“O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens. Eles o matarão, mas no terceiro dia ele ressuscitará”.

Naquele tempo, 22quando Jesus e os seus discípulos estavam reunidos na Galileia, ele lhes disse: “O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens. 23Eles o matarão, mas no terceiro dia ele ressuscitará”. E os discípulos ficaram muito tristes. 24Quando chegaram a Cafarnaum, os cobradores do imposto do Templo aproximaram-se de Pedro e perguntaram: “O vosso mestre não paga o imposto do Templo?” 25Pedro respondeu; “Sim, pa­ga”. Ao entrar em casa, Jesus adiantou-se, e perguntou: “Simão, que te parece: Os reis da terra cobram impostos ou taxas de quem: dos filhos ou dos estranhos?” 26Pedro respondeu: “Dos estranhos!” Então Jesus disse: “Logo os filhos são livres. 27Mas, para não escandalizar essa gente, vai ao mar, lança o anzol, e abre a boca do primeiro peixe que pescares. Ali encontrarás uma moeda; pega então a moeda e vai entregá-la a eles, por mim e por ti”.
Evangelho (Mateus 17,22-27)
Segunda-Feira, 9 de Agosto de 2010


Primeira leitura (Ezequiel 1,2-5.24-28c)
Leitura da Profecia de Eze­quiel.


2No dia cinco do mês – esse era o quinto ano do exílio do rei Joaquim –, 3a palavra do Senhor foi dirigida a Ezequiel, filho do sacerdote Buzi, na terra dos caldeus, junto ao rio Cobar. Foi ali que a mão do Senhor esteve sobre ele. 4Eu vi que um vento impetuoso vinha do norte, uma grande nuvem envolta em claridade e relâmpagos; no meio brilhava algo como se fosse ouro incandescente. 5No centro aparecia a figura de quatro seres vivos. Este era o seu aspecto: cada um tinha a figura de homem. 24E eu ouvi o rumor de suas asas: Era como um estrondo de muitas águas, como a voz do Poderoso. Quando se moviam, o seu ruído era como o barulho de um acampamento; quando paravam, eles deixavam pender as asas. 25O ruído vinha de cima do fir­ma­mento, que estava sobre suas cabeças. 26Acima do fir­mamento que estava sobre as cabeças, havia algo parecido com safira, uma espécie de trono, e sobre essa espécie de trono, bem no alto, uma figura com aparência humana.27E eu vi como que um brilho de ouro incandescente, envolvendo essa figura como se fosse fogo, acima daquilo que parecia ser a cintura; abaixo daquilo que parecia ser a cintura vi algo como fogo e, em sua volta, um círculo luminoso. 28cEsse círculo luminoso tinha o mesmo aspecto do arco-íris, que se forma nas nuvens em dia de chuva. Tal era a aparência visível da glória do Senhor. Ao vê-la, caí com o rosto no chão.


Salmo (Salmos 148)

— Da vossa glória estão cheios o céu e a terra.
— Da vossa glória estão cheios o céu e a terra.

— Louvai o Senhor Deus nos altos céus, louvai-o no excelso firmamento! Louvai-o, anjos seus, todos louvai-o, louvai-o, legiões celestiais!
— Reis da terra, povos todos, bendizei-o, e vós, príncipes e todos os juízes; e vós, jovens, e vós, moças e rapazes, anciãos e criancinhas, bendizei-o!
— Louvem o nome do Senhor, louvem-no todos, porque somente o seu nome é excelso! A majestade e esplendor de sua glória ultrapassam em grandeza o céu e a terra.
— Ele exaltou seu povo eleito em poderio, ele é o motivo de louvor para os seus santos. É um hino para os filhos de Israel, este povo que ele ama e lhe pertence.

Homilia:

Quem ama não cobra

Cafarnaum era uma cidade muito importante no tempo de Jesus; aliás, era tão importante que foi estratégico para Ele fazer da casa de Pedro – que era em Cafarnaum – a sua segunda casa. Cafarnaum era passagem de muitas pessoas; ali acontecia muito giro de dinheiro, fruto da comercialização que acontecia pelo fato de transitarem muitas e muitas pessoas. Foi lugar estratégico no ministério de Cristo, fato este que 80% do Seu ministério se deu neste lugar; era estratégico para anunciar a Boa Nova do Reino.

Neste lugar, pela realidade econômica, pois muito dinheiro girava, é a justificativa de ali ter sido criado um ponto de coletoria de impostos; quem era o coletor de impostos deste lugar até Jesus chamar para ser apóstolo? Levi – que passou a se chamar Mateus.

É numa destas ocasiões que Pedro é surpreendido com a pergunta acerca do pagamento de impostos que era cobrado dos estranhos, daqueles que não eram filhos daquele lugar; eles questionam o Senhor sobre o não pagamento – aparentemente. Para dizer que Jesus não era visto como filho daquele povo, daquela cultura; ou seja, a indiferença para com Cristo era nítida.

O Senhor surpreende Pedro, ao chegar em casa, com uma pergunta, mais ou menos assim: “Não é dos estranhos, daqueles que não são filhos que devem cobrar o devido imposto?” Imposto este que era destinado ao templo. Pedro confirma o que Jesus diz. Para não escandalizá-los o Senhor pede ao apóstolo [Pedro] que tome uma moeda da boca de um peixe – o primeiro que fosse apanhar – para dar de imposto à pessoa encarregada.

Na vida, corremos o risco de entrar e viver semelhante indiferença. Podemos, em nossa vida, ter Jesus não como Alguém íntimo nosso, mas como uma Pessoa estranha. Tudo pelo fato de não vivermos em comunhão com Ele. Daí, quando as coisas ficam difíceis somos os primeiros a cobrar algo: em vez de uma moeda – imposto – cobramos que o Senhor venha em auxílio às nossas necessidades, vivendo uma vida de interesse para com o Senhor.

Muitas e muitas vezes, temos Jesus Cristo como um verdadeiro garçom, empregado, alguém que deve estar disponível para satisfazer os nossos caprichos. Jogamos com Deus, cobramos tudo – tudo deve ser do meu jeito, na minha hora e o que eu quero; e Jesus deve obedecer; se algo não sai como eu quero, brigo, cobro, exijo. E depois queremos perguntar por que a vida não está indo bem? É muito disparate da nossa parte!

Daqueles que são íntimos do meu coração eu não posso cobrar nada, não posso exigir nada… preciso é viver uma profunda intimidade com estas pessoas, a começar pela Pessoa de Jesus, pois não existe realidade mais íntima em cada um de nós do que a Pessoa viva e ressuscitada de Jesus, meus irmãos e irmãs! Tomemos consciência disso, urgentemente, de uma vez por todas!

Da pessoa amada não temos o direito de cobrar nada; temos o direito de cobrar de nós: amor, respeito, intimidade, postura; principalmente se o amor da nossa vida deve ser Deus!

Padre Pacheco
Comunidade Canção Nova

http://blog.cancaonova.com/homilia/

Comentário ao Evangelho

UM GESTO DE LIBERDADE


A comunidade primitiva via-se às voltas com o problema da relação com o judaísmo, e tudo quanto lhe dizia respeito. Havia os defensores da observância dos costumes e tradições judaicos; havia, também, quem postulava liberdade em relação às coisas do passado.
O episódio evangélico parece situar Jesus e Pedro no primeiro grupo. Contudo, a conduta do Mestre revela prudência, ou seja, evitar escandalizar quem não estivesse preparado para defrontar-se com um gesto de liberdade. Em última análise, seu pensamento segue numa direção bem diferente.
O pagamento do imposto ao templo era obrigatório para todo israelita, mesmo para os que habitavam fora da Palestina. Os cobradores do imposto, ao interrogar Pedro sobre o costume de Jesus a respeito desse imposto, suspeitavam que o Mestre se recusava a pagá-lo, numa forma de ruptura com os esquemas sócio-religiosos da época. O discípulo lhes respondeu: "Sim, paga!" E foi pedir a Jesus a soma suficiente para cumprir essa obrigação.
Este não põe dificuldade, mas reflete com Pedro a respeito do que estão fazendo. De fato, por ser Filho (de Deus), está isento desta obrigação geral. No entanto, está disposto a abrir mão desse seu direito, só para não ser motivo de escândalo. Foi suficientemente livre para fazer algo sem sentido. Contudo, nessa situação, era mais importante não indispor os cobradores de impostos em relação à fé.

Prece
Espírito de liberdade, torna-me capaz de abrir mãos de certos direitos, quando estiver em jogo os interesses do Reino na vida das pessoas.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês.)

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