“Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!”

Evangelho (Mateus 14,22-36)

Segunda-Feira, 1 de Agosto de 2011

Depois que a multidão comera até saciar-se, 22Jesus mandou que os discípulos entrassem na barca e seguissem, à sua frente, para o outro lado do mar, enquanto ele despediria as multidões.
23Depois de despedi-las, Jesus subiu ao monte, para orar a sós. A noite chegou, e Jesus continuava ali, sozinho. 24A barca, porém, já longe da terra, era agitada pelas ondas, pois o vento era contrário.
25Pelas três horas da manhã, Jesus veio até os discípulos, andando sobre o mar. 26Quando os discípulos o avistaram, andando sobre o mar, ficaram apavorados, e disseram: “É um fantasma”. E gritaram de medo. 27Jesus, porém, logo lhes disse: “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!”
28Então Pedro lhe disse: “Senhor, se és tu, manda-me ir a teu encontro, caminhando sobre a água”. 29E Jesus respondeu: “Vem!” Pedro desceu da barca e começou a andar sobre a água, em direção a Jesus. 30Mas, quando sentiu o vento, ficou com medo e começando a afundar, gritou: “Senhor, salva-me!” 31Jesus logo estendeu a mão, segurou Pedro, e lhe disse: “Homem fraco na fé, por que duvidaste?” 32Assim que subiram na barca, o vento se acalmou. 33Os que estavam na barca, prostraram-se diante dele, dizendo: “Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!”
34Após a travessia desembarcaram em Genesaré. 35Os habitantes daquele lugar reconheceram Jesus e espalharam a notícia por toda a região. Então levaram a ele todos os doentes; 36e pediam que pudessem, ao menos, tocar a barra de sua veste. E todos os que a tocaram, ficaram curados.


Primeira leitura (Números 11,4b-15)

Leitura do Livro dos Números.

Naqueles dias, 4bos filhos de Israel começaram a lamentar-se, dizendo: “Quem nos dará carne para comer? 5Vêm-nos à memória os peixes que comíamos de graça no Egito, os pepinos e os melões, as verduras, as cebolas e os alhos. 6Aqui nada tem gosto ao nosso paladar, não vemos outra coisa a não ser o maná”.
7O maná era parecido com a semente do coentro e amarelado como certa resina. 8O povo se dispersava para o recolher e o moia num moinho, ou socava num pilão. Depois o cozinhavam numa panela e faziam broas com gosto de pão amassado com azeite.
9À noite, quando o orvalho caía no acampamento, caía também o maná. 10Moisés ouviu, pois, o povo lamentar-se em cada família, cada um à entrada de sua tenda. 11Então o Senhor tomou-se de uma cólera violenta, e Moisés, achando também tal coisa intolerável, disse ao Senhor: “Por que maltrataste assim o teu povo? Por que gozo tão pouco do teu favor, a ponto de descarregares sobre mim o peso de todo este povo? 12Acaso fui eu quem concebeu e deu à luz todo este povo, para que me digas: ‘Carrega-o ao colo, como a ama costuma fazer com a criança; e leva-o à terra que juraste dar a seus pais!’? 13Onde conseguirei carne para dar a toda esta gente? Pois se lamentam contra mim, dizendo: ‘Dá-nos carne para comer!’ 14Já não posso suportar sozinho o peso de todo este povo: é grande demais para mim. 15Se queres continuar a tratar-me assim, peço-te que me tires a vida, se achei graça a teus olhos, para que eu não veja mais tamanha desgraça”.


Salmo (Salmos 80)


— Exultai no Senhor nossa força!
— Exultai no Senhor nossa força!

— Mas meu povo não ouviu a minha voz, Israel não quis saber de obedecer-me. Deixei, então, que eles seguissem seus caprichos, abandonei-os a seu duro coração.
— Quem me dera que meu povo me escutasse! Que Israel andasse sempre em meus caminhos! Seus inimigos, sem demora, humilharia e voltaria minha mão contra o opressor.
— Os que odeiam o Senhor o adulariam, seria este seu destino para sempre; eu lhe daria de comer a flor do trigo, e com o mel que sai da rocha o fartaria.


Homilia:

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. A Fé das águas mansas...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Depois da sensacional multiplicação dos Paes, os discípulos não tiveram mais dúvidas, com Jesus nada lhes faltaria ou aconteceria de errado, o negócio era “grudar” nele e não largar mais. Mas não era só os discípulos que pensavam assim, um dia surgiu um Escriba todo cheio de entusiasmo que foi logo dizendo “olha Mestre, aonde tu fores eu te seguirei....”

Quanta gente nos dias de hoje ainda vê Jesus assim, como um poderoso Guru, que inspira confiança total, proteção e segurança. Mas Jesus logo cortou o barato dos discípulos e obrigou-os a entrar no barco e fazerem a travessia sem a sua presença.

A vida em comunidade é assim uma espécie de travessia por nossa conta e risco, como é duro comprometer-se a fazer certas tarefas e enfrentar certos desafios pastorais no seio da igreja...Ah e quando começa a ventania das intrigas, os vendavais da divisão, as ondas das contrariedades que vem de fora da Pós Modernidade e parece que vão arrebentar o frágil barquinho da nossa Igreja. Pressão contra a doutrina, os dogmas, as verdades Divinas, o ensinamento do evangelho, pressão terrível contra a Ética e a Moral cristã, acusações terríveis, tentativa de desmoralizar nossos pastores e de repente...

Longe do barco, no lugar menos improvável que é sobre as águas, bem em cima das Forças do Mal, Jesus caminha.

Não há nessa passagem um desafio a Lei natural, que ninguém tente repetir esse milagre, principalmente se não souber nadar, que na certa vai dar muito trabalho aos bombeiros. Caminhando sobre as águas Jesus tem sob os pés o abismo do Fundo do mar, onde os antigos acreditavam que estavam os Poderes do Mal, uma serpente medonha que chamavam Leviantã, Imponente, majestoso, firme, Jesus pisa em cima do império do mal e daí Pedro também quer fazer o mesmo.

Nossas comunidades podem também fazer o mesmo, dominar as forças do mal que a atacam de todos os lados, e isso é possível, se olharmos para Jesus, como o apóstolo Pedro. Jesus é maior e mais poderoso do que qualquer mal. Enquanto Pedro acredita nisso, consegue caminhar sobre as águas, mas de repente achou que o vento era forte demais, quem já não pensou que fosse sucumbir diante do mal que avassalou sua Família e até sua comunidade?

É aí que entra a questão da Fé, quando acreditamos, estamos em comunhão com Cristo e unidos a Ele, ainda que não o vejamos, sabemos que caminha conosco, então encontramos em nós mesmos uma força descomunal capaz de superar qualquer obstáculo, porém, quando prestamos mais atenção na Força do Mal, sucumbimos como Pedro e clamamos pelo Senhor que de maneira sempre misericórdia nos estende a mão.

Cristão não fica navegando em águas mansas, procurando uma comunidade ideal, um grupo onde tudo seja paz e alegria, e uma sossegura sem fim, o Senhor nos quer lá nas profundezas do mar bravio e desafiador, de frente ao inimigo, ele vai conosco, ele está no comando, não tenhamos medo... Somente assim é que faremos a travessia...

2. Travessia no mar agitado
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Este episódio da travessia do mar agitado, com Jesus caminhando sobre as águas, é narrado por Marcos e por João. Mateus acrescenta-lhe o episódio de Pedro que ousa ir ao encontro de Jesus sobre as águas, estabelecendo-se um diálogo entre ambos. Pedro pede a Jesus para ir ao seu encontro. Tem o consentimento e se põe a andar sobre as águas agitadas. Vacilando, sente medo e começa a "afundar".

Na nossa missão evangelizadora, ao atravessarmos um "mar" de adversidades sentimos o medo que nos inclina a recuar. Mas Jesus está presente, segura-nos com a mão e estimula nossa fé: "Coragem, sou eu... Por que duvidastes?".

Oração
Pai, aproxima-me de Jesus de quem brota a salvação e a vida, para que eu possa ser curado do egoísmo que me impede de fazer o bem ao próximo.

3. EM MEIO ÀS TEMPESTADES
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

A cena evangélica desenrola-se em meio aos ventos, tempestades e ondas encapeladas, que põem em risco a vida dos discípulos, enquanto atravessam o mar da Galiléia. Além disso, é noite! A natureza toda parece ter-se colocado contra o pequeno grupo. O quê fazer neste contexto desesperador, quando todos já haviam sido tomados pelo medo?

A salvação aparece com a chegada de Jesus. Embora a tempestade continue, ele lhes recomenda a não temer, mas confiar. Quando o Mestre está com eles, podem estar seguros de que não perecerão.

A ousadia de Pedro, querendo por à prova o Mestre, acabou em fracasso. Amedrontado pelo vento furioso, começou a afundar. Sua falta de fé levou-o a duvidar da presença do Senhor. Donde o risco de quase ter sido tragado pelas ondas. Só se salvou porque recorreu a Jesus.

Este fato ilustra a vida da comunidade cristã, atribulada por perseguições, verdadeiras tempestades que devem enfrentar. Quando tudo parece concorrer para fazer a comunidade sucumbir, é preciso reconhecer a presença salvadora do Mestre. Até mesmo as lideranças, representadas por Pedro, correm o risco de perder a fé. Atitude arriscada, que pode levar a todos de roldão. Só é possível salvar-se, recorrendo a Jesus: "Senhor, salva-nos!"


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