"Grande é a messe, mas poucos são os operários."

Evangelho (Lucas 10,1-12)

1 Depois disso, designou o Senhor ainda setenta e dois outros discípulos e mandou-os, dois a dois, adiante de si, por todas as cidades e lugares para onde ele tinha de ir.
2 Disse-lhes: Grande é a messe, mas poucos são os operários. Rogai ao Senhor da messe que mande operários para a sua messe.
3 Ide; eis que vos envio como cordeiros entre lobos.
4 Não leveis bolsa nem mochila, nem calçado e a ninguém saudeis pelo caminho.
5 Em toda casa em que entrardes, dizei primeiro: Paz a esta casa!
6 Se ali houver algum homem pacífico, repousará sobre ele a vossa paz; mas, se não houver, ela tornará para vós.
7 Permanecei na mesma casa, comei e bebei do que eles tiverem, pois o operário é digno do seu salário. Não andeis de casa em casa.
8 Em qualquer cidade em que entrardes e vos receberem, comei o que se vos servir.
9 Curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: O Reino de Deus está próximo.
10 Mas se entrardes nalguma cidade e não vos receberem, saindo pelas suas praças, dizei:
11 Até o pó que se nos pegou da vossa cidade, sacudimos contra vós; sabei, contudo, que o Reino de Deus está próximo.
12 Digo-vos: naqueles dias haverá um tratamento menos rigoroso para Sodoma.


Oração do dia

Ó Deus, que destes ao presbítero são Jerônimo profundo amor pela Sagrada Escritura, concedei ao vosso povo alimentar-se cada vez mais da vossa palavra e nela encontrar a fonte da vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Primeira Leitura (Jó 19,21-27)
Leitura do livro de Jó.


21 Compadecei-vos de mim, compadecei-vos de mim, ao menos vós, que sois meus amigos, pois a mão de Deus me feriu.
22 Por que me perseguis como Deus, e vos mostrais insaciáveis de minha carne?
23 Oh!, se minhas palavras pudessem ser escritas, consignadas num livro,
24 gravadas por estilete de ferro em chumbo, esculpidas para sempre numa rocha!
25 Eu o sei: meu vingador está vivo, e aparecerá, finalmente, sobre a terra.
26 Por detrás de minha pele, que envolverá isso, na minha própria carne, verei Deus.
27 Eu mesmo o contemplarei, meus olhos o verão, e não os olhos de outro; meus rins se consomem dentro de mim.


Salmo responsorial 26

Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver na terra dos viventes.

Ó Senhor, ouvi a voz do meu apelo,
atendei por compaixão!
Meu coração fala convosco confiante
e os meus olhos vos procuram.

Senhor, é vossa face que eu procuro;
não me escondais a vossa face!
Não afasteis em vossa ira o vosso servo,
sois vós o meu auxílio!
Não me esqueçais nem me deixeis abandonado,
meu Deus e salvador!

Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver
na terra dos viventes.
Espera no Senhor e tem coragem,
espera no Senhor!

Homilia:

A messe é grande e os operários são poucos

por: Pe. Pacheco

Jesus, após ter chamado Seus apóstolos e discípulos, os convida para que sejam; o fazer será consequência disso. Ser o quê? Íntimos de Cristo, amigos d’Ele; vida mergulhada na vida do Senhor – é daí que nasce a intimidade. Fazer o quê? Quanto a isso não devemos nos preocupar, pois o Senhor nos dirá e nos orientará quanto ao que fazer e como fazer.

Como se não bastasse, o Senhor, além de nos mostrar o que fazer, na obra da evangelização, nos capacita e nos presenteia com todos os meios para a missão; meios estes que são os dons, os ministérios, os talentos, os carismas e frutos do Espírito. A nossa felicidade consistirá em sermos canais de cura, libertação e realização na vida das pessoas; para isso, devemos ser íntimos de Deus e fazer, como consequência disso, a vontade d’Ele.

Para esta missão tão sublime de discípulos e missionários de Jesus, para a qual somos chamados, o Senhor nos faz dois pedidos fundamentais, dentre tantos, não menos importantes:

1º Pobreza evangélica: não podemos, diante da missão a nós confiada, nos preocupar e perder a atenção, o foco, daquilo que Deus quer fazer através de nós na vida das pessoas na ação evangelizadora. O missionário precisa ter como única bagagem de missão, como único valor, como única riqueza, a vontade de Deus Todo-poderoso, Sua Palavra e a disponibilidade em servir. Não podemos nos prender a nada e a ninguém, pois tudo nos será dado, tendo em vista que o missionário é digno do seu sustendo, do seu salário, como nos ensinam as Sagradas Escrituras. A única riqueza precisa ser o Senhor. Repito o que sempre afirmo: quem precisa muito fora é porque muito pouco possui de Deus dentro de si; então o coração precisa buscar fora o que não consegue encontrar dentro. Dentro de nós, no mais íntimo de nós, está Deus.

2º Dê de graça o que recebeste de graça: na vida, tudo é graça, inclusive os encalços e dificuldades, que não vêm de Deus, mas Ele os permite. Permite para que venhamos a crescer, a amadurecer. Crescimento e amadurecimento: eis as maiores graças na vida de uma pessoa. Todos os dons, talentos, virtudes, a própria vocação, tudo isso Deus nos deu, não porque Ele necessitava fazê-lo, mas por pura graça e bondade. O Senhor no-los deu, para que, através disso na vocação, pudéssemos ser felizes. Colocando tudo isso a serviço dos outros, eis a certeza de felicidade, de santidade. Como é bom quando nos propomos a servir, com gratuidade, aqueles que o Senhor nos confia. Isso é evangelizar por excelência.

Para isso, é preciso que reforcemos o caminho: ser (íntimos de Deus e de Sua Palavra, vivendo da providência) e servir (de forma gratuita e alegre, pois de graça recebemos e de graça devemos ser canais da graça na vida dos irmãos).

Padre Pacheco
Comunidade Canção Nova
fonte: http://blog.cancaonova.com


Comentário ao Evangelho

COMO CORDEIROS ENTRE LOBOS

A metáfora da condição dos discípulos é uma forma de descrever o futuro da missão. Ser cordeiros entre lobos não dá margem para dúvidas: a missão está destinada a ser uma batalha desigual, onde toda prudência é pouca. Nada de ilusões!
Humanamente falando, as orientações dadas por Jesus deixavam os discípulos numa situação de fragilidade. A pobreza material levava-os a depender da caridade alheia. Como se sabe, nem todo mundo está disposto a ajudar. Quem depende de esmolas, está sujeito a toda sorte de ironia, gozações e humilhações, sem contar o risco de sofrer agressões físicas. A recomendação de não escolher casa ou cidade onde entrar - os discípulos deveriam ir a toda cidade e lugar por onde Jesus passaria - obrigava-os a visitar até mesmo povoados hostis, especialmente os situados na região da Samaria. Se a hospitalidade em uma cidade lhes fosse recusada, eles não teriam o direito de fazer uso da força ou da violência. Bastava-lhes sacudir o pó das sandálias, e seguir adiante.
Falando na perspectiva do Reino, a ação missionária oferecida aos setenta e dois discípulos exigia deles serem testemunhas do mundo novo proclamado por Jesus. Aí os bens materiais deveriam ser relativizados, não tendo primazia no coração humano. A solidariedade seria um imperativo, e a violência, banida. Por conseguinte, a reação dos apóstolos diante de situações adversas já seria uma ação evangelizadora.

Prece
Espírito de denodo, bane para longe de mim todo medo diante das dificuldades na missão, e dá-me a mesma coragem e disposição de Jesus.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês)
fonte: http://www.npdbrasil.com.br

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