensa multidão! 11Então ele me disse: “Filho do homem, estes ossos são toda a casa de Israel. É isto que eles dizem: ‘Nossos ossos estão secos, nossa esperança acabou, estamos perdidos!’
12Por isso, profetiza e dize-lhes: Assim fala o Senhor Deus: Ó meu povo, vou abrir as vossas sepulturas e conduzir-vos para a terra de Israel; 13e quando eu abrir as vossas sepulturas e vos fizer sair delas, sabereis que eu sou o Senhor. 14Porei em vós o meu espírito, para que vivais e vos colocarei em vossa terra. Então sabereis que eu, o Senhor, digo e faço – oráculo do Senhor”.


Salmo (Salmos 106)

— Dai graças ao Senhor, porque ele é bom, porque eterna é a sua misericórdia!
— Dai graças ao Senhor, porque ele é bom, porque eterna é a sua misericórdia!

— Que o digam os libertos do Senhor, que da mão dos opressores os salvou e de todas as nações os reuniu, do Oriente, Ocidente, Norte e Sul.
— Uns vagavam, no deserto, extraviados, sem acharem o caminho da cidade. Sofriam fome e também sofriam sede, e sua vida ia aos poucos definhando.
— Mas gritaram ao Senhor na aflição, e ele os libertou daquela angústia. Pelo caminho bem seguro os conduziu para chegarem à cidade onde morar.
— Agradeçam ao Senhor por seu amor e por suas maravilhas entre os homens! Deu de beber aos que sofriam tanta sede e os famintos saciou com muitos bens!

Homilia:

Jesus, ao ser interrogado pelos fariseus, pois havia feito calar os saduceus sobre o maior mandamento existente debaixo do Céu, responde que não há maior mandamento que amar a Deus e, consequentemente, amar o outro.

Esta palavra – amor – hoje em dia, está muito desgastada, “saturada”, banalizada. Perdeu-se a noção e a compreensão do significado dessa palavra. Há um empobrecimento e um esvaziamento na compreensão e no sentido mais profundo do que é amor.

Gosto da definição, acerca do amor, trazida por Madre Tereza de Calcutá. Ela diz que: “o amor é aquilo, que diagnosticamos na carne, ou seja, o amor começa em nossa vida, quando começa a dor a carne”. Ou seja, enquanto não dói a nossa carne, só estamos fazendo o bem; o amor começa quando começa a dor a carne.

Amor não é sentimento, apesar de passar por ele muitas e muitas vezes; amor é decisão, é opção consciente por querer amar, por querer dar a vida pelo outro. Passamos a amar a Deus quando nos deixamos levar pela Sua vontade e não pela nossa; quando começamos a fazer a opção pela vontade d’Ele em nossa vida e não mais pela nossa. Dessa forma, logo nosso ser, – nossa carne –, começa a dor e a doer muito; queremos, a carne grita, pela vontade do nosso corpo, dos nossos sentimentos, dos nossos afetos, dos nossos apetites, sejam eles quais forem eles.

Quando fazemos a opção pelo amor a Deus, como consequência, fazemos a opção pelo amor ao próximo. Aliás, como poderei amar a Deus, que não vejo, se não amo meu irmão que vejo? Incoerência total! O amor pelo Senhor passa pelo irmão; o amor pelo irmão passa, necessariamente, pelo amor ao Senhor.

Costumo dizer: quem não quer sofrer não ame! Pois quem ama, sofre! Quem não quer sofrer não ame, mas tenha certeza de uma coisa: não viverá e, sim, vegetará. Por quê? Porque – repito – o amor começa quando começa a doer a carne.

O amor acontece na concretude da nossa vida, como fruto de decisões livres e conscientes que fazemos em favor dos outros e por amor a Deus. O amor passa pelos sentimentos, mas não pode ser sentimentalismo.

Existem muitas pessoas se perdendo, pois não as estamos amando realmente, ou seja, não as estamos exortando, dizendo as coisas que elas precisam ouvir. Amar significa não dizer o que a pessoa quer ouvir, mas o que ela precisa escutar.

O amor acontece nas realidades mais simples da nossa vida, nas pequenas coisas que somos convidados a fazer pelos outros; ou seja, precisamos entender que amar é fazer concretamente o que deve ser feito, a partir das pequenas coisas, pois grandes coisas qualquer desesperado faz. Gosto muito deste exemplo: uma pessoa que está prestes a perder a esposa, como muita facilidade consegue descer de um prédio de vinte andares, com uma rosa na mão e dizer para todos que a ama. Difícil é dizer, na simplicidade do dia, todos os dias da vida, que ama a esposa. Repito, grandes coisas qualquer pessoa desesperada faz. Claro, estava prestes a perder a esposa e o casamento neste caso…

Amemos, irmãos e irmãs, a todos e a Deus, com gestos concretos, pois de promessas e de desejos o inferno também está cheio. Amar dói; mas tudo que faz doer cura!

Padre Pacheco
Comunidade Canção Nova

fonte: http://blog.cancaonova.com/homilia/

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