"Se vós tiverdes fé... E nada vos será impossível!"

Naquele tempo, 14chegando Jesus e seus discípulos junto da multidão, um homem aproximou-se de Jesus, ajoelhou-se e disse: 15“Senhor, tem piedade do meu filho. Ele é epiléptico, e sofre ataques tão fortes que muitas vezes cai no fogo ou na água. 16Levei-o aos teus discípulos, mas eles não conseguiram curá-lo!”17Jesus respondeu: “Ó gente sem fé e perversa! Até quando deverei ficar convosco? Até quando vos suportarei? Trazei aqui o menino”.
18Então Jesus o ameaçou e o demônio saiu dele. Na mesma hora, o menino ficou curado. 19Então, os discípulos aproximaram-se de Jesus e lhe perguntaram em particular: “Por que nós não conseguimos expulsar o demônio?”20Jesus respondeu: “Porque a vossa fé é demasiado pequena. Em verdade vos digo, se vós tiverdes fé do tamanho de uma semente de mostarda, direis a esta montanha: ‘Vai daqui para lá’ e ela irá. E nada vos será impossível”.
Evangelho (Mateus 17,14-20)
Sábado, 7 de Agosto de 2010


Primeira leitura (Habacuc 1,12–2,4)
Leitura da Profecia de Habacuc.


1,12Acaso não existes desde o princípio, Senhor, meu Deus, meu Santo, que não haverás de morrer? Senhor, puseste essa gente como instrumento de tua justiça; criaste-a, ó meu rochedo, para exercer punição. 13Teus olhos são puros para não veres o mal; não podes aceitar a visão da iniquidade. Por que, então, olhando para os malvados, e vendo-os devorar o justo, ficas calado?
14Tratas os homens como os peixes do mar, como os répteis, que não têm dono. 15O pescador pega tudo com o anzol, puxa os peixes com a rede varredoura e recolhe-os na outra rede; com isso, alegra-se e faz a festa.
16Faz imolação por causa da sua malha, oferece incenso por causa da sua rede, porque com elas cresceu a captura de peixes e sua comida aumentou. 17Será por isso que ele sempre desembainhará a espada, para matar os povos, sem dó nem piedade?
2,1Vou ocupar meu posto de guarda e estarei de atalaia, atento ao que me será dito e ao que será respondido à minha denúncia. 2Respondeu-me o Senhor, dizendo: “Escreve esta visão, estende seus dizeres sobre tábuas, para que possa ser lida com facilidade. 3A visão refere-se a um prazo definido, mas tende para um desfecho, e não falhará; se demorar, espera, pois ela virá com certeza, e não tardará. 4Quem não é correto, vai morrer, mas o justo viverá por sua fé”.

Salmo (Salmos 9A)

— Vós nunca abandonais quem vos procura, ó Senhor.
— Vós nunca abandonais quem vos procura, ó Senhor.

— Mas Deus sentou-se para sempre no seu trono, preparou o tribunal do julgamento; julgará o mundo inteiro com justiça, e as nações há de julgar com equidade.
— O Senhor é o refúgio do oprimido, seu abrigo nos momentos de aflição. Quem conhece o vosso nome, em vós espera, porque nunca abandonais quem vos procura.
— Cantai hinos ao Senhor Deus de Sião, celebrai seus grandes feitos entre os povos! Pois não esquece o clamor dos infelizes, deles se lembra e pede conta do seu sangue.

Homilia:

Jesus, após transfigurar-se na presença de Pedro, Tiago e João, no Monte Tabor, desce a montanha e encontra os demais apóstolos que haviam ficado; ou seja, ao chegarem a montanha, Jesus toma Pedro, Tiago e João e sobem a montanha, deixando os demais no sopé do monte, num pequeno vilarejo. Quando descem, encontram os demais num total apuro: estão tentando expulsar o demônio de um menino epilético. O pai do menino corre em direção a Cristo suplicando-Lhe que cure o filho.

O pai do menino, após suplicar a cura, comunica ao Senhor que Seus discípulos nada fizeram. Jesus chama a atenção deles: “Ó gente sem fé e perversa! Até quando deverei ficar convosco? Até quando vos suportarei?”

Cristo expulsa o demônio daquele menino imediatamente, deixando-o curado, liberto. Os discípulos vão a Ele e questionam o fato de não conseguirem realizar o “exorcismo”. O Messias lhes responde que não conseguiram porque a fé deles era demasiado pequena.

O grande problema conosco é que somos profundamente – muito, eu digo – descrentes acerca daquilo que Cristo quer fazer em nós a através de nós. Nós não conseguimos caminhar, muitas e muitas vezes, porque não temos a coragem e a decisão de expulsar certos demônios de cada um de nós e, por isso, não conseguimos ajudar ninguém; visto que ninguém dá o que não tem. Estamos parados, entrevados, epiléticos, porque estamos olhando para a montanha e não estamos olhando para as pedras que estão à frente, por isso, tropeçamos sempre, sempre no mesmo lugar. Para dizer que ninguém tropeça em montanha, mas nas pequenas pedras que estão à frente de todos nós. Por isso devemos clamar sempre: “Senhor, não quero ver o horizonte, mas que me ilumines o meu primeiro passo”.

Ter fé significa, muito mais que fazer, ser, ou seja, ser aquilo que Deus quer que sejamos: santos, de confiança, misericordiosos capazes de nos colocarmos no lugar dos outros. Aliás, uma das dificuldades dos discípulos para expulsar aquele demônio, por conta da falta de fé, é que não conseguiram se colocar no lugar daquele menino que estava sofrendo; o ser de fé sempre terá compaixão dos outros, ou seja, conseguirá se colocar com a paixão, com a dor do outro. Jesus é mestre nisso.

O ser de fé sempre alimentará a sua fé numa profunda vida íntima com Jesus Cristo. Existem certos tipos de demônios que só podem ser expulsos pela força da oração. E nada mais! Como está a nossa vida de intimidade com o Senhor? Como estão as nossas participações da Santa Missa dominical e ou semanal? Como se encontra a nossa vida íntima com a Palavra? É uma vida íntima com a Palavra? Existem muitas pessoas muito atentas e ocupadas quanto ao manuseio do Corpo e Sangue de Cristo nas espécies eucarísticas; não perdem nenhum fragmento, pois ali está Jesus. Perfeito que Deus sempre nos dê este zelo! Agora, como se encontra o manuseio e a receptividade da Palavra – O Verbo se vez Carne – em nossa vida? Como a Palavra está sendo fragmentada e dispersa, perdida, por cada um de nós! E depois queremos perguntar por que as coisas não vão bem em nossa vida, por que certos tipos de demônio não saem de nós e dos nossos? Tomemos consciência enquanto ainda é tempo.

Padre Pacheco
Comunidade Canção Nova

fonte: http://blog.cancaonova.com/homilia/

Comentário ao Evangelho

SEM FÉ, NADA É POSSÍVEL


A incapacidade dos discípulos de curar o menino epiléptico evidenciou o fato grave da pequenez de sua fé. Foi Jesus mesmo quem o disse, ao ser interrogado por eles sobre o motivo de terem sido incapazes de realizar o desejo daquele pai aflito.
Sem dúvida, os discípulos, no exercício da missão, experimentaram sua impotência diante de determinadas situações. Aparentemente, estavam fazendo tudo como o Mestre lhes tinha ensinado. Nada de anormal parecia estar ocorrendo com eles. Contudo, não conseguiam dar conta da tarefa de que foram incumbidos. Por quê? Porque faltou-lhes fé suficiente e confiança verdadeira em Jesus. A única solução consistia em converter-se, sinceramente, para o Senhor. Bastaria uma fé pequena como um grão de mostarda, para serem capazes de realizar portentos, até mesmo seriam capazes de transportar montanhas! "Transportar montanhas", no linguajar da época, referia-se a algo impossível de ser realizado pelo ser humano. Mas, até coisas humanamente impossíveis, tornam-se possíveis pelo poder da fé.
A eficiência da missão do discípulo depende, pois, de sua fé.

Prece
Espírito de fé absoluta no Senhor, robustece a pequenez de minha fé, de maneira que eu possa ser eficiente no exercício da missão a mim confiada.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês.)
fonte: http://www.npdbrasil.com.br

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