"Quem se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado."


Evangelho (Mateus 23,1-12)
Sábado, 21 de Agosto de 2010


Naquele tempo, 1Jesus falou às multidões e aos seus discípulos: 2“Os mestres da Lei e os fariseus têm autoridade para interpretar a Lei de Moisés. 3Por isso, deveis fazer e observar tudo o que eles dizem. Mas não imiteis suas ações! Pois eles falam e não praticam. 4Amarram pesados fardos e os colocam nos ombros dos outros, mas eles mesmos não estão dispostos a movê-los, nem sequer com um dedo.5Fazem todas as suas ações só para serem vistos pelos outros. Eles usam faixas largas, com trechos da Escritura, na testa e nos braços, e põem na roupa longas franjas.6Gostam de lugar de honra nos banquetes e dos primeiros lugares nas sinagogas. 7Gostam de ser cumprimentados nas praças públicas e de serem chamados de Mestre. 8Quanto a vós, nunca vos deixeis chamar de Mestre, pois um só é vosso Mestre e todos vós sois irmãos.9Na terra, não chameis a ninguém de pai, pois um só é vosso Pai, aquele que está nos céus. 10Não deixeis que vos chamem de guias, pois um só é o vosso Guia, Cristo. 11Pelo contrário, o maior dentre vós deve ser aquele que vos serve. 12Quem se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado”.

Primeira leitura (Ezequiel 43,1-7a)

1O homem conduziu-me até a porta da casa do Senhor que dá para o nascente, 2e eu vi a glória do Deus de Israel, vinda do oriente; um ruído a acompanhava, semelhante ao ruído de águas caudalosas, e a terra brilhava com a sua glória.
3A visão era idêntica à visão que tive quando ele veio destruir a cidade, bem como à visão que tive junto ao rio Cobar; e eu caí com o rosto no chão. 4A glória do Senhor entrou no Templo pela porta que dá para o nascente. 5Então o espírito raptou-me e me levou para dentro do pátio interno e eu vi que o Templo ficou cheio da glória do Senhor.
6Ouvi alguém falando-me de dentro do Templo, enquanto o homem esteve de pé junto a mim. 7aEle me disse: “Filho do homem, este é o lugar do meu trono, é o lugar em que coloco a planta dos meus pés, o lugar onde habitarei para sempre no meio dos israelitas”.

Salmo (Salmos 84)

— A glória do Senhor habitará em nossa terra.
— A glória do Senhor habitará em nossa terra.

— Quero ouvir o que o Senhor irá falar: é a paz que ele vai anunciar; Está perto a salvação dos que o temem, e a glória habitará em nossa terra.
— A verdade e o amor se encontrarão, a justiça e a paz se abraçarão; da terra brotará a fidelidade, e a justiça olhará dos altos céus.
— O Senhor nos dará tudo o que é bom, e a nossa terra nos dará suas colheitas; a justiça andará na sua frente e a salvação há de seguir os passos seus.



Homilia:

O Evangelho de hoje nos mostra e nos leva a rezar e a refletir sobre uma das maiores exortações que Jesus faz aos discípulos e a cada um de nós: sobre a postura que devemos ter em relação a Deus e aos outros. Em suma: o maior deve ser aquele que serve e não aquele que aparece.

Pelo batismo, quando nos tornamos filhos e filhas de Deus, em Jesus nos foi dada certa autoridade, ou seja, autoridade de realizarmos aquilo que o Senhor realizou e Ele acrescentou: “Quem crer verdadeiramente em mim fará o que eu faço e fará obras maiores ainda” (Jo 14, 12b). Todavia, precisamos entender o que significa esta autoridade na Igreja.

Falando de autoridade, logo nos vem à mente o que aconteceu na comunidade de Filipo. Essa comunidade era muito querida e amada por São Paulo; é da prisão que o apóstolo escreve a Carta aos Filipenses, pois algo muito estranho começa a acontecer no interior desse grupo. A comunidade de Fipipo era uma comunidade na qual os dons e os carismas eram vividos com muita intensidade, fidelidade e amor; a caridade, o temor a Deus e a vida fraterna são o cartão postal desta comunidade de fiéis. Todavia, aqueles de maior relevância, devido ao ministério no interior do grupo, começam a fazer disso não um motivo para servir, mas para se vangloriar, se colocar acima dos irmãos. É nesse contexto que o apóstolo dos gentios escreve aos Filipenses, colocando, no capítulo 2, o que significa autoridade da Igreja, que é a autoridade de Cristo: “Cristo, sendo de condição divina, não fez disso um motivo de usurpação, mas assumindo a condição humana esvaziou-se fazendo-se igual a todos; por isso, Deus o exaltou.”

Por causa do pecado original, corremos sempre o risco de fazer como os fariseus e agir de modo pior do que eles, ou seja, conforme os nossos dons e talentos começam a aparecer na vida da comunidade, vamos nos sentindo maiores que os outros; vamos nos dando uma importância que é inexistente diante de Deus. As próprias pessoas vão enchendo “a nossa bola”- até estourar, pois depois que estourar não sobrará ninguém para ajuntar os cacos. Aliás, temos que admitir uma coisa: a maioria das pessoas não nos amam; elas se amam em nós. Enquanto temos algo para oferecer, somos as pessoas mais amigas e queridas; quando só temos nós para dar, e passamos a precisar dos outros, passamos a não mais servir.

Em Cristo, pelo batismo, passamos a ser possuidores de uma autoridade: a autoridade de Cristo, a autoridade da Igreja, a qual foi demonstrada por Jesus Cristo no momento da instituição da Eucaristia, quando tomou uma toalha e uma bacia com água e foi ao encontro dos pés dos irmãos para servi-los. Para dizer que autoridade da Igreja, a qual todos temos, significa serviço gratuito com amor, entrega e oblação. Quando mais doer na carne a vivência deste serviço, tanto mais estaremos amando e, consequentemente, vivendo a autoridade.

Sirvamos, meus irmãos! Sirvamos com alegria. Não busquemos postos, status, grandes cargos, pois isso tudo passa. Busquemos viver a autoridade que já possuímos, aquela recebida de Cristo: o serviço, a começar por aqueles que menos terão a oportunidade de retribuir. “O maior dentre vós será vosso servo. Aquele que se exaltar será humilhado, e aquele que se humilhar será exaltado” (Mt 23, 11-).


Padre Pacheco
Comunidade Canção Nova

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