Se alguém me serve, meu Pai o honrará

Naquele tempo disse Jesus a seus discípulos: 24“Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo; mas se morre, então produz muito fruto.25Quem se apega à sua vida, perde-a; mas quem faz pouca conta de sua vida neste mundo conservá-la-á para a vida eterna. 26Se alguém me quer servir, siga-me, e onde eu estou estará também o meu servo. Se alguém me serve, meu Pai o honrará”.
Evangelho (João 12,24-26)
Terça-Feira, 10 de Agosto de 2010


Primeira leitura (2º Coríntios 9,6-10)
Leitura da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios.


Irmãos, 6“Quem semeia pouco colherá também pouco e quem semeia com largueza colherá também com largueza”. 7Dê cada um conforme tiver decidido em seu coração, sem pesar nem constrangimento; pois Deus “ama quem dá com alegria”.
8Deus é poderoso para vos cumular de toda sorte de graças, para que, em tudo, tenhais sempre o necessário e ainda tenhais de sobra para toda obra boa, 9como está escrito: “Distribuiu generosamente, deu aos pobres; a sua justiça permanece para sempre”. 10Aquele que dá a semente ao semeador e lhe dará o pão como alimento, ele mesmo multiplicará as vossas sementes e aumentará os frutos da vossa justiça.


Salmo (Salmos 111)

— Feliz o homem caridoso e prestativo!
— Feliz o homem caridoso e prestativo!

— Feliz o homem que respeita o Senhor e que ama com carinho sua lei! Sua descendência será forte sobre a terra, abençoada a geração dos homens retos!
— Feliz o homem caridoso e prestativo, que resolve seus negócios com justiça. Porque jamais vacilará o homem reto, sua lembrança permanece eternamente!
— Ele não teme receber notícias más: confiando em Deus, seu coração está seguro. Seu coração está tranquilo e nada teme, e confusos há de ver seus inimigos.
— Ele reparte com os pobres os seus bens, permanece para sempre o bem que fez, e crescerão a sua glória e seu poder.




Homilia:

Hoje celebramos a memória de São Lourenço, que foi diácono e é mártir da Igreja. Foi sinal do Reino de Deus no trabalho em favor dos pobres. Suportou com muita firmeza a dor atroz numa grelha, depois de distribuir os bens da comunidade aos pobres, por ele chamados de verdadeiros tesouros da Igreja.

São Lourenço viveu a Palavra de Deus – e nós somos chamados a viver o seu exemplo no que se refere ao morrer pela causa do Reino – morreu como o grão de trigo que cai na terra, para que pudesse ter a vida em Deus. Quem não entrega a sua vida pela causa do Reino, este sim morre de verdade; o grão quando cai na terra morre produzindo vida; quando não cai na terra permanece somente grão. Como podemos entender isso partindo do pressuposto do batismo que recebemos, no qual fomos convidados a morrer com Cristo, para que pudéssemos ressurgir como filhos de Deus?

Uma vida surge, acontece, passa a existir, quando o espermatozóide do pai se une com o óvulo da mãe; neste instante acontece a vida, já naquela realidade chamada embrião. No nosso batismo acontece a mesma coisa, ou seja, surge uma vida: já não somos mais simplesmente algo criado, como um espermatozóide e um óvulo, mas somos uma pessoa, filho, filha de Deus. O útero onde passamos a ser formados – a partir da realidade do nosso batismo – chama-se Igreja. Na Igreja surge, acontece esta nova vida – cada um de nós – e vamos nos desenvolvendo para um dia morrer, morte esta que é nascimento para a vida eterna.

Conforme vamos nos desenvolvendo no útero materno – na Igreja – cujo cordão umbilical, realidade esta de onde provém o alimento, nada mais é que a caridade, a Eucaristia e a Palavra de Deus são nossos alimentos por excelência. Conforme nos desenvolvemos – e isso leva toda a vida – vamos nos preparando para a morte, momento do nascimento para Deus, para a eternidade.

No momento do nascimento para a eternidade – o término da nossa existência neste mundo – temos como o grande Médico, para o parto, o Cordeiro de Deus, o Filho de Deus; sairemos com muita força deste útero chamado Igreja, para nascer para Deus. Não devemos nos preocupar, pois no momento do nascimento não cairemos no chão, o Cordeiro – Médico dos médicos – nos segurará com muito amor, pois Ele não perdeu nenhum daqueles que o Pai confiou a Ele. Ao nos acolher, ensanguentados, sujos, de nossas misérias e pecados, o Cordeiro de Deus nos levará – como o médico leva a criança ao peito da mãe assim que nasce – para o colo de Deus Pai e o Pai dirá: “Filho! Este é o meu filho, Filho…! Filho, ele é teu filho, porque tu és o meu Filho…! Ele é filho em você, meu Filho…! É preciso festejar, pois o anfitrião da festa chegou: o meu filho, Filho.” Neste instante, o Pai não vê o sangue e a sujeira que trazemos, fruto de nossas misérias e pecados, mas só percebe o Sangue do Cordeiro, que se misturou ao nosso e tomou conta de nós, que acabamos de nascer para Deus.

É exatamente isso que aconteceu com São Lourenço e acontecerá com cada um de nós; para dizer que morrer como um grão de trigo significa morrer para tudo aquilo que não contribui para esta gestação que estamos vivendo no útero da Santa Mãe Igreja e conservar a vida, sem morrer, significa ficarmos presos em nós, nos abortando. Este ventre não aborta seus filhos; são os filhos que se abortam.

Diante de tamanho amor, devemos fazer uma pergunta muito séria: como temos coragem de perseguir, caluniar, não defender e não amar esta mãe, chamada Igreja, onde somos gestados para Deus? Tomemos consciência e não nos abortemos, pois somos filhos no Filho; grão de trigo na terra fértil, que é a Igreja.

Padre Pacheco
Comunidade Canção Nova

fonte: http://blog.cancaonova.com/homilia/

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