Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos:46“Assim está escrito: O Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia 47e no seu nome serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém.48Vós sereis testemunhas de tudo isso. 49Eu enviarei sobre vós aquele que meu Pai prometeu. Por isso, permanecei na cidade, até que sejais revestidos da força do alto”.50Então Jesus levou-os para fora, até perto de Betânia. Ali ergueu as mãos e abençoou-os. 51Enquanto os abençoava, afastou-se deles e foi levado para o céu. 52Eles o adoraram.Em seguida voltaram para Jerusalém, com grande alegria. 53E estavam sempre no Templo, bendizendo a Deus.
(Lucas 24,46-53)
Homilia:
Com toda a Igreja, celebramos neste final de semana a solenidade da Ascensão de Jesus Cristo ressuscitado ao Céu. Estamos ainda dentro do tempo Pascal, tempo este em que celebramos a ressurreição do senhor durante cinqüenta dias num único mistério celebrado: o mistério da Páscoa do Senhor.
Como nos diz Lucas na primeira leitura, durante quarenta dias Jesus Cristo ressuscitado se mostrou aos seus discípulos, manifestando a sua ressurreição. Mas é preciso que Cristo parta para junto do Pai, para que o Espírito possa vir à comunidade fazendo com que a Igreja possa nascer.
Jesus leva seus discípulos para o ponto mais alto do monte das oliveira, perto de Bethânia – pois esta aldeia se encontra na encosta oriental do monte das oliveiras – e ali ascende ao Céu para junto do Pai, para que possa mandar o Espírito Santo aos discípulos.
É interessante percebermos no evangelho de Lucas, que ele tem a pretensão de apresentar para a sua comunidade e para cada um de nós, que Jesus encontra-se constantemente caminhando, subindo, para Jerusalém; para Lucas, Jesus, apresentando a face do Pai, um Deus totalmente tomado de compaixão, amor e misericórdia para com seus filhos, é dinâmico, ou seja, está sempre em movimento, caminhando para Jerusalém, Jerusalém esta que é muito mais que um lugar geográfico: é o lugar da sua entrega, do cumprimento da vontade do Pai. Todavia, o mesmo evangelista Lucas, escrevendo os Atos dos Apóstolos, nos apresenta a Igreja, em Cristo, sob o poder e força do Espírito que parte de Jerusalém, rumo a todos os cantos da Terra para levar a Boa Nova da ressurreição do Senhor.
Jesus deixa claro para os discípulos que importantíssimo que ele se vá, para que possa enviar o Paráclito, o Espírito da verdade. O mesmo Espírito que moveu Jesus a uma entrega total a missão que o Pai lhe confiou, é o mesmo Espírito que virá sobre os discípulos e fará com que a salvação do Pai em Jesus se perpetue na história até a segunda vinda de Cristo, por meio da sua Igreja. Jesus subindo ao Pai, faz com que o Espírito venha para que a continuidade da salvação e redenção da humanidade continue sendo atualizada e realizada, agora, mediante sua Igreja. Jesus Cristo, para Lucas, vai a Jerusalém e de Jerusalém parte a Igreja, Igreja esta que nada mais é que o corpo místico de Cristo: Ele é a cabeça e nós – batizados somos os membros, sendo que o que anima este corpo e dá vida, nada mais é que o próprio Espírito Santo.
Jesus vai ao Pai e agora começa a nossa missão, a missa da Igreja. A pergunta é: para onde estamos olhando? Estamos olhando para o que os outros – na Igreja -, para aquilo que estão fazendo ou deixando de fazer? Estamos olhando para outras realidades, que não condizem com a vida e a vocação de quem é Igreja pelo batismo que recebeu? Estamos olhando para aquilo que devemos ser enquanto Igreja missionária de Jesus Cristo, com o intuito de anunciá-lo e testemunhá-lo perante o mundo?
Não ficaremos e não estamos órfãos! A presença do Espírito mostra a presença de toda a Trindade em cada um de nós Igreja, graças ao Espírito que nos foi dado. Cabe a nós vivermos nossa vocação de anunciar o Cristo ressuscitado até os confins do mundo, a começar nos ambientes que Deus nos colocou: família, trabalho, sociedade… aonde estivermos.
Padre Pacheco,
Comunidade Canção Nova.
Por: Sesimar Alves / Sobral
Há 5 anos
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