"Não é o que entra pela boca que torna o homem impuro, mas o que sai da boca, isso é que torna o homem impuro”.

Evangelho (Mateus 15,1-2.10-14)

Terça-Feira, 2 de Agosto de 2011


1Naquele tempo, alguns fariseus e mestres da Lei, vindos de Jerusalém, aproximaram-se de Jesus, e perguntaram: 2“Por que os teus discípulos não observam a tradição dos antigos? Pois não lavam as mãos quando comem o pão!”
10Jesus chamou a multidão para perto de si e disse: “Escutai e compreendei. 11Não é o que entra pela boca que torna o homem impuro, mas o que sai da boca, isso é que torna o homem impuro”.
12Então os discípulos se aproximaram e disseram a Jesus: “Sabes que os fariseus ficaram escandalizados ao ouvir as tuas palavras?”
13Jesus respondeu: “Toda planta que não foi plantada pelo meu Pai celeste será arrancada. 14Deixai-os! São cegos guiando cegos. Ora, se um cego guia outro cego, os dois cairão no buraco”.


Primeira leitura (Números 12,1-13)

Leitura do Livro dos Números.

Naqueles dias, 1Maria e Aarão criticaram Moisés por causa de sua mulher etíope. 2E disseram: “Acaso o Senhor falou só através de Moisés? Não falou, também, por meio de nós?” E o Senhor ouviu isto.
3Moisés era um homem muito humilde, mais do que qualquer outro sobre a terra. 4Então o Senhor disse a Moisés, Aarão e Maria: “Ide todos os três à Tenda da Reunião”. E eles foram.
5O Senhor desceu na coluna de nuvem, parou à entrada da Tenda, e chamou Aarão e Maria. Quando se aproximaram, ele lhes disse: 6“Escutai minhas palavras! Se houver entre vós um profeta do Senhor, eu me revelarei a ele em visões e falarei com ele em sonhos.
7O mesmo, porém, não acontece com o meu servo Moisés, que é o mais fiel em toda a minha casa! 8Porque a ele eu falo face a face; é às claras, e não por figuras, que ele vê o Senhor! Como, pois, vos atreveis a rebaixar o meu servo Moisés?” 9E, indignado contra eles, o Senhor retirou-se.
10A nuvem que estava sobre a Tenda afastou-se, e no mesmo instante, Maria se achou coberta de lepra, branca como a neve. Quando Aarão olhou para ela e a viu toda coberta de lepra, 11disse a Moisés: “Rogo-te, meu Senhor! Não nos faças pagar pelo pecado que tivemos a insensatez de cometer. 12Que Maria não fique como morta, como um aborto que é lançado fora do ventre de sua mãe, já com metade da carne consumida pela lepra”.
13Então Moisés clamou ao Senhor, dizendo: “Ó Deus, eu te suplico, dá-lhe a cura!”


Salmo (Salmos 50)


— Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!
— Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!

— Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia! Na imensidão de vosso amor, purificai-me! Lavai-me todo inteiro do pecado, e apagai completamente a minha culpa!
— Eu reconheço toda a minha iniquidade, o meu pecado está sempre à minha frente. Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei, e pratiquei o que é mau aos vossos olhos!
— Mostrais assim quanto sois justo na sentença, e quanto é reto o julgamento que fazeis. Vede, Senhor, que eu nasci na iniquidade e pecador já minha mãe me concebeu.
— Criai em mim um coração que seja puro, dai-me de novo um espírito decidido. Ó Senhor, não me afasteis de vossa face, nem retireis de mim o vosso Santo Espírito!


Homilia:

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. As Regrinhas da Dona Maria...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Atuei em uma paróquia onde havia uma Senhora muito piedosa e zelosa das coisas da igreja, mas tão zelosa que inventava mil e uma regrinhas na pastoral onde trabalhava, e como era a Coordenadora, ninguém ousava contrariá-la, nem mesmo o padre. Abria exceções a uns, com outros era mais rigorosa até que um dia cismou de não me deixar levar a Eucaristia a um enfermo, porque tinha que ser o Padre ou o Ministro dos Enfermos. Tentei explicar-lhe que o Diácono Permanente é um Servidor e que essa tarefa tão honrosa faz parte do ministério, que o mais importante era levar a eucaristia ao enfermo, fosse quem fosse....Mas não teve jeito e ao vê-la autoritária e dando ordem, aborrecido fui embora desistindo da minha tarefa.

No Judaísmo tinha um monte de Leis, prescrições, proibições, regrinhas disso e daquilo, norminhas para comer, dormir, vestir-se. O que é isso senão uma preocupação excessiva com o aparente, com aquilo que não é tão importante.

Os discípulos de Jesus não davam muita bola a tais normas, o Mestre se divertia em ver a irritação dos Fariseus que queriam obrigá-los a seguir a tradição dos antigos. Mas nesse dia resolveu dar um “basta”...

O que adianta alguém cumprir o ritual ou a etiqueta sem uma convicção interior? Fazer o sinal da cruz, por exemplo, diante de uma igreja, é um gesto bonito de quem está em comunhão com a Trindade Santa, louvada e celebrada na igreja templo. É um gesto válido porém, ele deve sinalizar que naquele dia, todas as ações daquela pessoa devem estar voltadas para o Reino, em comunhão com a Trindade Santa. Fazer esse gesto sem que ele seja um reflexo do que se tem por dentro, no coração e na vida, fica-se apenas no gesto...

Nada mais perigoso para uma pessoa do que ela mesma, suas aspirações, seus pensamentos, seus desejos do interior, seus vícios ou más inclinações, mas é também dentro das pessoas que estão as belas virtudes, o desejo de ser Santo, a vontade de aprimorar-se no amor e na caridade. Basta se usar o Livre arbítrio e pronto... em um momento lá está uma ação, que pode ser boa ou má, mas que vem lá de dentro e não de fora.

Portanto, a mensagem é muito clara, a verdadeira religião é aquela que brota do coração, e onde ao mesmo tempo, o coração se deixa transformar pela conversão, cultivando a crença e a esperança, vivenciando o amor pois é nesse coração de carne, que em Jesus Deus escreveu a sua Lei...

2. O Projeto de Jesus é diferente
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Uma das características dominantes nas narrativas dos evangelhos é o registro da contradição entre a mensagem de Jesus e a tradicional mensagem dos chefes religiosos de Israel, particularmente representados pelos fariseus e escribas. Tal contradição, levantada por Jesus será o principal motivo para sua perseguição e morte.

Mateus, no Sermão da Montanha já caracterizara esta contradição na sucessiva fala de Jesus, sempre com a introdução: "Ouviste o que foi dito aos antigos... eu porém vos digo...". Ao infringir a observância dos sábados e, agora, ao descartar os critérios legais de pureza, Jesus atinge e remove alguns dos principais fundamentos da doutrina da Lei. A reação imediata suscitada entre os chefes religiosos é de indignação, para, em seguida, passar ao projeto da morte de Jesus.

A planta plantada pelo Pai é aquela que dá frutos de amor e misericórdia, na liberdade dos filhos de Deus que se empenham na construção de um mundo de justiça e paz.


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