"Ninguém, depois de beber vinho velho, deseja vinho novo; porque diz: o velho é melhor”.

Evangelho (Lucas 5,33-39)
Sexta-Feira, 3 de Setembro de 2010


Naquele tempo, 33os fariseus e os mestres da Lei disseram a Jesus: “Os discípulos de João, e também os discípulos dos fariseus, jejuam com frequência e fazem orações. Mas os teus discípulos comem e bebem”. 34Jesus, porém, lhes disse: “Os convidados de um casamento podem fazer jejum enquanto o noivo está com eles? 35Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, naqueles dias, eles jejuarão”.
36Jesus contou-lhes ainda uma parábola: “Ninguém tira retalho de roupa nova para fazer remendo em roupa velha; senão vai rasgar a roupa nova, e o retalho novo não combinará com a roupa velha. 37Ninguém põe vinho novo em odres velhos; porque, senão, o vinho novo arrebenta os odres velhos e se derrama; e os odres se perdem. 38Vinho novo deve ser posto em odres novos. 39E ninguém, depois de beber vinho velho, deseja vinho novo; porque diz: o velho é melhor”.

Primeira leitura (1º Coríntios 4,1-5)
Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios.


Irmãos, 1que todo o mundo nos considere como servidores de Cristo e administradores dos mistérios de Deus. 2A este respeito, o que se exige dos administradores é que sejam fiéis. 3Quanto a mim, pouco me importa ser julgado por vós ou por algum tribunal humano. Nem eu me julgo a mim mesmo. 4É verdade que a minha consciência não me acusa de nada. Mas não é por isso que eu posso ser considerado justo. 5Quem me julga é o Senhor. Portanto, não queirais julgar antes do tempo. Aguardai que o Senhor venha. Ele iluminará o que estiver escondido nas trevas e manifestará os projetos dos corações. Então, cada um receberá de Deus o louvor que tiver merecido.


Salmo (Salmos 36)

— A salvação de quem é justo vem de Deus.
— A salvação de quem é justo vem de Deus.

— Confia no Senhor e faze o bem, e sobre a terra habitarás em segurança. Coloca no Senhor tua alegria, e ele dará o que pedir teu coração.
— Deixa aos cuidados do Senhor o teu destino; confia nele, e com certeza ele agirá. Fará brilhar tua inocência como a luz, e o teu direito, como o sol do meio-dia.
— Afasta-te do mal e faze o bem, e terás tua morada para sempre. Porque o Senhor Deus ama a justiça, e jamais ele abandona os seus amigos.
— A salvação dos piedosos vem de Deus; ele os protege nos momentos de aflição. O Senhor lhes dá ajuda e os liberta, defende-os e protege-os contra os ímpios, e os guarda porque nele confiaram.



fonte: http://www.webtvcn.com


Homilia:

Padre Pacheco
Comunidade Canção Nova


Os fariseus e os mestres da Lei questionam Jesus acerca da postura de Seus discípulos; eles dizem que os discípulos de João e os discípulos deles [fariseus] se ocupam muito com jejuns e orações, enquanto que os discípulos de Jesus só se preocupam em comer e beber. O que está por trás deste “comer e beber” questionado pelos fariseus e mestres da Lei e defendido por Cristo?

Na parábola trazida pelo Senhor, a centralidade da mensagem é que não há como pôr remendo novo em pano velho e que não há como pôr vinho novo em odres velhos. Ou seja, é impossível que venha a nascer um ser humano novo, na santidade de vida, se antes não for transformada a humanidade dessa pessoa, isto é, antes de ser formado o homem de Deus, a mulher de Deus, é preciso que seja formada a humanidade porque a graça supõe a natureza.

O que Jesus quer dizer com isso é que o maior investimento, num primeiro momento, sob a graça de Deus, que Ele quer fazer em nós, é formar a nossa humanidade; a conversão de vida começa pelo humano. É impossível nascer o santo se antes não nasceu o ser humano. O “comer e beber” dos discípulos de Jesus quer dizer que esses hábitos são faculdades básicas das necessidades humanas; a primeira coisa que um ser humano aprende ao nascer é se alimentar, é ser gente. Nosso Senhor Jesus, ao chamar cada um de nós, nos chama para estarmos com Ele; e estarmos com Ele somos convidados a aprender tudo aquilo que consiste o ser humano até chegarmos à santidade de vida.

Quando a realidade é contrária a isso, a espiritualidade – os grandes jejuns e orações – se tornam fuga, máscaras, subterfúgios, tudo, menos uma espiritualidade madura e santificante. Agora, quando a espiritualidade começa a acontecer numa humanidade em desenvolvimento, a santidade nasce de forma transformadora.

O que o Senhor está nos dizendo não é que jejuar e rezar não sejam importantes; pelo contrário; o que quer nos dizer é que, antes de uma grande ascese, a prioridade é a reeducação de vida, de virtudes, de valores. Somos cercados de todos os lados por muitas e muitas pessoas que são totalmente deseducadas. Basta que entremos num ônibus para perceber que, raramente, alguém se levanta para dar lugar a uma grávida, idoso ou deficiente físico… Percebemos raríssimos casos de educação daquelas pessoas que nos servem por onde passamos; até pensamos que as pessoas são obrigadas a nos servirem pelo fato do valor em dinheiro que um estabelecimento comercial nos cobra para que nos seja prestado um serviço.

Não há valor que pague um gesto de caridade, de serviço… Quantas pessoas não sabem se portar diante de outras e em determinados lugares. Frente a isso – num primeiro momento: o que adianta jejuar e rezar se antes não existir o esforço em ser gente, com educação, honestidade e com valores?

Deus, por meio dos profetas, sempre repudiou certas atitudes de práticas espirituais vazias. Quantas vezes O vemos dizer coisas assim: Retirai de minha frente estes sacrifícios, estas falsas orações, estes grandes jejuns, esta mentirada toda revestida de atitudes de santidade, porque vossos corações estão corrompidos de mentiras, de injustiças, de maldades, de fraudes… quero misericórdia e não sacrifício! (Cf. Os 6,6).

Sejamos gente, homens e mulheres com valores e virtudes, para depois querermos ser santos. Caso contrário, viveremos numa eterna mentira e numa constante hipocrisia, a exemplo dos fariseus e mestres da Lei. Rasguemos os panos velhos e quebremos os odres velhos do homem velho, para que a veste nova, o odre novo de um homem novo aconteça e nasça em nós. Daí sim, terão sentido nossas orações e nossos jejuns!


por: Padre Bantu Mendonça K. Sayla

No Evangelho de hoje, Jesus responde à pergunda dos judeus através de duas parábolas: do remendo e dos odres. O Mestre quer com elas mostrar que o judaísmo antigo está gasto. É preciso remendá-lo e não dá, porque a nova forma de religião, o cristianismo, não poderia encaixar dentro de estruturas velhas e impossíveis de se reformar. Tudo deve ser novo, como são os odres onde se deve colocar o vinho novo. Para os presos à tradição estas palavras de Jesus eram duras, e não se referiam unicamente ao jejum, mas a toda a estrutura religiosa levantada sobre uma tradição mais humana do que propriamente bíblica, como dirá Jesus.

O Antigo Testamento não pode servir como referência essencial da verdadeira religião por Jesus promulgada. Jesus nos chama odres novos que devemos recebê-lo porque Ele é o Vinho Novo. Pois do contrário os fariseus estariam no verdadeiro caminho da salvação, o que foi tudo o contrário. E Jesus no-lo demosntra várias vezes e sobretudo quando diz: o maior nascido de mulher, é menor que o menor no Reino dos céus ao referir-se a João Batista (Mt 11,11).

Ele é o esposo que está com seus amigos no meio das bodas e por isso os seus eles não podem jejuar. Assim sendo, o amor se transforma em gozo com a presença de Jesus.

O jejum, unido à penitência, não é um elemento essencial do cristianismo, e somente quando da ausência de Jesus será conveniente e, associado com a oração, meio de implorar a presença do Espírito para momentos de decisões especiais, como Jesus fez no início de sua vida pública. O jejum atual é mais uma recordação do que um instrumento de penitência. Dos três elementos que na quaresma a Igreja determina, é o menos praticado e talvez o menos entendido pelos fiéis. Constitui a penitência com respeito a si mesmo, para que o corpo não seja o último a ditar as ordens e o espírito seja dominado pela carne. É o jejum ascético que pode se transformar em jejum expiatório, como penitência.

Jesus toma o lugar de Jahveh com uma nova característica: Ele é o amigo, o íntimo, no qual o homem encontra um amor especial que recebe e dá como um igual ou semelhante. O Verbo escolhe o homem como sua morada revestido de humanidade dirá Paulo e também os homens como seus íntimos.

O discípulo de Jesus, batizado em nome da Trindade, aquele que está em comunhão quer eclesial quer sacramental está “obrigado” pelo próprio Jesus a ser o pano, o odre novo. Alías, as palavras pano sem estrear e manto velho estão escolhidas propositadamente. Significam a incompatibilidade da mentalidade antiga para receber as verdades e as práticas do Reino. O exclusivismo judeu, a circuncisão, as leis de impureza, o sábado e o templo não seriam mais os referenciais dos novos tempos. Porque os verdadeiros adoradores hão de adorar a Deus em espírito e vida. Como cristãos somos chamados e “obrigados” a abandonar orgulho, fonte da hipocrisia e o desprezo aos pobres e excluídos. O espírito do reino de serviço e humildade não entrava dentro da ambição reinante.

Se a primeira comparação, o pano era uma lição dada aos conterrâneos, a segunda os odres é um aviso aos discípulos: não queirais transvasar o espírito e as verdades do Reino a antigas e caducas instituições. O vinho indica, a alegria do banquete que não deve faltar na nossa mesa. Assim, o espírito de amizade deve substituir o espírito de formalismo e temor da AT. O Vinho Novo é o sangue de Jesus, que deve ser recebido em odres novos que é o meu e o teu coração. Porque quem come e bebe o Corpo e o Sangue de Jesus indignamente, come e bebe a própria condenação. Antes de te aproximar do Banquete Eucarístico, purifique, lave, confesse os teus pecados, porque VINHO NOVO EM ODRES NOVOS.

fonte: http://blog.cancaonova.com/homilia

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