"O que é elevado aos olhos dos homens é abominável aos olhos de Deus".

Evangelho (Lucas 16, 9-15)

Disse Jesus: fazei-vos amigos com a riqueza injusta, para que, no dia em que ela vos faltar, eles vos recebam nos tabernáculos eternos.
10 Aquele que é fiel nas coisas pequenas será também fiel nas coisas grandes. E quem é injusto nas coisas pequenas, sê-lo-á também nas grandes.
11 Se, pois, não tiverdes sido fiéis nas riquezas injustas, quem vos confiará as verdadeiras?
12 E se não fostes fiéis no alheio, quem vos dará o que é vosso?
13 Nenhum servo pode servir a dois senhores: ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de aderir a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro.
14 Ora, ouviam tudo isto os fariseus, que eram avarentos, e zombavam dele.
15 Jesus disse-lhes: Vós procurais parecer justos aos olhos dos homens, mas Deus vos conhece os corações; pois o que é elevado aos olhos dos homens é abominável aos olhos de Deus.


Oração do dia
Ó Deus de poder e misericórdia, que concedeis a vossos filhos e filhas a graça de vos servir como devem, fazei que corramos livremente ao encontro das vossas promessas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.


Primeira Leitura (Filipenses 4,10-19)
Leitura da carta de são Paulo aos Filipenses.


Fiquei imensamente contente, no Senhor, porque, finalmente, vi reflorescer o vosso interesse por mim. É verdade que sempre pensáveis nisso, mas vos faltava oportunidade de mostrá-lo.
11 Não é minha penúria que me faz falar. Aprendi a contentar-me com o que tenho.
12 Sei viver na penúria, e sei também viver na abundância. Estou acostumado a todas as vicissitudes: a ter fartura e a passar fome, a ter abundância e a padecer necessidade.
13 Tudo posso naquele que me conforta.
14 Contudo, fizestes bem em tomar parte na minha tribulação.
15 Vós que sois de Filipos, bem sabeis como, no início do meu ministério evangélico, quando parti da Macedônia, nenhuma comunidade abriu comigo contas de deve-haver, senão vós somente.
16 Já por duas vezes mandastes para Tessalônica o que me era necessário.
17 Não é o donativo em si que eu procuro, e sim os lucros que vão aumentando a vosso crédito.
18 Recebi tudo, e em abundância. Estou bem provido, depois que recebi de Epafrodito a vossa oferta: foi um suave perfume, um sacrifício que Deus aceita com agrado.
19 Em recompensa, o meu Deus há de prover magnificamente a todas as vossas necessidades, segundo a sua glória, em Jesus Cristo.


Salmo responsorial 111/112

Feliz aquele que respeita o Senhor!

Feliz o homem que respeita o Senhor
e que ama com carinho a sua lei!
Sua descendência será forte sobre a terra,
abençoada a geração dos homens retos!

Feliz o homem caridoso e prestativo,
que resolve seus negócios com justiça.
Porque jamais vacilará o homem reto,
sua lembrança permanece eternamente!

Seu coração está tranqüilo e nada teme,
e confusos há de ver seus inimigos.
Ele reparte com os pobres os seus bens,
permanece para sempre o bem que fez,
e crescerão a sua glória e seu poder.


Homilia:

Busquemos o essencial


Servir ao verdadeiro Senhor, possuir a maior riqueza que existe, ser fiel nas pequenas coisas, tudo isso acontecerá na nossa vida quando descobrirmos e assumirmos, verdadeiramente, a nossa verdadeira vocação.

A vocação – seja qual for ela -, objetivamente é o maior valor que podemos possuir, pois ela é o caminho da plenitude da felicidade e realização de cada um de nós. É nela que se manifesta o plano do amor de Deus na vida de cada um de nós. Todavia, subjetivamente – a partir de cada um de nós, a vocação terá o valor e a qualidade para cada um, fundamentados naquilo que viemos a deixar, para que pudéssemos vivê-la. Explico:

Objetivamente: a vocação é o grande dom de Deus a nós; é o chamado do Senhor feito a nós, para que, percorrendo um caminho específico, venhamos a nos realizar plenamente em todos os sentidos da nossa vida.

Subjetivamente: o que deixamos, para seguir este caminho, diante do convite de chamado do Senhor? Deixamos muitas ou poucas coisas? Isso que deixamos possui um valor incomensurável? Pois quanto mais valioso é aquilo que deixamos, tanto mais valioso vai se tornar a vocação para nós.

Nunca me esqueço do que fui convidado a deixar para seguir o caminho do sacerdócio: estava prestes a me casar, quando tive de “sublimar” um relacionamento com uma noiva maravilhosa; um futuro brilhante no exército; quando fui para o seminário, deixei o meu pai, que estava canceroso, em casa; tive que deixar a minha família e tantas outras coisas, riquezas, para ir em busca do tesouro de maior valor, aquele terreno do Evangelho.

Hoje, percebo que seria muito feliz e realizado se não tivesse dado meu “sim” para o Senhor e tivesse constituído uma família em Deus. Todavia, não seria plenamente feliz e realizado; plenamente feliz e realizado estou hoje: como pessoa, como sacerdote, como missionário na Canção Nova, pelo fato de estar na vontade de Deus.

Muitas vezes, me deu vontade de desistir. Mas por que não consegui desistir? Porque tudo aquilo que me impulsionava a desistir era infinitamente menor do que os valores que deixei, fazendo com que minha vocação se tornasse o maior tesouro, maior até mesmo que tudo o que deixei.

Aquilo que deixamos, com amor e de forma generosa, quando fazemos para alegrar o Coração de Deus, é justamente isso que dará valor – para nós – à vocação para a qual o Senhor nos chama. Para dizer que vale a pena deixar nossas preciosidades para adquirirmos a Riqueza por excelência: Deus e Sua vontade em nossa vida.

Quantos resolveram optar pelas suas preciosidades e as deixaram de trocar pelo Tesouro maior, que é Deus e Sua vontade e, por isso, trazem por toda a vida uma decepção profunda de não poder estar no lugar certo, sendo aquilo que o Senhor os chamou. Sim, são felizes, porém, não são plenos; sempre trazem consigo a certeza de que, se tivessem respondido de forma diferente, seriam plenamente felizes.

Vocação acertada é a certeza absoluta de vida plenamente feliz e realizada! Como saber se estamos na vocação certa e qual a nossa vocação? Sendo de Deus, íntimos d’Ele! Como consequência dessa intimidade acontece a manifestação de um Deus, que é Pai e que manifesta Seu plano de amor para cada um de nós.

por: Pe. Pacheco
Comunidade Canção Nova
fonte: http://blog.cancaonova.com/homilia/



Comentário ao Evangelho

DEUS E O DINHEIRO


A pedagogia de Jesus não consistia em afastar os discípulos das coisas materiais, e sim, em ensinar-lhes a usar corretamente os bens deste mundo, de forma a tirar proveito deles, para a salvação.
Este é o caso do dinheiro. Seria ingênuo pretender segregar os discípulos num ambiente onde o "dinheiro da iniqüidade" fosse abolido. Pelo contrário, deveriam inserir-se na sociedade que faz uso dele, mas pautando seu agir por parâmetros compatíveis com o Reino. Muitas vezes, quando se fala em dinheiro, pensa-se logo em acumulação indevida, fraude, dolo, injustiça.
O discípulo, no entanto, deve servir-se dele para "fazer amigos", na perspectiva do Reino. Como? Despertando, no mundo, a solidariedade, conforme as exigências do Reino, onde os bens são partilhados com os pobres, porque, conforme o provérbio bíblico "Quem dá aos pobres, empresta a Deus". Deve, ainda, servir-se do dinheiro, mas sem lançar mão de meios desonestos para acumulá-lo, muito menos às custas da espoliação do próximo, e jamais permitindo que a riqueza o torne insensível à indigência dos seus semelhantes.
Agindo assim, o discípulo coloca o dinheiro a serviço do Reino, impedindo-o de ocupar o lugar de Deus em seu coração. Em outras palavras, a riqueza é colocada a serviço da misericordiosa bondade do Pai, em favor de seus filhos mais necessitados.

por Pe. Jaldemir Vitório
fonte: http://www.npdbrasil.com.br

Oração

Espírito de indiferença, faze como que meu coração seja sempre livre, no tocante à riqueza, de modo que eu possa usá-la para fazer o bem aos mais necessitados.

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