Evangelho (Marcos 8,14-21)
Terça-Feira, 15 de Fevereiro de 2011
Naquele tempo, 14os discípulos tinham se esquecido de levar pães. Tinham consigo na barca apenas um pão. 15Então Jesus os advertiu: “Prestai atenção e tomai cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes”.
16Os discípulos diziam entre si: “É porque não temos pão”. 17Mas Jesus percebeu e perguntou-lhes: “Por que discutis sobre a falta de pão? Ainda não entendeis e nem compreendeis? Vós tendes o coração endurecido? 18Tendo olhos, não vedes, e tendo ouvidos, não ouvis? Não vos lembrais 19de quando reparti cinco pães para cinco mil pessoas? Quantos cestos vós recolhestes cheios de pedaços?”
Eles responderam: “Doze”. 20Jesus perguntou: E quando reparti sete pães com quatro mil pessoas, quantos cestos vós recolhestes cheios de pedaços? Eles responderam: “Sete”. 21Jesus disse: “E ainda não compreendeis?”
Primeira leitura (Gênesis 6,5-8; 7,1-5.10)
Leitura do Livro do Gênesis.
6,5O Senhor viu que havia crescido a maldade do homem na terra, e como os projetos do seu coração tendiam sempre para o mal. 6Então o Senhor arrependeu-se de ter feito o homem na terra e ficou com o coração muito magoado, 7e disse: “Vou exterminar da face da terra o homem que criei; e com ele, os animais, os répteis e até as aves do céu, pois estou arrependido de os ter feito!”
8Mas Noé encontrou graça aos olhos do Senhor. 7,1O Senhor disse a Noé: “Entra na arca com toda a tua família, pois tu és o único homem justo que vejo no meio desta geração. 2De todos os animais puros toma sete casais, machos e fêmeas, e dos animais impuros, um casal, macho e fêmea. 3Também das aves do céu tomarás sete casais, machos e fêmeas, para que suas espécies se conservem vivas sobre a face da terra. 4Pois, dentro de sete dias, farei chover sobre a terra, quarenta dias e quarenta noites, e exterminarei da superfície da terra todos os seres vivos que fiz”.
5Noé fez tudo o que o Senhor lhe havia ordenado. 10E, passados os sete dias, caíram sobre a terra as águas do dilúvio.
Salmo (Salmos 28)
— Que o Senhor abençoe, com a paz, o seu povo!
— Que o Senhor abençoe, com a paz, o seu povo!
— Filhos de Deus, tributai ao Senhor, tributai-lhe a glória e o poder! Dai-lhe a glória devida ao seu nome; adorai-o com o santo ornamento!
— Eis a voz do Senhor sobre as águas, sua voz sobre as águas imensas! Eis a voz do Senhor com poder! Eis a voz do Senhor majestosa.
— Sua voz no trovão reboando! No seu templo os fiéis bradam: “Glória!” É o Senhor que domina os dilúvios, o Senhor reinará para sempre!
Homilia:
O FERMENTO DOS FARISEUS Mc 8,14-21
por: Padre Bantu Mendonça K. Sayla
Vemos nesta conclusão do Evangelho de Marcos a expressa significação do processo de incompreensão por parte dos discípulos
Tenho a destacar primeiro a viagem de Jesus e seus discípulos, o esquecimento de pães, a referência ao pão único, à discussão dos discípulos e a advertência de Jesus a respeito do fermento dos fariseus e do fermento de Herodes;
Segundo, Jesus chama a atenção para a cegueira, a surdez e o coração endurecido dos discípulos que estão preocupados pela falta de pães e não percebem o significado do pão único existente entre eles. Jesus, em sete perguntas sucessivas, de forma direta e contundente, questiona os discípulos pela sua falta de memória a respeito das duas multiplicações de pães das quais eles foram testemunhas e participantes.
Com este texto, Marcos tem como objetivo revelar o embate existente no meio da comunidade cristã que envolve, de maneira especial, a visão cristológica: Jesus não está sendo entendido e seguido de forma correta, por influência do “fermento” do sistema religioso, político, econômico e cultural da época. Na visão de Marcos, o Messias não entra nas categorias helenistas ou judaicas caracterizadas por uma concepção triunfalista, nacionalista e gloriosa. Pelo contrário, Jesus, o Messias, é aquele que está no meio dos marginalizados como pastor e servo; é aquele que segue o caminho da cruz em obediência a Deus: aí reside sua grandeza e sua glória. Compreender verdadeiramente quem é Jesus – o único pão sem fermento -, é seguir o caminho da cruz e realizar sua proposta de partilha entre o povo necessitado. Assim, celebra-se a sua memória no cotidiano da vida comunitária.
Jesus procurava precaver seus discípulos contra certas posturas farisaicas, indignas de um discípulo do Reino. Os discípulos de Jesus também corriam os riscos de serem contaminados por este mau espírito, o fermento dos fariseus. Era preciso estar atento.
Outra mentalidade contra a qual era preciso precaver-se foi designada como o fermento de Herodes. Esse rei era conhecido por sua megalomania, crueldade, impiedade, tirania e arrogância. Todas estas são atitudes indignas dos discípulos do Reino, embora estes possam ser tentados a se deixar arrastar por elas.
Também hoje, muitos cristãos se comportam como fariseus. São vítimas do aparecer, fazem suas ações para terem o reconhecimento popular. Também são hipócritas, pois seu exterior não corresponde ao seu interior. Por isso, são falsos quando dão demonstração de piedade. Possuem um apego exagerado às Escrituras, que são interpretadas a seu favor, mesmo falsificando-lhes o sentido. Nutrem profundo desprezo por quem é pecador e acabavam formando um grupo de pretensos puros e santos.
É necessário que a minha e a tua conduta deva estar permeada pelo fermento de Jesus. É olhando para o Mestre que saberemos como ser fiéis à própria fé. Peça, portanto, ao Mestre o seu fermento para que possas levedar toda a massa da tua vida e família.
fonte:
http://blog.cancaonova.com/homilia/2008/05/13/o-fermento-dos-farizeus-mc-814-21/
Por: Sesimar Alves / Sobral
Há 5 anos
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