“Senhor, ensina-nos a rezar!"

Evangelho (Lucas 11,1-4)
Quarta-Feira, 6 de Outubro de 2010


1Um dia, Jesus estava rezando num certo lugar. Quando terminou, um de seus discípulos pediu-lhe: “Senhor, ensina-nos a rezar, como também João ensinou a seus discípulos”. 2Jesus respondeu: “Quando rezardes, dizei: ‘Pai, santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino. 3Dá-nos a cada dia o pão de que precisamos, 4e perdoa-nos os nossos pecados, pois nós também perdoamos a todos os nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação’”.

Primeira leitura (Gálatas 2,1-2.7-14)Leitura da Carta de São Paulo aos Gálatas.

Irmãos, 1catorze anos mais tarde, subi, de novo, a Jerusalém, com Barnabé, levando também Tito comigo. 2Fui lá, por causa de uma revelação. Expus-lhe o evangelho que tenho pregado entre os pagãos, o que fiz em particular aos líderes da Igreja, para não acontecer estivesse eu correndo em vão ou tivesse corrido em vão. 7Pelo contrário, viram que a evangelização dos pagãos foi confiada a mim, como a Pedro foi confiada a evangelização dos judeus. 8De fato, aquele que preparou Pedro para o apostolado entre os judeus preparou-me também a mim para o apostolado entre os pagãos. 9Reconhecendo a graça que me foi dada, Tiago, Cefas e João, considerados as colunas da Igreja, deram-nos a mão, a mim e a Barnabé, como sinal de nossa comunhão recíproca. Assim ficou confirmado que nós iríamos aos pagãos e eles iriam aos judeus. 10O que nos recomendaram foi somente que nos lembrássemos dos pobres. E isso procurei fazer sempre, com toda solicitude. 11Mas, quando Cefas chegou a Antioquia, opus-me a ele abertamente, pois ele merecia censura. 12Com efeito, antes que chegassem alguns da comunidade de Tiago, ele tomava refeição com os gentios. Mas, depois que eles chegaram, Cefas começou a esquivar-se e a afastar-se, por medo dos circuncidados. 13E os demais judeus acompanharam-no nessa dissimulação, a ponto de até Barnabé se deixar arrastar pela hipocrisia deles. 14Quando vi que não estavam procedendo direito, de acordo com a verdade do Evangelho, disse a Cefas, diante de todos: “Se tu, que és judeu, vives como pagão e não como judeu, como podes obrigar os pagãos a viverem como judeus?”


Salmo (Salmos 116)

— Ide por todo mundo, e a todos pregai o Evangelho!
— Ide por todo mundo, e a todos pregai o Evangelho!

— Cantai louvores ao Senhor, todas as gentes, povos todos, festejai-o!
— Pois comprovado é seu amor para conosco, para sempre ele é fiel!




fonte: http://www.webtvcn.com


Homilia:


Jesus, ensina-nos a rezar
por: Pe. Pacheco

A oração constitui um dos elementos fundamentais da nossa vida espiritual. Aliás, é Santa Tereza de Ávila quem vai dizer: “Quem reza se salva; quem não reza se condena”. Jesus, como vemos no Evangelho de hoje é Filho do Pai e, porque é Filho, não pode estar em outro lugar, que não seja junto do Pai, chamando-o de Abba – pai, papaizinho! A maior graça que possuímos, que nos foi dado no Batismo, é podermos chamar Deus de Pai; podemos e devemos chamá-Lo, pois somos seus filhos no Filho.

Se somos filhos – e somos – precisamos estar constantemente na casa do Pai, pois o lugar dos filhos é em casa, junto do Pai. Jesus é este, que sempre encontra-se retirado, em profunda oração a Deus.

Mas, o que é a oração? Os discípulos querem aprender e perguntam a Jesus como rezar. A oração é o colóquio de amor entre duas pessoas que se amam; é o diálogo mais profundo da vida e da alma com Deus, na certeza de que posso derramar a minha vida – com tudo que ela compõe – na presença do Deus-amor.

A essência da minha oração jamais será a fidelidade, pois sempre estou em oração. Jamais será a piedade – estar todo inteiro na oração, porque tudo isso é conseqüência da oração. A essência da oração é a verdade, a minha verdade acerca de tudo aquilo que sou, vivo e estou sentindo; na verdade, reza quem toma a atitude de rasgar as vestes na presença do Senhor. Aliás, os maiores homens e mulheres da Sagrada Escritura sempre tomaram a decisão de rasgar as vestes diante de Deus. O que significa rasgar as vestes? Significa desnudar-se diante de Deus; significa arrancar as mascaras de hipocrisia diante do Senhor, igualzinho o publicano que sobe ao templo para rezar.

Diante do Senhor, o assunto que Deus quer tratar conosco, não é acerca das nossas qualidades ou nossos dons, daquilo que temos de maravilhoso e santo. Tudo isso, no máximo, o Senhor quer que venhamos a agradecer e a colocar a serviço dos irmãos, pois tudo isso veio de Deus; é graça, é dom. O assunto que o Senhor quer falar conosco é sobre tudo aquilo que está em nós, que não veio d’Ele, como nossos pecados, nossas misérias, nossas infidelidades, nossas feridas. Ele quer transformar tudo isso, curando o nosso coração, ele quer transformar tudo isso em dom, em carisma, em vida para dar vida aos outros.

A oração de Jesus era constituída de um pólo totalizante, ou seja, Ele rezava a vida toda e toda a vida.

Tudo era oração em Jesus; tudo era matéria prima de encontro com o Pai. O grande carro-chefe da nossa oração é a confiança. Jesus confia no Pai, ou seja, Ele quer nos ensinar que do Pai só pode vir o que há de melhor para a nossa salvação e realização. Devemos confiar, pois pode um pai dar coisas más para os seus filhos? Se pode, nos convençamos de uma coisa: este é tudo, menos pai, pois do pai – se este é pai de verdade – só pode vir coisas maravilhosas.

Todavia, o “vaso” que colherá todas estas maravilhas que o pai derrama sobre seus filhos, chama-se confiança. Com confiança, pedi e recebereis. Jesus, eu confio em vós.

Padre Pacheco
Comunidade Canção Nova
fonte: http://blog.cancaonova.com/homilia/

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