“O Reino dos Céus é ainda como uma rede lançada ao mar e que apanha peixes de todo tipo."

Evangelho (Mateus 13,47-53)
Quinta-Feira, 28 de Julho de 2011


Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 47“O Reino dos Céus é ainda como uma rede lançada ao mar e que apanha peixes de todo tipo. 48Quando está cheia, os pescadores puxam a rede para a praia, sentam-se e recolhem os peixes bons em cestos e jogam fora os que não prestam.
49Assim acontecerá no fim dos tempos: os anjos virão para separar os homens maus dos que são justos, 50e lançarão os maus na fornalha de fogo. E aí, haverá choro e ranger de dentes. 51Com­preendestes tudo isso?” Eles responderam: “Sim”.
52Então Jesus acrescentou: “Assim, pois, todo mestre da Lei, que se torna discípulo do Reino dos Céus, é como um pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e velhas”. 53Quando Jesus terminou de contar essas parábolas, partiu dali.



Primeira leitura (Êxodo 40,16-21.34-38)
Leitura do Livro do Êxodo.


Naqueles dias, 16Moisés fez tudo o que o Senhor lhe havia ordenado. 17No primeiro mês do segundo ano, no primeiro dia do mês, o santuário foi levantado. 18Moisés levantou o santuário, colocou as bases e as tábuas, assentou as vigas e ergueu as colunas. 19Estendeu a tenda sobre o santuário, pondo em cima a cobertura da tenda, como o Senhor lhe havia mandado. 20Depois, tomando o documento da aliança, depositou-o dentro da arca e colocou sobre ela o propiciatório. 21E, introduzindo a arca no santuário, pendurou diante dela o véu de proteção, como o Senhor tinha prescrito a Moisés.
34Então a nuvem cobriu a Tenda da Reunião e a glória do Senhor encheu o santuário. 35Moisés não podia entrar na Tenda da Reunião, porque a nuvem permanecia sobre ela, e a glória do Senhor tomava todo o santuário.
36Em todas as etapas da viagem, sempre que a nuvem se elevava de cima do santuário, os filhos de Israel punham-se a caminho; 37e nunca partiam antes que a nuvem se levantasse. 38Pois, de dia, a nuvem do Senhor repousava sobre o santuário, e de noite aparecia sobre ela um fogo, que todos os filhos de Israel viam, em todas as suas etapas.


Salmo (Salmos 83)


— Quão amável, ó Senhor, é vossa casa!
— Quão amável, ó Senhor, é vossa casa!

— Minha alma desfalece de saudades e anseia pelos átrios do Senhor! Meu coração e minha carne rejubilam e exultam de alegria no Deus vivo!
— Mesmo o pardal encontra abrigo em vossa casa, e a andorinha ali prepara o seu ninho, para nele seus filhotes colocar; vossos altares, ó Senhor Deus do universo! Vossos altares, ó meu Rei e meu Senhor!
— Felizes os que habitam vossa casa; para sempre haverão de vos louvar! Felizes os que em vós têm sua força, caminharão com um ardor sempre crescente.
— Na verdade, um só dia em vosso templo vale mais do que milhares fora dele! Prefiro estar no limiar de vossa casa, a hospedar-me na mansão dos pecadores!


Homilia:

O nosso futuro-MT-13,47-53

Com esta parábola da rede lançada ao mar, Mateus encerra sua coletânea de dez parábolas apresentadas como um discurso de Jesus. Há bastante semelhança com a explicação da parábola do trigo e do joio. Esta curta parábola da rede refere-se ao juízo final, conforme a breve explicação que a segue. Os pescadores que separam os bons dos maus certamente não são os evangelizadores, mas os anjos, no fim do mundo, sob o critério de Deus. “Assim será no fim do mundo: os anjos virão separar os maus do meio dos justos e os arrojarão na fornalha, onde haverá choro e ranger de dentes.”

Para aqueles e aquelas que afirmam que o inferno é aqui mesmo, aí está a afirmação de Jesus. O inferno existe. E se somos cristãos, temos de acreditar nas palavras de Jesus, e procurar seguir os seus ensinamentos. Ontem Jesus nos falou da ressurreição, hoje nos fala do inferno e da vida eterna. E tudo isso não foi inventado pela Igreja como alguns pensam. É o próprio Jesus que nos anuncia. E a vida eterna ou “reino dos céus é semelhante ainda a uma rede que, jogada ao mar, recolhe peixes de toda espécie. Quando está repleta, os pescadores puxam-na para a praia, sentam-se e separam nos cestos o que é bom e jogam fora o que não presta.”

O nosso futuro está sendo traçado nos passos que estamos dando agora. Ou seja, o que acontecerá naquele dia do juízo final, depende do que estamos fazendo ou deixando de fazer neste instante e nos instantes seguintes da nossa vida. Será muito bom para a nossa alma se fizermos parte daqueles considerados bons. Por isso vamos fazer o possível e o impossível para não sermos jogados fora, porque “assim será no fim do mundo: os anjos virão separar os maus do meio dos justos”

Reparou que esta parábola é bem parecida com a explicação da parábola do trigo e do joio? Trata-se, portanto, de uma parábola do gênero escatológico-apocalíptico do judaísmo no tempo de Jesus. É exclusiva do autor deste Evangelho, e a expressão “choro e ranger de dentes” é a referência direta ao inferno. A referência final ao escriba pode ser uma auto-apresentação do evangelista como sendo este escriba que se tornou discípulo merecedor da vida eterna ou do Reino de Deus.

No reino de Deus, como diz Jesus, as coisas velhas se confundem com as novas e só um perito espiritual poderá nos ajudar a fazer o discernimento. Dentro de nós há o velho e o novo, o bom e o ruim. A “cirurgia plástica” da nossa alma só quem pode realizar é o Espírito Santo. Deus Pai que é o Oleiro é quem poderá nos ajudar pelo poder do Seu Espírito a despojar-nos de tudo que é inútil e está apodrecendo dentro de nós. Só Ele tem o poder de fazer valer em nós, os sentimentos que são oriundos do Seu coração e nos trazem a felicidade, a concórdia e o amor. Por isso, o reino de Deus requer de nós paciência e esmero a fim de que, gradualmente, possamos deixar com que o Senhor nos transforme no modelo que Ele projetou para nós. Precisamos, então, ter consciência de que antes que chegue o fim dos tempos nós poderemos nos deixar esclarecer pelo Espírito que há em nós. Reflita – Você tem buscado o auxílio de Deus para suas dificuldades? – Você percebe as coisas boas e más que estão dentro do seu coração? – Você acha que Deus tem poder para transformar você num vaso novo?

fonte:

http://www.padrejoaosv.com/homilia_diaria.php?&id=1393

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