Evangelho (Lucas 2,41-51)
Sábado, 2 de Julho de 2011
Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, para a festa da Páscoa. 42Quando ele completou doze anos, subiram para a festa, como de costume. 43Passados os dias da Páscoa, começaram a viagem de volta, mas o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais o notassem.
44Pensando que ele estivesse na caravana, caminharam um dia inteiro. Depois começaram a procurá-lo entre os parentes e conhecidos. 45Não o tendo encontrado, voltaram para Jerusalém à sua procura. 46Três dias depois, o encontraram no Templo. Estava sentado no meio dos mestres, escutando e fazendo perguntas.
47Todos os que ouviam o menino estavam maravilhados com sua inteligência e suas respostas. 48Ao vê-lo, seus pais ficaram muito admirados e sua mãe lhe disse: “Meu filho, por que agiste assim conosco? Olha que teu pai e eu estávamos, angustiados, à tua procura”. 49Jesus respondeu: “Por que me procuráveis? Não sabeis que devo estar na casa de meu Pai?” 50Eles, porém, não compreenderam as palavras que lhes dissera. 51Jesus desceu então com seus pais para Nazaré, e era-lhes obediente. Sua mãe, porém, conservava no coração todas estas coisas.
Primeira leitura (Isaías 61,9-11)
Leitura do Livro do Profeta Isaías.
9A descendência do meu povo será conhecida entre as nações, e seus filhos se fixarão no meio dos povos; quem os vir há de reconhecê-los como descendentes abençoados por Deus.
10Exulto de alegria no Senhor e minha alma regozija-se em meu Deus; ele me vestiu com as vestes da salvação, envolveu-me com o manto da justiça e adornou-me como um noivo com sua coroa, ou uma noiva com suas jóias. 11Assim como a terra faz brotar a planta e o jardim faz germinar a semente, assim o Senhor Deus fará germinar a justiça e a sua glória diante de todas as nações.
Salmo (1º Samuel 2,1.4-8)
— Meu coração se regozija no Senhor.
— Meu coração se regozija no Senhor.
— Exulta no Senhor meu coração, e se eleva a minha fronte no meu Deus; minha boca desafia os meus rivais porque me alegro com a vossa salvação.
— O arco dos fortes foi dobrado, foi quebrado, mas os fracos se vestiram de vigor. Os saciados se empregaram por um pão, mas os pobres e os famintos se fartaram. Muitas vezes deu à luz a que era estéril, mas a mãe de muitos filhos definhou.
— É o Senhor quem dá a morte e dá a vida, faz descer à sepultura e faz voltar; é o Senhor quem faz o pobre e faz o rico, é o Senhor quem nos humilha e nos exalta.
— O Senhor ergue do pó o homem fraco, do lixo ele retira o indigente, para fazê-los assentar-se com os nobres num lugar de muita honra e distinção.
Homilia:
JESUS NO TEMPLO Lc 2,41-52
por: Padre Bantu Mendonça K. Sayla
São Lucas, que se pode chamar “o evangelista do coração”, tem páginas que tocam profundamente o coração da gente. É ele que conta a parábola do filho pródigo, a conversão do publicano Zaqueu, da pecadora Madalena e do ladrão crucificado ao lado de Jesus. Narra também vários fatos da infância de Jesus e coroa a história dessa infância, narrando o episódio da peregrinação a Jerusalém, quando o Menino se afastou da comitiva e só foi encontrado três dias depois, no Templo, encantando aos doutores com suas perguntas e suas respostas. As mães são aquelas que mais vivamente percebem a dolorosa beleza dessa página. Principalmente se é alguma mãe que teve a triste experiência de um filho afastado de casa, sem ela saber o paradeiro. Um sequestro talvez! Curiosamente isso acontece às vezes em romarias, como aconteceu com Maria e José nessa peregrinação ao Templo.
A Liturgia nos faz ler este episódio na Missa deste domingo depois do Natal, que é dedicado a celebrar a Sagrada Família. E muito sabiamente! Muito pedagogicamente! Porque nesse episódio aparecem de maneira muito viva os valores da família: a dedicação e a responsabilidade dos pais, o tesouro que é um filho, a religião na família, o deixar-se guiar pela vontade de Deus, manifestado de maneira tão sublime nas palavras do Menino Jesus: “Não sabíeis que eu me devo ocupar nas coisas de meu Pai?” (Lc 2,49). São Lucas registra que Maria ia guardando a lembrança de todas essas coisas no seu coração (Ibid., v 51).
Ficou muito bem ter a Igreja colocado dentro das comemorações do mistério do Natal esse olhar para a Sagrada Família. Jesus quis passar por essa experiência. Não apareceu de repente já adulto, pregando ao povo. Como assinalou elegantemente o Papa Leão XIII, o divino Sol da justiça, antes de iluminar o mundo com a plenitude do seu esplendor, quis brilhar suavemente entre as paredes de um lar: a humilde casa de Nazaré. Aí nós encontramos o amor, a fé, a harmonia, o trabalho, a humildade. E podemos adivinhar a edificação e a presença serviçal que dessa casa se irradiavam para a vizinhança. Era como se uma estrela tivesse baixado à terra para iluminar de perto a pequena aldeia da Galileia. A família – realidade tão sagrada! – tem sido muito agredida pela mentalidade materialista e hedonista dos tempos que estamos vivendo. A Igreja vê tudo isso com apreensão. E sabe que grande parte dos males da sociedade tem sua raiz na falta da família ou na família desajustada. Falta a preparação para o casamento, falta a seriedade do compromisso conjugal, falta o empenho para fazer de cada lar um ambiente de amor e de harmonia. Há muita família desajustada pela falta de recursos, por essa pobreza extrema que leva tanta gente ao desespero. Mas há também muita família desajustada, na qual não faltou o dinheiro, mas faltou o amor, faltou a coragem, faltou a fé. É mais do que sabido que com o dinheiro se constrói uma casa, até grande e luxuosa; mas com nenhum dinheiro deste mundo se constrói um lar. O lar é feito de valores mais altos, esses valores exatamente que o materialismo vai destruindo. Há muitos jovens por aí que tomaram caminhos desviados, não porque Ihes tivesse faltado em casa dinheiro e conforto; mas porque Ihes faltou a sensação de que eram realmente amados. Eles também – é claro! – podem ter contribuído para isso, influenciados, talvez, por maus exemplos. O problema é frequentíssimo em casais divorciados! E a escola do divórcio está aí abrindo suas portas escancaradamente, sobretudo, através das luzes e das cores das telenovelas. Quanta responsabilidade!
O Concílio Vaticano II, na sua maravilhosa constituição sobre “A Igreja no mundo de hoje” -”Gaudium et Spes” – se estende ricamente sobre o problema da família. É preciso que os casais estudem esse documento. E aí aprenderão as melhores lições sobre o amor conjugal – gloriosamente ordenado à procriação de filhos -, sobre a educação da prole, sobre o lar como Igreja doméstica e escola de fé, sobre a família como primeira escola das virtudes sociais e como célula vital da sociedade, da qual, portanto, depende a saúde do corpo social.
Que a humilde casa de Nazaré ilumine com as luzes de seus sublimes exemplos cada família deste nosso planeta enlouquecido! E que as crianças cresçam em estatura e graça como Jesus, diante de Deus e dos homens”. Deus tem um propósito de crescimento para ti e para os teus filhos também.
Espírito que orienta nossa vida para Deus, ajuda-me a crescer cada dia, em sabedoria e graça, buscando como Jesus adequar minha vida ao querer do Pai.
fonte:
http://blog.cancaonova.com/homilia/2009/12/27/jesus-no-templo-lc-241-52/
Por: Sesimar Alves / Sobral
Há 5 anos
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