Cantarei de alegria, ó Senhor, pois me livrastes! (Salmos 9A)

Evangelho (Lucas 20,27-40)

Naquele tempo, 27aproximaram-se de Jesus alguns saduceus, que negam a ressurreição, 28e lhe perguntaram: “Mestre, Moisés deixou-nos escrito: se alguém tiver um irmão casado e este morrer sem filhos, deve casar-se com a viúva a fim de garantir a descendência para o seu irmão. 29Ora, havia sete irmãos. O primeiro casou e morreu, sem deixar filhos. 30Também o segundo 31e o terceiro se casaram com a viúva. E assim os sete: todos morreram sem deixar filhos. 32Por fim, morreu também a mulher. 33Na ressurreição, ela será esposa de quem? Todos os sete estiveram casados com ela”.

34Jesus respondeu aos saduceus: “Nesta vida, os homens e as mulheres casam-se,35mas os que forem julgados dignos da ressurreição dos mortos e de participar da vida futura, nem eles se casam nem elas se dão em casamento; 36e já não poderão morrer, pois serão iguais aos anjos, serão filhos de Deus, porque ressuscitaram.
37Que os mortos ressuscitam, Moisés também o indicou na passagem da sarça, quando chama o Senhor ‘o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó’. 38Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos, pois todos vivem para ele”. 39Alguns doutores da Lei disseram a Jesus: “Mestre, tu falaste muito bem”. 40E ninguém mais tinha coragem de perguntar coisa alguma a Jesus.


Primeira leitura (1º Macabeus 6,1-13)

Leitura do Primeiro Livro dos Macabeus.


Naqueles dias, 1o rei Antíoco estava percorrendo as províncias mais altas do seu império, quando ouviu dizer que Elimaida, na Pérsia, era uma cidade célebre por suas riquezas, sua prata e ouro, 2e que seu templo era fabulosamente rico, contendo véus tecidos de ouro e couraças e armas ali deixadas por Alexandre, filho de Filipe, rei da Macedônia, que fora o primeiro a reinar entre os gregos.
3Antíoco marchou para lá e tentou apoderar-se da cidade, para saqueá-la, mas não o conseguiu, pois seus habitantes haviam tomado conhecimento do seu plano 4e levantaram-se em guerra contra ele. Obrigado a fugir, Antíoco afastou-se acabrunhado, e voltou para a Babilônia. 5Estava ainda na Pérsia, quando vieram comunicar-lhe a derrota das tropas enviadas contra a Judeia. 6O próprio Lísias, tendo sido o primeiro a partir de lá à frente de poderoso exército, tinha sido posto em fuga. E os judeus tinham-se reforçado em armas e soldados, graças aos abundantes despojos que tomaram dos exércitos vencidos. 7Além disso, tinham derrubado a Abominação, que ele havia construído sobre o altar de Jerusalém. E tinham cercado o templo com altos muros, e ainda fortificado Betsur, uma das cidades do rei. 8Ouvindo as notícias, o rei ficou espantado e muito agitado. Caiu de cama e adoeceu de tristeza, pois as coisas não tinham acontecido segundo o que ele esperava. 9Ficou assim por muitos dias, recaindo sempre de novo numa profunda melancolia, e sentiu que ia morrer. 10Chamou então todos os amigos e disse: “O sono fugiu de meus olhos, e meu coração desfalece de angústia. 11Eu disse a mim mesmo: A que grau de aflição cheguei e em que ondas enormes me debato! Eu que era tão feliz e amado, quando era poderoso! 12Lembro-me agora das iniquidades que pratiquei em Jerusalém. Apoderei-me de todos os objetos de prata e ouro que lá se encontravam, e mandei exterminar sem motivo os habitantes de Judá. 13Reconheço que é por causa disso que estas desgraças me atingiram, e com profunda angústia vou morrer em terra estrangeira”.


Salmo (Salmos 9A)


— Cantarei de alegria, ó Senhor, pois me livrastes!

— Cantarei de alegria, ó Senhor, pois me livrastes!

— Senhor, de coração vos darei graças, as vossas maravilhas cantarei! Em vós exultarei de alegria, cantarei ao vosso nome, Deus Altíssimo!
— Voltaram para trás meus inimigos, perante vossa face pereceram. Repreendestes as nações, e os maus perdestes, apagastes o seu nome para sempre.
— Os maus caíram no buraco que cavaram, nos próprios laços foram presos os seus pés. Mas o pobre não será sempre esquecido, nem é vã a esperança dos humildes.


A ressurreição é a dádiva da vida e vem de Deus

Postado por: homilia

novembro 19th, 2011

A propósito de uma pergunta capciosa de Seus adversários que negavam a ressurreição dos mortos, Jesus procura fazer-lhes compreender que, no mundo novo da ressurreição, as coisas estão fora e acima do nosso modo de pensar terreno. A ressurreição dos mortos pertence já a esse “mundo que há-de vir” para além da morte, no qual Deus vive como Deus dos vivos, como Ele se tinha revelado no episódio da sarça ardente, ao apresentar-se a Moisés como Deus dos que tinham vivido antes – mas que para Ele são sempre vivos – Ele “o Deus de Abraão, o Deus de Isaac, o Deus de Jacó”.

Os saduceus, grandes proprietários de terras, formavam a elite dos sacerdotes. Não acreditavam na ressurreição. Propõem a Jesus um caso difícil, para mostrar que é absurdo crer na ressurreição. O Senhor retifica a questão, mostrando que a vida da ressurreição não deve ser concebida como mera cópia da vida na dimensão presente.

E os mortos ressuscitam? Referindo-se à célebre forma “Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacó”, Jesus mostra que, sendo Deus dos vivos e da Vida, também Abraão, Isaac e Jacó devem estar vivos com Ele. Com efeito, o sentido de toda a criação é viver para Deus, e essa vida não conhece fim, mas sim ruma para a plenitude. Sempre. O que está com Deus está vivo para gozar vida em abundância.

Os saduceus queriam embaraçar o Senhor Jesus fazendo perguntas a partir da prática do levirato (cf. Dt 25,5-6). No livro do Deuteronômio está ordenado que, no caso de um irmão falecer sem descendência, é a obrigação de um irmão casar com a viúva para dar o nome à família. Se, nessa prática, uma viúva casar sucessivamente, de quem será a mulher na ressurreição? Jesus afirma a ressurreição (vv. 35-37), e mostra aos saduceus que as instituições pertencentes a essa ordem das coisas não continuarão pós-ressurreição. Em outras palavras, as instituições terrenas não continuarão no céu, que é o mundo da justiça plena. O mundo onde está presente o Reino de Deus. Todas as instituições e poderes são transitórios e provisórios, ainda.

A continuidade entre o agora e o então está em Deus e na Sua graça. E Jesus faz excursão mais profunda no Pentateuco, lembrando-os do que Moisés disse a respeito do Altíssimo como “o Deus de Abraão, Isaac e Jacó”. A ressurreição é a dádiva da vida e vem de Deus Pai. Assim, à luz da ressurreição, a vida é vista e vivida sob o poder da graça. Em Lucas, a ênfase recai na expressão: “não podem mais morrer” com referência aos filhos da ressurreição.

Padre Bantu Mendonça


Fonte:

http://blog.cancaonova.com/homilia/2011/11/19/

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