Evangelho (Mateus 18,12-14)
Terça-Feira, 6 de Dezembro de 2011
2ª Semana do Advento
Naquele tempo disse Jesus a seus discípulos: 12Que vos parece? Se um homem tem cem ovelhas, e uma delas se perde, não deixa ele as noventa e nove nas montanhas, para procurar aquela que se perdeu?
13Em verdade vos digo, se ele a encontrar, ficará mais feliz com ela, do que com as noventa e nove que não se perderam. 14Do mesmo modo, o Pai que está nos céus não deseja que se perca nenhum desses pequeninos.
Primeira leitura (Isaías 40,1-11)
Terça-Feira, 6 de Dezembro de 2011
2ª Semana do Advento
1Consolai o meu povo, consolai-o! — diz o vosso Deus. 2Falai ao coração de Jerusalém e dizei em alta voz que sua servidão acabou e a expiação de suas culpas foi cumprida; ela recebeu das mãos do Senhor o dobro por todos os seus pecados.
3Grita uma voz: “preparai no deserto o caminho do Senhor, aplainai na solidão a estrada do nosso Deus. 4Nivelem-se todos os vales, rebaixem-se todos os montes e colinas; endireite-se o que é torto e alisem-se as asperezas: 5a glória do Senhor então se manifestará, e todos os homens verão juntamente o que a boca do Senhor falou”.
6Dizia uma voz: “Grita!” E respondi: “Que devo gritar?” A criatura humana é feno, toda a sua glória é como flor do campo; 7seca o feno, murcha a flor ao soprar o Senhor sobre eles. Sim, o povo é feno. 8Seca o feno, murcha a flor, mas a palavra de nosso Deus fica para sempre. 9Sobe a um alto monte, tu, que trazes a boa nova a Sião; levanta com força a tua voz, tu, que trazes a boa nova a Jerusalém, ergue a voz, não temas; dize às cidades de Judá: “Eis o vosso Deus, 10eis que o Senhor Deus vem com poder, seu braço tudo domina: eis, com ele, sua conquista, eis à sua frente a vitória. 11Como um pastor, ele apascenta o rebanho, reúne, com a força dos braços, os cordeiros e carrega-os ao colo; ele mesmo tange as ovelhas-mães”.
Salmo (Salmos 95)
Terça-Feira, 6 de Dezembro de 2011
2ª Semana do Advento
— Olhai e vede: o nosso Deus vem com poder!
— Cantai ao Senhor Deus um canto novo, cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira! Cantai e bendizei seu santo nome! Dia após dia anunciai sua salvação.
— Manifestai a sua glória entre as nações, e entre os povos do universo seus prodígios! Publicai entre as nações: “Reina o Senhor!” E os povos ele julga com justiça.
— O céu se rejubile e exulte a terra, aplauda o mar com o que vive em suas águas; os campos com seus frutos rejubilem e exultem as florestas e as matas.
— Na presença do Senhor, pois ele vem, porque vem para julgar a terra inteira. Governará o mundo todo com justiça, e os povos julgará com lealdade.
Somos as ovelhas amadas e procuradas pelo Bom Pastor
O fato de encontrarmos um objeto que tínhamos perdido enche-nos de grande alegria a cada vez que isso ocorre. E essa alegria é maior do que a que experimentávamos antes de o perder, quando aquele objeto estava bem guardado. Mas a parábola da ovelha perdida fala mais da ternura de Deus do que da maneira como os homens habitualmente se comportam. Ela exprime uma verdade profunda: abandonar o que tem importância por amor do que há de mais humilde é próprio do poder divino, não da cobiça humana, porque Deus faz mesmo existir o que não é. Ele parte à procura do que está perdido, guardando o que deixou ficar para trás, e encontra o que se tinha transviado sem perder o que está à Sua guarda.
É por isso que este Pastor não é da terra, mas do céu. A parábola não é de forma alguma a representação de obras humanas, mas esconde mistérios divinos, como é demonstrado.
Cabalmente pelos números que menciona: “Se um de vós, diz o Senhor, tiver cem ovelhas e perder uma”. Como vê, a perda de uma só ovelha magoou o pastor, tanto como se o rebanho inteiro, privado da sua proteção, se tivesse metido por um caminho errado. É por isso que, deixando as outras noventa e nove, ele parte à procura de uma só – não se ocupa senão de uma só – a fim de encontrá-la e, nela, salvar a todas.
“Alegrai-vos comigo, porque encontrei a minha ovelha que estava perdida”. Quando chegou o tempo da misericórdia (cf. Sl 101,15), o Bom Pastor desceu de junto do Pai, tal como tinha sido prometido desde toda a eternidade. Veio procurar a única ovelha que se tinha perdido. Prometido a ela [ovelha] desde sempre, por causa dela foi enviado no tempo. Por ela nasceu e se entregou eternamente predestinado a ela. Ela é única, separada dos judeus e dos gentios, presente em todos os povos. É única no seu mistério, múltipla nas pessoas, múltipla pela carne segundo a natureza, única pelo espírito segundo a graça – numa palavra, uma única ovelha e uma multidão incontável. Portanto, poderíamos assim dizer que, no homem, Deus salva toda a criação.
Ora, aqueles que o Pastor reconhece como seus, “ninguém pode arrancá-los das suas mãos” (cf. Jo 10,28). Porque não se pode forçar a verdadeira potência, enganar a sabedoria, destruir a caridade. Por isso, Ele fala com segurança ao dizer: “Dos que me deste, Pai, não perdi um único” (Jo 18,9).
Ele foi enviado como verdade aos violentados, como estrada aos perdidos, como vida para os que estavam mortos, como sabedoria para os insensatos, como remédio aos doentes, como resgate para os cativos, como alimento aos que morriam de fome. Para todos esses, pode-se dizer que Ele foi enviado “às ovelhas perdidas da casa de Israel” (cf. Mt 15,24), para que elas não se percam para sempre. Foi enviado como alma para um corpo inerte, para que à Sua vinda os membros se reanimassem e revivessem com uma vida nova, sobrenatural e divina: é a primeira ressurreição (cf. Ap 20,5). Por isso, pode Ele mesmo declarar: “Vai chegar a hora, e já chegou, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus e os que a tiverem ouvido viverão” (Jo 5,25). E pode, portanto, dizer das Suas ovelhas: “As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem” (cf Jo 10,27).
Como aquela ovelha, ergamos, pois as nossas mãos e deixemo-nos levantar, abraçar e colocar nos ombros do Bom Pastor para sermos salvos.
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