"Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe”.

Naquele tempo, 3alguns fariseus aproximaram-se de Jesus, e perguntaram, para o tentar: “É permitido ao homem despedir sua esposa por qualquer motivo?” 4Jesus respondeu: “Nunca lestes que o Criador, desde o início, os fez homem e mulher? 5E disse: ‘Por isso, o homem deixará pai e mãe, e se unirá à sua mulher, e os dois serão uma só carne’? 6De modo que eles já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe”.7Os fariseus perguntaram: “Então, como é que Moisés mandou dar certidão de divórcio e despedir a mulher?” 8Jesus respondeu: “Moisés permitiu despedir a mulher, por causa da dureza do vosso coração. Mas não foi assim desde o início. 9Por isso, eu vos digo: quem despedir a sua mulher — a não ser em caso de união ilegítima — e se casar com outra, comete adultério”. 10Os discípulos disseram a Jesus: “Se a situação do homem com a mulher é assim, não vale a pena casar-se”.11Jesus respondeu: “Nem todos são capazes de entender isso, a não ser aqueles a quem é concedido. 12Com efeito, existem homens incapazes para o casamento, porque nasceram assim; outros, porque os homens assim os fizeram; outros, ainda, se fizeram incapazes disso por causa do Reino dos Céus. Quem puder entender entenda”.

Evangelho (Mateus 19,3-12)
Sexta-Feira, 13 de Agosto de 2010


Primeira leitura (Ezequiel 16,1-15.60.63)

1A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos: 2“Filho do homem, mostra a Jerusalém suas abominações. 3Dirás: Assim fala o Senhor Deus a Jerusalém: Por tua origem e nascimento és do país de Canaã. Teu pai era um amorreu e tua mãe uma hitita. 4E como foi o teu nascimento? Quando nasceste, não te cortaram o cordão umbilical, não foste banhada em água, nem es­fre­gada com salmoura nem envolvida em faixas.
5Ninguém teve dó de ti, nem te prestou algum desses serviços por compaixão. Ao contrário, no dia em que nasceste, eles te deixaram exposta em campo aberto, porque desprezavam a tua vida. 6Então, eu passei junto de ti e vi que te debatias no próprio sangue. E enquanto estavas em teu sangue, eu te disse: “Vive!” 7Eu te fiz crescer exuberante como planta silvestre. Tu cresceste e te desenvolveste, e chegaste à puberdade. Teus seios se firmaram e os pêlos cresceram; mas estavas inteiramente nua. 8Passando junto de ti, percebi que tinhas chegado à idade do amor. Estendi meu manto sobre ti para cobrir tua nudez. Fiz um juramento, estabelecendo uma aliança contigo — oráculo do Senhor —, e tu foste minha.
9Banhei-te na água, limpei-te do sangue e ungi-te com perfume. 10Eu te revesti de roupas bordadas, calcei-te com sandálias de fino couro, cingi-te de linho e te cobri de seda. 11Eu te enfeitei de joias, pus braceletes em teus braços e um colar no pescoço. 12Eu te pus um anel no nariz, brincos nas orelhas e uma coroa magnífica na cabeça. 13Estavas enfeitada de ouro e prata, tuas ves­timentas eram de linho finíssimo, de seda e de bordados. Eu te nutria com flor de farinha, mel e óleo. Ficaste cada vez mais bela e chegaste à realeza.
14Tua fama se espalhou entre as nações por causa de tua beleza perfeita, devido ao esplendor com que te cobri — oráculo do Senhor. 15Mas puseste tua confiança na beleza e te prostituíste graças à tua fama. E sem pudor te oferecias a qualquer passante. 60Eu, porém, me lembrarei de minha aliança contigo, quando ainda eras jovem, e vou estabelecer contigo uma aliança eterna. 63É para que te recordes e te envergonhes, e na tua confusão não abras mais a boca, quando eu te houver perdoado tudo o que fizeste, — oráculo do Senhor Deus”.

Salmo (Isaías 12,2-4.5-6)

— Acalmou-se a vossa ira e enfim me consolastes.
— Acalmou-se a vossa ira e enfim me consolastes.

— Eis o Deus, meu Salvador, eu confio e nada temo; o Senhor é minha força, meu louvor e salvação. Com alegria bebereis no manancial da salvação. E direis naquele dia: “Dai louvores ao Senhor, invocai seu santo nome, anunciai suas maravilhas, dentre os povos proclamai que seu nome é o mais sublime.
— Louvai cantando ao nosso Deus, que fez prodígios e portentos, publicai em toda a terra suas grandes maravilhas! Exultai cantando alegres, habitantes de Sião, porque é grande em vosso meio o Deus Santo de Israel!”

Homilia:

O problema do divórcio na vida matrimonial não é de hoje: é de todo o sempre, desde que homem é homem; foi legalizado há pouco tempo, mas já é uma prática desde muito tempo. Aliás, o divórcio sempre foi um dos principais projetos do coração de satanás para destruir os filhos de Deus. A carta de divórcio – fruto de uma lei positiva, ou seja, uma lei criada pelos homens – não deve ser obedecida e seguida, pois vai contra a lei natural, lei esta que Deus colocou dentro do coração do homem, que é a sua consciência. A lei do divórcio é legal – por ser lei -, mas é imoral – não é nada “legal”, pois é projeto do coração do diabo colocado no coração dos homens.

Por que o número dessa prática [divórcio] está cada vez maior? Porque só é capaz de casar com alguém aquela pessoa que se casou consigo primeiro. Como vou viver uma comunhão com alguém se em mim está tudo fragmentado, dividido? Não tem como!

Por outro lado, as famílias encontram-se – especialmente esposo e esposa – totalmente distantes do tripé que rege o sacramento do matrimônio: espiritualidade, diálogo e cultivo.

Espiritualidade: Onde estão as famílias? Alimentando-se da Palavra de Deus e da Eucaristia dominical? Existem muitas famílias que se reúnem para quinze horas de novela semanal e não têm uma hora de seu tempo para a Santa Missa no domingo. Há famílias que sabem da vida de todo o mundo, mas não sabem da história da salvação contida na Sagrada Escritura. E depois queremos perguntar o porquê das coisas estarem indo de “medonho para infernal?”

Diálogo: Dialogar é diferente de conversar. Conversar é falar daquilo que está fora; dialogar é falar daquilo que está dentro, dentro do coração; é partilhar vida, intimidade; é dar-se a conhecer e conhecer o outro; significa rasgar o coração na presença da pessoa amada, sem medo de não ser acolhido (a). Quantas meninas buscam o colo de outros homens em casas de prostituição e motéis, porque não encontram o colo do pai dentro de casa; aliás, pai que não pega filha no colo, pega a filha no colo dos outros. Quantos esposos na “zona”, à beira de um balcão de bebida, buscando diálogo, pois não têm condições e espaço para dialogar em casa? Quantos filhos cheirando “uma carreira” de cocaína, “beijando um baseado” de maconha, um cachimbo com crack, porque não encontram o rosto de pai e mãe em casa, para poder cheirar e beijar… E assim por diante. Onde estão os casais que dialogam e não brigam? Que estendam a mão para acolher e não para apontar erros e defeitos?

Cultivo: Cultivar uma planta significa cuidar, zelar, exige cuidado, exige abaixar-se constantemente em direção à planta para arrancar as ervas daninhas que estão ali e querem impedir o crescimento e o desenvolvimento da planta. Esposos e esposas são convidados a cultivarem-se. Como fazer isso? Namorar! Os casais não namoram mais; um para um lado e outro para o outro.

O casal é convidado, os dois juntos, a se abaixar num gesto de profunda humildade e a arrancar aquilo que não presta; não “do pé da planta” que é a outra pessoa, mas da sua vida, ou seja, cada um dos cônjuges ter a humildade de reconhecer seus erros e mudar. E se colocarem a serviço para servirem-se mutuamente, colocando a pessoa amada como aquela que deve ser servida.

Se vivermos este tripé, não precisaremos exigir uma carta assinada por satanás. O divórcio existe, pois pessoas divididas só podem querer se separar das outras. Nunca nos esqueçamos desta verdade: o amor é mais forte do que a morte! Porém, ele morre. Como? O amor nunca morre de morte natural: ele é sempre assassinado. Principalmente, quando algum dos pés é quebrado deste tripé: espiritualidade, diálogo e cultivo.

Padre Pacheco
Comunidade Canção Nova

fonte:
http://blog.cancaonova.com/homilia/

Comentário ao Evangelho

SUPERANDO UMA MENTALIDADE

Jesus recusou-se a pactuar com a mentalidade de certas correntes rabínicas de sua época, no tocante à indissolubilidade do matrimônio. O modo superficial como colocavam o problema levava-os a se desviarem do projeto original de Deus.
A introdução do divórcio, na Lei mosaica, era uma forma de concessão divina à dureza de coração do povo. "No começo não foi assim." Isto é, o divórcio não estava, originalmente, nos planos de Deus. Se a humanidade fosse menos obstinada e mesquinha, seria desnecessário prever o direito de o homem repudiar sua mulher.
No projeto divino, o matrimônio corresponderia a uma união tão profunda entre os esposos, a ponto de se tornarem uma só carne. A comunhão, assim pensada, exclui qualquer possibilidade de separação. Esta corresponderia a privar o corpo humano de um de seus membros. O esposo separado da esposa e, vice-versa, seria, pois, um corpo mutilado.
O discípulo do Reino sabe precaver-se da mentalidade divorcista leviana, esforçando-se por comungar com o pensar de Deus. E se recusa a agir como os fariseus, preocupados em conhecer os motivos pelos quais o marido pode repudiar sua mulher. O casal cristão, pelo contrário, interessa-se por conhecer aquilo que pode uni-lo mais ainda, de forma a consolidar a união realizada por Deus. E nada poderá separá-lo.

Prece
Espírito que gera comunhão, inspira os casais cristãos a buscarem sempre o caminho da consolidação dos laços matrimoniais, obra do próprio Deus.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês.)
fonte:
http://www.npdbrasil.com.br

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